Microsoft quer melhorar imagem do IE arranhada por versões anteriores
As últimas versões do Internet Explorer têm sido relativamente bem recebidas, em parte ao aumento do investimento da Microsoft em padrões da Web e suporte ao desenvolvedor. No entanto, o IE continua a ser, em diversos aspectos, uma marca arranhada por versões mais antigas, que continham bugs e ofereciam menos segurança aos usuários.
De acordo com a Net Applications, empresa de monitoramento na web, as versões do IE são responsáveis por de 58% de todo o tráfego de PCs na web – mas apenas 28% desses usuários (e apenas 16,9% dos usuários de PC em geral) usam o IE 11, a versão mais recente do navegador. Mais de 44% dos usuários do IE utilizam as versões IE 8 ou anteriores. Sem contar que seu rival Chrome, o navegador do Google, registrou o dobro do crescimento de market share no ano passado.
As versões mais antigas do IE deixaram uma má reputação ao navegador e, mesmo que edições mais recentes sejam melhores, muitos usuários continuam a usar e reclamar das versões antigas. Graças à fragmentação do usuário e à falta de atualização, recursos melhores e mais recentes do IE não estão atingindo uma massa crítica de usuários.
Recentemente, o engenheiro do IE, Jonathan Sampson, admitiu que a Microsoft considerou fazer o remodelamento da marca do navegador para distanciar as versões mais recentes de suas antecessoras. O movimento tem sido sugerido internamente, segundo ele, uma vez que diversas ideias estão em discussão na empresa para conseguir separar a marca de percepções negativas que já não refletem o produto atualmente.
Analistas têm se perguntado durante muitos anos se a imagem do IE pode ser reconstruída. Já a Microsoft adotou uma variedade de táticas, como campanhas endereçadas a seus usuários, para persuadi-los a atualizarem suas versões mais antigas. Desde então, o ritmo de melhorias só acelerou, um ponto que os engenheiros responsáveis pelo navegador IE têm enfatizado. O patch lançado este mês adicionou novas ferramentas F12 para desenvolvedores, por exemplo. A empresa também planeja acrescentar suporte para mais extensões do navegador, o que poderia acabar com uma das deficiências mais notáveis do IE em relação a concorrentes como Chrome e Firefox. A Microsoft anunciou recentemente que a partir de 2016, lançará atualizações de segurança apenas para a edição mais recente do IE em qualquer sistema. A companhia também informou que, a partir do próximo mês, começará o bloqueio de plug-ins ActiveX desatualizados no IE. Como muitas versões mais antigas do navegador estão vulneráveis a ataques cibernéticos, tais movimentos poderiam ajudar a tornar o browser da Microsoft mais seguro.
As tentativas da Microsoft de convencer usuários do Windows XP a atualizarem seus sistemas operacionais também basearam-se no argumento da maior segurança encontrada em seus produtos mais recentes. Mesmo com os esforços dedicados à campanha – e quatro meses depois de cessar as atualizações de segurança – cerca de um quarto dos usuários de PC ainda usam o XP. A companhia tem tentado acomodar os clientes que não conseguem fazer o upgrade facilmente. Um exemplo é o modo corporativo do IE 11, que permite às empresas usar um ambiente de modo seguro para executar aplicativos antigos construídos para o IE 8.
O CEO Satya Nadella disse que a forma escolhida pela Microsoft para incentivar os clientes a usarem as versões mais recentes de seus produtos é através do fornecimento do software em diversas plataformas – como o Office para iPad. No entanto, questionado sobre os dos planos disponibilizar o IE para iOS ou Android, o time à frente do IE foi enfático: “Neste momento, estamos focados em construir um bom navegador móvel para Windows Phone”, responderam durante entrevista ao Reddit. A Microsoft apoia algum desenvolvimento do IE em OS X, mas não lançou uma versão do navegador para Mac em mais de uma década.