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Consolidação da marca é principal desafio para presidente da Veritas na AL

Entre consolidações e separações, o dinamismo do mercado de tecnologia da informação não para. No caso da Veritas, o desenho da independência da Symantec vinha em curso desde o final de 2014, quando foi anunciado a divisão do grupo em duas unidades de negócio, mas o fato se consolidou ao longo de 2015, até culminar com a venda dos ativos da Veritas para o fundo Carlyle. Agora, com a casa organizada, trabalho é o que não falta na mesa de Lucia Bulhões, escolhida para comandar a operação da nova companhia na América Latina.

Em entrevista ao IT Forum 365, a executiva se mostrou animada com a possibilidade de fazer um bom ano no Brasil, mesmo com as adversidades da economia. Ela aposta em um portfólio que tem como foco redução de custo, inteligência e otimização de recursos para ganhar espaço entre as grandes corporações e todos os grupos que tenham informação em seu core.

Durante a conversa, Lucia também abordou o programa de canais e falou sobre seus principais desafios para este ano.

IT Forum 365 – Qual seu grande desafio pós-independência da Symantec?

Lucia Bulhões – Hoje é consolidar a marca nos países – no meu caso, especificamente, falando de América Latina (AL) – e levar a visão da Veritas para o mercado de gestão da informação. Iniciamos essa jornada no final do ano passado e, por isso, creio que esse ano estamos num momento mais propício para isso.

Eu mesma fiz um tour pela AL para levar nossa mensagem, percorri vários países, abri eventos, estive em todos os países que cobrimos. Então, esse é um ano de consolidação dessa marca e da visão da companhia. 

ITF 365 – A Veritas que saiu do mundo segurança da informação e agora se posiciona como uma companhia para ajudar nessa jornada dos dados. Vender essa ideia de gestão da informação também é um desafio?

Lucia – Sem dúvida, porque essa é a visão da Veritas. Gestão da informação – só voltando um pouco no tempo – não é algo tão novo assim para a empresa, mas a abordagem ficou mais ampla com lançamento de novas soluções. A Veritas já era uma empresa conhecida pelas nossas soluções de backup e de cluster, uma que preserva a informação e outra que garante a disponibilidade. Somos muito conhecidos, somos número 1 ou 2, a depender do mercado, nessas duas soluções.

Com o lançamento da companhia, o número de soluções se ampliou para que nossa abordagem fosse de gestão da informação como um todo, não apenas como guardo ou tenho essa informação disponível, mas também como trago mais inteligência para o negócio. Como ajudo CIOs e as empresas, já que este não é um desafio apenas dos CIOs, os presidentes estão preocupados com a quantidade de dados. E as empresas têm esses dados, mas precisam tirar informação disso. Levar inteligência para garantir vantagem competitiva também.

O cliente tem é um mar de dados. Quem pode acessar? Como acessar? Posso deletar? Preciso mesmo desse dado. Essa é uma informação que vale muito. Você pode perguntar para qualquer CIO e vai aparecer um ponto de interrogação. Porque, na verdade, a pergunta é: que dado posso deletar com segurança? Para ter certeza que não está abrindo mão de algo importante.

ITF 365 – Você citou a inteligência e vantagem competitiva, você acha que o momento do País é propício para venda dessas soluções já que as empresas precisam tomar decisões mais acertadas, conhecer melhor o cliente, reduzir custo, entre outros pontos?

Lucia – Sem dúvida, porque nossa abordagem permite gestão otimizada do orçamento. Como é isso? Se ele tem visibilidade melhor dos dados, daquilo que deve guardar, de quem deve acessar, por quanto tempo e em que mídia, ele pode sair de uma abordagem que vem nos últimos anos de fazer uma gestão de dados armazenando em storage, por uma definida por software.

O princípio é muito simples: existem estudos no mercado que mostram que apenas 30% dos dados dessas empresas são informações realmente relevantes para o negócio. Dado que existe esse princípio, por aí você vê a otimização que pode ser feita. Então, o momento é bom para Veritas e para qualquer provedor de mercado que tenha esse tipo de abordagem de otimizar recursos.

ITF 365 – Você está no início do seu ano fiscal. Acredita que conseguirá repetir um bom ano no Brasil?

Lucia – Teremos os mesmos desafios que tivemos ano passado. Falando de Brasil o mercado mostra que será um ano desafiador, não será de respiro, mas de tensão. Mas acredito que estamos preparados. Ano passado, vivemos todos os desafios da separação da Symantec, que muitas vezes as pessoas não imaginam, mas tem recursos humanos, áreas, viradas de sistemas, então vivemos tudo isso em meio a criação de uma equipe. Mais de 60% da minha equipe foi construída no ano passado.

Fizemos revisão de nossos parceiros, revendas e distribuidoras, tudo ano passado. Então, agora estamos num momento estável de organização e, por isso, é um ano de fazer mais. Não teremos as distrações do ano anterior; as expectativas são boas.

ITF 365 – Já que você é responsável pela região, como está sua expectativa para América Latina?

Lucia – Eu diria que ano passado o País mais desafiador foi Brasil, mas ainda assim segue como o mais importante. Mas 2016 é um ano que podemos colher mais resultados dos outros países. Queremos que não só o Brasil dê uma contribuição grande, mas que venha contribuições interessantes de México, Argentina e até Colômbia, que está num momento positivo.

ITF 365 – Em termos de indústria foco, como você está dividindo, falando de Brasil?

Lucia – De maneira geral, os grandes geradores de dados são nossos clientes. Gente que tem muito volume de dados e, obviamente, tem mais desafios. Mas vale lembrar que todo mundo tem desafios. Falando em indústria, temos foco grande em algumas como: financeira, telecom e governo, que é um grande gerador de dados e necessita dessa gestão. Além de empresas cujo core seja informação.

ITF 365 – Você falou no início que reorganizou o ecossistema de parceiros. O impacto foi muito grande?

Lucia – Focamos ano passado em identificar quem seriam os parceiros que ficariam de um lado, do outro ou dos dois. E passamos o período entendendo quais parceiros estavam dispostos a investir. Anunciamos um novo programa de canais, que recebeu ajustes para possibilitar que nossos canais se capacitassem em nossa visão. Fizemos um programa massivo de capacitação que ainda não terminou. 

E obviamente, sempre nesse processo, se recruta novos canais, consolida os existentes e estamos sempre abertos a canais relevantes que queiram fazer parte da nossa rede. Mas o ano é de consolidar a certificação deles, para gerar mais negócios por meio dos canais. Nossa venda é consultiva, demanda implantação e utilizamos os serviços de nossos parceiros, porque esse é o diferencial para que eles se mantenham saudáveis. 

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