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Futuro da computação pessoal está na Realidade Aumentada, diz Facebook

Para o Facebook, a Realidade Aumentada será a próxima grande plataforma de computação e comunicação. Michael Abrash, Chief Scientist do Facebook Reality Labs não se atreve a definir uma data para que isso aconteça, mas afirma que chegamos em um “ponto de inflexão” da tecnologia. “Se você olhar para a adoção do computador pessoal, você vai ver que levou anos”, disse o cientista pesquisador em coletiva de imprensa do Facebook realizada nesta quarta-feira (5/5). “Estamos expandindo dos hobbies, dos gamers, para uma audiência maior”, acrescentou dando como exemplo o Oculus Quest 2, dispositivo de realidade virtual do Facebook, que independe de um PC ou celular e tem garantido sucesso expressivo de vendas. Recentemente, Andrew Bosworth, VP do Facebook Reality Labs, anunciou que o Quest 2 vendeu, no total, mais unidades do que todos os outros headsets Oculus combinados.

Não é novidade que a companhia de Mark Zuckerberg tem dedicado dinheiro e pesquisa para ter sua parte cativa no mercado de uma nova materialidade da computação pessoal. Em 2014, desembolsou US$ 2 bilhões pela startup Oculus. Quase sete anos depois, os investimentos, apesar de não serem abertos podem apontar um novo rumo para os negócios do Facebook.

Durante a conferência de resultados do Facebook há cerca de uma semana, o CEO Zuckerberg jogou luz ao tema. “Eu acredito que a realidade aumentada e virtual vai permitir um senso mais profundo de presença e conexão social do que qualquer plataforma existente”, disse na ocasião. “E elas serão uma parte importante de como interagiremos com os computadores no futuro. Portanto, continuaremos investindo aqui pesadamente na construção das melhores experiências. E isso representa uma parte importante de nosso orçamento geral de P&D.”

Há uma vocação um tanto óbvia para a Realidade Aumentada e Virtual quando falamos sobre o Facebook. A companhia detém a rede social de mesmo nome, o Instagram e o WhatsApp e isso diz respeito às interações sociais e, claro, comerciais nas redes. “Os apps mais usados são os sociais, o que cabe na nossa teoria original do porquê queremos construir essa plataforma em primeiro lugar”, disse Zuckerberg também citando apps de saúde e de produtividade como uma aposta para o VR e AR.

Colaboração no pós-pandemia

O Facebook não está sozinho quando o assunto são dispositivos inteligentes para “aumentar” a capacidade do nosso olhar. O Google, por meio da sua divisão Google X, lançou em 2013 o Google Glass que dividiu opiniões entre entusiastas e desconfiados para depois ser descontinuado em 2015. Anos mais tarde, em 2019, a companhia apontou um repaginado Glass para o mercado corporativo ao lançar o Glass Enterprise Edition 2, mirando principalmente trabalhadores no chão de fábrica e também médicos. Segundo o Google, o Glass conseguiria dar maior mobilidade aos trabalhadores ao fornecer informações na visão periférica de seus usuários. O HoloLens, da Microsoft, dispositivo de Realidade Mista, também mirou nas empresas para agregar valor às novas formas de trabalhar e treinar funcionários.

Ao mesmo tempo, óculos de realidade aumentada e mista vêm encontrando vazão em um futuro do trabalho, digamos, antecipado. Se a pandemia provocada pelo coronavírus cobrou a distância física entre os funcionários, a colaboração ficou limitada entre aplicativos de mensagens, e à bidimensionalidade das videconferências em nossas telas. Durante a coletiva desta quarta, Michael Abrash, do Facebook Reality Labs, destacou que os times de produto do Facebook têm atuado para desenvolver novas experiências para o futuro do trabalho por meio do AR e VR. Em sua visão, o chamado “virtual workspace vai acontecer e abrir porta para a próxima geração de Realidade Virtual e destravar o potencial humano” em uma escala ainda não vista.

Conceito de Virtual Office. Imagem: Reprodução Facebook

Por trás de lentes inteligentes, como fica a privacidade?

Em setembro de 2020, o Facebook introduziu o seu Projeto Aria, um projeto experimental de óculos de Realidade Aumentada que, Abrash, fez questão de ressaltar se tratar de uma ferramenta para pesquisa. Em post sobre a iniciativa, o Facebook definiu o Projeto Aria como um conjunto completo de sensores usados em headsets de VR para consciência espacial”, acrescentando, “eles também calculam a localização do GPS, tiram fotos de alta resolução e capturam áudio multicanal e imagens dos olhos. Segundo informações do site CNET, um grupo de 100 funcionários do Facebook se dedicaria a testar o dispositivo reconhecendo limitações de onde e quando utilizá-lo devido a questões de privacidade e segurança.

Questões acerca da privacidade já minavam as ambições dos primeiros óculos inteligentes, as preocupações não mudaram. Abrash tem consciência disso, apesar de reconhecer não ter todas as respostas. “Isso é algo que temos de acertar, é uma das razões porque construímos o Projeto Aria”, disse. “Isso é importante e estamos focados em como garantir a ciberseguranca e dar as pessoas o controle do que elas decidem compartilhar e, por isso começamos a conversa agora”.

 

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