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Mundo de Watson revela futuro da IA e dos sistemas cognitivos

Em cinco anos, Watson, o computador cognitivo da IBM, transformou-se de vencedor do programa de perguntas e respostas Jeopardy, da TV, a uma força tecnológica e comercial que já revoluciona diferentes verticais econômicas, entre elas bancos, lojas de varejo, hospitais e centros de pesquisa médica, e que está em plena ebulição, trabalhando no que poderão ser transformações ainda mais radicais nos próximos cinco anos.

O vigor da plataforma de computação cognitiva baseada em Inteligência Artificial fica evidente para quem anda no gigantesco complexo de eventos do Mandalay Bay, em Las Vegas, percorrendo o IBM World of Watson (WoW) ou Mundo de Watson. Mais de 18 mil pessoas circulam por estandes com robôs empáticos, carros autônomos interativos e vestidos de grife que refletem o sentimento das redes sociais, e lotam as salas com dezenas de diferentes apresentações de tecnologia e negócios simultâneas.

Só da América Latina, segundo Marco Antonio Lauria, líder de soluções cognitivas para a região, a entourage chega a 800 pessoas, entre funcionários da IBM, clientes, prospects e parceiros de negócios na plataforma Blue Mix do Watson. “Estamos atualmente trabalhando entre 100 e 200 diferentes oportunidades de negócios para o Watson na América Latina e temos um ecossistema de 280 business partners na região”, diz Lauria.

O Brasil, evidentemente, é o maior mercado da região e não foi por acaso que um dos maiores clientes globais do Watson, o Bradesco, foi um dos cinco clientes a participar do keynote de abertura do WoW e levou Luca Cavalcanti, diretor de canais digitais do Banco, a dividir o palco por alguns minutos com David Kenny, diretor geral do IBM Watson, para explicar o projeto.

Mais do que rápido, acelerado
“A tecnologia não está simplesmente se movendo rápido, ela está acelerando mais e mais a cada dia”, disse o vice-presidente sênior de Cognitive Solutions e IBM Research, John Kelly III, durante a abertura do WoW. “Em três a cinco anos, toda especialidade médica vai querer marcar uma consulta com Watson”, disse ele. “Como você deixaria de usar uma ferramenta que o ajuda a tomar a melhor decisão para um paciente?”

Kelly vai mais além e aposta nos atributos de Watson para prever o futuro como, por exemplo, dar a um médico a capacidade de prever quando um paciente diabético vai ter um salto de açúcar no sangue. “Quando isso acontecer, teremos de fato, de verdade, mudado o mundo”, disse Kelly.

Clientes na prática
Mais “pé no chão”, o diretor geral do Watson, David Kenny, trouxe para o palco os feitos atuais do Watson e apontou para os atributos do computador cognitivo e suas ferramentas para transformar o volume crescente de dados que as empresas precisam domar em conhecimento e negócios.

Para materializar o discurso, Kenny usou um storytelling baseado em sua viagem recente ao Brasil para chamar ao palco vários clientes globais e seus serviços cognitivos que o ajudaram a resolver problemas, começando pelo Bradesco e a estrutura de atendimento para serviços bancários, e passando por empresas como Staples (material de escritório) e KPMG (serviços profissionais financeiros e contábeis).

Faisal Masud, CDO (Chief Digital Officer) da Staples, mostrou como os clientes da rede de varejo usam a tecnologia Easy Button e o assistente digital baseado em Watson para pedir e escolher produtos de escritório do imenso catálogo da loja. “O Easy button começou como uma imagem de marketing na TV, tornou-se um ícone cultural, passou a hashtag e ficou tão grande que decidimos traze-lo à vida com ajuda do Watson”, diz Masud

A Staples transformou o ícone Easy button em um aplicativo turbinado pelo Watson com o qual os clientes podem falar, enviar uma mensagem de texto ou uma foto para encontrar o produto e fazer o pedido de compra. O sistema cognitivo “lembra” compras passadas e facilita a novas.

O diretor de inovação dos EUA e diretor global de Inovação e Investimentos da KPMG, Steve Hill, mostrou como a empresa de serviços profissionais e contabilidade está usando o Watson para ajudar clientes a tomar decisões comerciais sobre empréstimos. “Podemos usar o Watson para processar milhares de empréstimos e suas raíses e ajudar os auditores a entender as causas dos problemas”.

Para David Kenny, os sistemas computacionais e máquinas baseados em Inteligência Artificial vão trabalhar com as pessoas para fazer suas vidas melhores e seu trabalho mais fácil. “Nosso futuro é o de juntar homem e máquina e certamente não será homem versus máquina”.

Parceria com a Apple rende mais frutos
Durante o evento, a IBM anunciou a integração das capacidades de computação cognitiva do Watson na série de aplicativos MobileFirst desenvolvidos por ela para o sistema operacional iOS, da Apple. A decisão dá aos apps capacidade de reconhecimento de linguagem natural e voz, permitindo aos usuários interagir com o aplicativo por meio de conversação.

Segundo a IBM, a integração das capacidades cognitivas do Watson deverá ajudar a aumentar produtividade e melhorar a experiência de diferents profissionais corporativos que usam dispositivos móveis da Apple com apps MobileFirst e apps customizadas para IOS para trabalhar. Com a API para interação por conversação, por exemplo, um usuário pode controlar um aplicativo IBM MobileFirst por voz.

O set de APIs que inclui IBM Natural Language Processing e Watson Conversation foi otimizado para trabalhar com o novo framework de reconhecimento de fala do iOS 10, permitindo suporte a interação por linguagem natural entre usuário e dispositivo móvel, facilitando tomada de decisões e dando uma alternativa “hands free” para o uso do dispositivo.

“A Apple e a IBM decidiram há mais de dois anos que iriam ajudar a definir o mercado de mobilidade corporativa. Estamos hoje levando essa decisão a um novo patamar ao combinar o poder do Watson com o novo framework de reconhecimento de fala do iOS 10. As combinações e possibilidades são virtualmente infinitas”, diz Mahmoud Naghshineh, diretor geral da parceira Apple e IBM.

O executivo dá como exemplo o trabalho de um técnico de campo que, usando um dispositivo móvel equipado com o aplicativo Find & Fix integrado com o Watson, poderia interagir por voz com o aplicativo enquanto ocupa-se do conserto de um equipamento em campo pedindo, por exemplo, aos serviço Watson que acessasse manuais para fornecer sugestões de como consertar o problema.

Os serviços do Watson são entregues através da IBM Cloud, portanto todas as novas capacidades cognitivas podem ser facilmente integradas aos apps IBM MobileFirst para iOS, mesmo aquelas que já estejam em uso atualmente.

Ao serem integradas com a tecnologia Watson, os apps para uso corporativo passam a ter habilidades de entender, avaliar e aprender baseados em data analytics profundo. A lista de profissionais que serão positivamente afetados pela novidade incluir atendentes de voo em companhias aéreas (Passenger + app); vendedores, usando o app Sales Assist; e consultores financeiros usuários do app Trusted Advice.

O evento continua nesta quarta-feira com apresentação da CEO e presidente da IBM, Ginni Rommety e são esperados novos anúncios de parcerias revolucionárias entre o IBM Watson e outros grandes gigantes da indústria.


(*) A jornalista Silvia Bassi viajou a Las Vegas a convite da IBM Brasil

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