Marco Legal da Ciência e Inovação aproxima atividades científicas e setor privado

O Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação representa uma virada de página no desenvolvimento da pesquisa no Brasil, pois desburocratiza as atividades de pesquisa e inovação e cria novos mecanismos para incentivar a integração entre instituições científicas e tecnológicas (ICTs) e o setor empresarial. A afirmação foi feita pelo ministro Gilberto Kassab durante cerimônia no Palácio do Planalto onde apresentou o decreto que promoverá uma série de estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação no País.

Para Kassab, o Marco Legal dará transparência, segurança jurídica para se fazer importações, convênios ou subvenção para uma empresa e segurança para aquilo que se está querendo beneficiar. Segundo ele, daqui para a frente, “teremos melhor condições de avançar com a pesquisa no país já que o país tem uma ciência de excelência, mas não tínhamos uma legislação compatível”.

A proposta regulatória foi desenvolvida pelo MCTIC e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). O texto teve sugestões de outros ministérios, de entidades representativas e órgãos estaduais e municipais.

Segundo Kassab, é esperado que as relações entre as atividades científicas e tecnológicas e o setor produtivo fiquem mais próximas. Com o Marco Legal, a prestação de contas dos instrumentos que financiam as atividades de pesquisa será facilitada, o que permitirá às agências de fomento transferirem recursos focados no desenvolvimento de soluções inovadoras.

Outros benefícios

Outros benefícios, segundo o governo, são a simplificação na celebração de convênios para a promoção da pesquisa pública, maior facilidade para a internacionalização de ICTs, aumento da interação entre ICTs e empresas, incremento de incentivos para a promoção de ecossistemas de inovação, diversificação de instrumentos financeiros de apoio à inovação, maior compartilhamento de recursos entre atores públicos e privados, simplificação de procedimentos de importação de bens e insumos para pesquisa, novos estímulos para a realização de encomendas tecnológicas e flexibilidade no remanejamento entre recursos orçamentários.

Tripé

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Álvaro Prata, explicou que o decreto abrange a relação das universidades com fundações de apoio, parcerias entre universidades e empresas, além da maneira como os recursos são transferidos para fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs). “Ciência, tecnologia e inovação é o pilar mais importante para o desenvolvimento econômico e social de uma nação. Aquele país que não conseguir priorizar isso terá dificuldades crescentes no século 21”, afirmou Prata.

Expectativas

Como resultado do Marco Legal, Prata espera a promoção de transferência de tecnologia gerada nas ICTs, a incubação de empresas no espaço público de CT&I, a valorização da propriedade intelectual, o estímulo a projetos cooperativos, a extensão do conhecimento para a sociedade e a possibilidade de compartilhamento de infraestrutura, equipamentos e recursos humanos para o desenvolvimento tecnológico e a geração de produtos e processos inovadores.

“Além disso, a regulamentação estimula a mobilidade do pesquisador público nos processos de inovação tecnológica, bem como a sua participação nos ganhos econômicos e sociais resultantes. Essas atividades geram externalidades para o conjunto da economia brasileira, e não apenas para os atores diretamente envolvidos nas ações”, completou o ministro Kassab.

Já o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, destacou que o Marco Legal é importante para ajudar a destravar uma série de dificuldades legais e dar mais flexibilidade. “É um passo fundamental para a ciência brasileira avançar e gerar mais inovação. A forma como essa regulamentação vai chegar até as empresas e às instituições de pesquisa será um processo de construção e de aprendizado.”

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