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Facebook deve ter especialista em direitos civis no C-Suite, pedem empresas que organizaram boicote

Organizadores de um boicote publicitário contra o Facebook, exigem que a empresa tome medidas mais efetivas contra o discurso de ódio e a desinformação. Entre as medidas exigidas, está a contratação de um executivo com experiência em direitos civis para um cargo no C-suite na gigante de mídias sociais. A rede é acusada de tentar agradar políticos que têm conflito de interesses nas mudanças de política de segurança e conteúdo da empresa, de acordo com reportagem do The Wall Street Journal.

Mark Zuckerberg e Sheryl Sandberg, Diretora de Operações do Facebook deverão se encontrar na próxima semana com grupos de direitos civis das organizações responsáveis pelo boicote. “Se eles tiverem uma liderança em direitos civis com experiência no C-suite, a empresa será responsável por essas questões”, disse ao WSJ, Jonathan Greenblatt, Executivo-chefe da Liga Anti-Difamação, um dos organizadores do boicote.

O Facebook tem sofrido forte pressão para alterar e atualizar parte de seu conteúdo e políticas de segurança da marca. Os líderes da empresa solicitaram uma reunião com líderes dos direitos civis, incluindo Rashad Robinson, Presidente da Color of Change, e Derrick Johnson, Presidente e CEO da NAACP. Os líderes das organizações pediram boicote à plataforma para o mês de julho.

Grandes marcas também têm pressionado o Facebook pela mesma razão. Starbucks, Coca-Cola e Unilever já anunciaram que cortariam totalmente ou parcialmente os anúncios na plataforma até que a gigante tomasse medidas mais efetivas sobre o discurso de ódio.

O WSJ afirma que outras marcas como Clorox Co., Ford Motor, Microsoft, Microsoft, Levi Strauss e Verizon Communications já interromperam os gastos no Facebook e Instagram, mas que nem todas fazem parte da campanha de boicote e podem ter prioridades diferentes.

O Facebook também tem sido alvo de críticas de muitos funcionários – inclusive em relação a práticas racistas dentro da empresa -, ativistas e democratas que afirmam que a empresa não cumpriu suas regras contra políticos, incluindo o presidente Donald Trump, segundo a reportagem.

Os líderes de direitos civis querem que o Facebook faça mudanças significativas e seja mais responsável nos altos escalões de sua estrutura de liderança, de acordo com o WSJ. Executivos do Facebook, como Joel Kaplan, Vice-presidente de Políticas Públicas Globais da empresa, desempenham um papel nas decisões de conteúdo. Mas eles têm um conflito de interesses porque também querem agradar políticos que possam ter suas próprias opiniões sobre o conteúdo do Facebook, disse Robinson.

“Compartilhamos o objetivo dessas organizações; não nos beneficiamos do ódio e não o queremos em nossas plataformas”, disse uma porta-voz do Facebook em comunicado. “Esperamos ouvir diretamente dessas organizações e compartilhar uma atualização sobre os investimentos que fizemos e o trabalho que continuamos realizando”.

Os grupos de direitos civis listaram 10 etapas que gostariam que o Facebook seguisse. De acordo com a reportagem, Greenblatt, porém, disse que outra prioridade entre eles é a auditoria externa regular de discursos de ódio e desinformação com base em identidade nas plataformas da empresa, com os resultados disponibilizados publicamente.

O Facebook não deixou claro se seguirá alguma das recomendações sugeridas pelas organizações.

Os executivos do Facebook, incluindo Carolyn Everson, Vice-presidente do Global Business Group, disseram anteriormente aos anunciantes que a empresa não mudaria suas políticas com base na pressão da receita, segundo o WSJ. Greenblatt, entretanto, disse ao jornal que o boicote não é prejudicar a receita de publicidade do Facebook, que totalizou US$ 69,7 bilhões no ano passado, mas chamar a atenção da empresa e incentivar mudanças.

Entre as recomendações das organizações está, segundo a publicação, a ampliação das ferramentas de segurança de marca do Facebook; o fornecimento de mais reembolsos quando os anúncios são exibidos ao lado de conteúdo censurável; criação de um sistema interno para sinalizar automaticamente conteúdo odioso em grupos privados para análise humana; a descoberta e remoção de grupos públicos e privados focados na supremacia branca, conspirações violentas, desinformação de vacinas e outros conteúdos censuráveis.

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