Evolução de IoT acende alerta vermelho sobre segurança

No final de 2016, só se falava no botnet Mirai, que causou um verdadeiro blackout na internet nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Alemanha. Vulneráveis, dispositivos conectados à web, como roteadores e câmeras, foram usados para bloquear o acesso de pessoas à sites como o Twitter.

“O Mirai está vivo e recrutando dispositivos. Não coincidentemente, Mirai significa futuro em japonês, porque cibercriminosos querem usá-lo para atacar o futuro baseado em internet conectada, que forma a internet das coisas (IoT, na sigla em inglês)”, observou Christopher Young, vice-presidente sênior e gerente-geral da McAfee, da Intel.

Alex Cox, diretor de tecnologia do FirstWatch da RSA, time de pesquisadores que usa inteligência e análise de segurança para combater ameaças avançadas, explicou que, hoje, a maioria dos ataques que mira IoT é de Negação de Serviço Distribuído (DDoS, na sigla em inglês) e já há sinais de expansão do uso de Mirai. “IoT está em seus primeiros dias, mas as implicações de segurança estão em curso”, observou.

Se em 2020, a previsão é de que haverá 50 bilhões de dispositivos de diferentes tipos, como geladeira e carros, conectados à internet, a preocupação com a proteção dos usuários é legítima e latente. Contudo, na opinião de Peter Tran, gerente-geral e diretor sênior da Prática de Defesa Cibernética da RSA, é altamente complexo e desafiador proteger esse montante de ‘coisas’.

A boa notícia, segundo ele, é que as famílias de malwares que não são muito criativas na essência do código e que o papel da indústria é analisar comportamentos usando machine learning e bloquear ameaças pró-ativamente.

A saída, segundo ele, é que as empresas apostem em detecção precoce e alimentem a constante habilidade de testar, repetidas vezes, ataques à rede. “O Google faz isso. Eles já simularam em ambiente controlado o que aconteceria se seus sistemas ficassem fora do ar por cinco minutos e o resultado foi que 40% dos sistemas do mundo caíram”, dimensionou. “Empresas estão agora trabalhando na criação de centros para verificar o impacto de falhas”, finalizou.

*A jornalista viajou a San Francisco (EUA) a convite da RSA

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