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O tal déficit de mão de obra de TI no Brasil ficou no passado?

As últimas semanas trouxeram notícias de alerta para o setor de Tecnologia da Informação (TI). Vimos gigantes de software e soluções tecnológicas, como Meta, Alphabet, Amazon, Microsoft e SAP, demitirem milhares de funcionários ao redor do mundo.

Para sermos mais exatos, o número de demissões chega a 150 mil e já corresponde a 64% do total de funcionários dispensados em 2022, de acordo com o relatório do portal de rastreamento de demissões em massa, Layoffs. E, embora a maioria desses cortes tenha acontecido nos Estados Unidos, eles respingaram nas operações dessas empresas no Brasil.

Aí vem o questionamento: mas e o tal déficit de mão-de-obra de TI no Brasil, ficou no passado? E as tantas vagas em aberto sem profissionais disponíveis para preenchê-las?

As razões são distintas, mas se resumem à necessidade de reduzir custos com a diminuição do crescimento econômico global e à transformação estrutural nas companhias. Muitos dos cortes recentes se deram como uma forma de reequilibrar contas e trazer salários estratosféricos de volta para níveis mais realistas. Uma pesquisa realizada pela 365 Data Science, empresa que investigou os números das demissões, indica que o tempo médio de trabalho na empresa do empregado demitido é de dois anos, o que pode refletir um recuo nas políticas de contratação adotadas desde a pandemia da Covid-19.

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Empresas de tecnologia, que tiveram receitas recordes em 2020 e 2021, fizeram contratações massivas nesse período e, com a competição pelos melhores talentos – escassos em TI – os salários atingiram níveis recorde. A conta chegou, não fechou e vieram as demissões.

A boa notícia, no entanto, é que muitas dessas vagas continuam disponíveis, e podem ser o caminho para a recolocação de muitos dos especialistas dispensados recentemente. Na contramão dos anúncios de demissões, o Macrossetor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) mostrou crescimento neste início de ano. Segundo o último relatório da Brasscom (Associação das Empresas de TIC e de Tecnologias Digitais), a demanda de talentos na área vem crescendo, com mais de 4,3 mil novos postos de trabalho registrados em janeiro de 2023.

Muitas dos novos empregos estão em empresas com objetos sociais distintos da TI, que mantém áreas internas de tecnologia ou que contratam profissionais para serem gerenciados por parceiros de tecnologia. A desaceleração e a necessidade de reduzir custos não se vê, por exemplo, no setor de serviços e de finanças.

Por isso, é justamente para esses setores que os profissionais de tecnologia em busca de reposicionamento precisam direcionar seus radares.

Eles devem ser bastante demandados neste ano para recontratações e vagas em empresas de serviços de TI. Instituições do setor financeiro e de governo, por exemplo, precisam continuar investindo para manter a modernização de seus serviços. Para isso, apostam em parceiros especializados em transformação digital, automação e dependem necessariamente do trabalho dos especialistas em tecnologia da informação.

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Há muito espaço para adoção de tecnologia com foco em negócio no Brasil. Por isso, consultorias especializadas em conduzir a transformação digital em organizações dos mais diversos segmentos, especialmente no Financeiro, Varejo e no Setor Público, como é o caso da Solutis, seguem com dezenas de vagas abertas para profissionais de TI. As vagas continuam aí. É preciso saber onde buscar.

*Paulo Marcelo é CEO da Solutis

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