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Como a IA pode ajudar nas eleições municipais de 2024?

Com a proximidade das eleições municipais de 2024 no Brasil, a integridade eleitoral se tornou uma preocupação central para autoridades e plataformas de redes sociais. A inteligência artificial (IA) emergiu como uma ferramenta essencial na identificação e mitigação de conteúdos perigosos que podem comprometer o processo eleitoral. 

De acordo com o estudo do Observatório de Transparência Eleitoral do TSE, em 2022, mais de 1.500 contas foram bloqueadas nas redes sociais por disseminar informações falsas. Além disso, cerca de 12 mil posts foram removidos por violar as políticas de desinformação. 

O uso de IA permite uma análise em tempo real de grandes volumes de dados. Durante as eleições de 2022, os sistemas de IA foram responsáveis por analisar mais de 20 milhões de postagens, identificando conteúdos nocivos com uma precisão de 89%. Este índice representa um aumento significativo em comparação aos 74% de precisão registrados nas eleições de 2020. 

Leia também: “Precisamos garantir que os algoritmos não exacerbam as desigualdades”, diz Camila Achutti, do W20 

O relatório da Democracy Reporting International (DRI), intitulado “Integridade eleitoral no ambiente digital: riscos e recomendações para as eleições municipais brasileiras 2024”, aborda a importância do uso de inteligência artificial na identificação e mitigação de conteúdos perigosos nas redes sociais. 

Desafios do ambiente digital

O relatório destaca que a digitalização das campanhas eleitorais tem um impacto significativo na disseminação de desinformação e discurso de ódio. Com o aumento do uso de redes sociais para campanhas políticas, o monitoramento e a moderação de conteúdos se tornam desafios críticos para garantir um processo eleitoral justo e transparente. 

Por isso, a inteligência artificial pode desempenhar um papel fundamental na detecção de conteúdos potencialmente prejudiciais. O relatório enfatiza algumas áreas onde a IA pode ser utilizada para melhorar a integridade eleitoral: 

  1. Detecção de desinformação: Algoritmos de IA são capazes de analisar grandes volumes de dados e identificar padrões que indicam a disseminação de informações falsas. Esses sistemas podem monitorar redes sociais em tempo real, sinalizando conteúdos suspeitos para revisão adicional.
  1. Identificação de discurso de ódio: A IA pode ajudar a identificar discursos de ódio que violam as políticas das plataformas digitais. Utilizando técnicas de processamento de linguagem natural (NLP), os algoritmos podem detectar palavras e frases associadas a comportamentos abusivos ou incitadores de violência.
  2. Monitoramento de anúncios políticos: A tecnologia pode ser usada para monitorar a segmentação e o conteúdo dos anúncios políticos, garantindo que eles não sejam usados para manipular eleitores ou espalhar desinformação. Isso ajuda a criar um campo de jogo mais equitativo e transparente.

Apesar das vantagens, a implementação da IA nesse processo enfrenta vários desafios. Um dos principais é a necessidade de treinamento contínuo dos algoritmos para reconhecer novas formas de desinformação e discurso de ódio. Além disso, a IA deve ser transparente e suas decisões devem ser passíveis de auditoria para evitar vieses inadvertidos. 

Para enfrentar esses desafios, o relatório da DRI oferece várias recomendações para a implementação eficaz da tecnologia no monitoramento das eleições: 

  • Colaboração com plataformas digitais: É essencial que as autoridades eleitorais e as plataformas de mídia social trabalhem juntas para desenvolver e implementar sistemas de IA eficazes.
  • Transparência nos algoritmos: As plataformas devem garantir que seus algoritmos sejam transparentes e sujeitos a auditorias independentes para evitar vieses e garantir a precisão.
  • Educação e conscientização: Programas de alfabetização digital devem ser implementados para ajudar os eleitores a reconhecerem e resistirem à desinformação.

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