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Como trabalhar (e coinovar) com startups? 5 etapas para garantir o sucesso

Poucos líderes de TI têm os talentos certos internamente para criar as tecnologias de ponta que muitas iniciativas digitais exigem. Para preencher essa lacuna, os CIOs estão cada vez mais procurando startups para ajudar a impulsionar a inovação em blockchain, Internet das Coisas (IoT), análises com inteligência artificial (IA) e softwares de segurança cibernética.

Mas trabalhar com startups pode ser uma ideia arriscada. Pesquisas mostram que maioria das startups raramente dura 10 anos, já que aquisições e exageros desafiam a direção de longo prazo, mesmo nas empresas mais promissoras. Depois, há a questão da cultura, que muitas vezes é uma ponte difícil para os CIOs, afinal, startups simplesmente operam de maneira diferente das empresas tradicionais.

Apesar de todos os desafios, os CIOs não podem se dar ao luxo de ignorar os recém-chegados ao procurar parceiros estratégicos – muitas empresas, inclusive, têm programas formais para trabalhar com startups. Noventa e cinco por cento das grandes organizações com um programa de inovação estrutural investem em incubadoras de tecnologia, enquanto 90% trabalham diretamente com startups ou fornecedores de nicho, segundo levantamento do Gartner. Além disso, 84% das organizações adquirem startups para reforçar a inovação.

No mercado de inovação

As startups são uma grande parte do modelo operacional da CIO da Johnson Controls, Nancy Berce, que trabalha com grandes empresas de tecnologia e startups como parte de uma abordagem de “grande aposta, sem arrependimentos” à inovação. A empresa, que desenvolve tecnologia inteligente que ajuda a gerenciar sistemas de incêndios e alarmes para edifícios, atualmente está trabalhando com o Google para gerenciar dados coletados de sistemas de monitoramento e está construindo uma prova de conceito com uma startup de vigilância por vídeo.

Recentemente, a Johnson Controls enviou colaboradores ao Vale do Silício para explorar startups – incluindo aquelas que desenvolvem soluções para criptografia, detecção de voz e análise – que podem ajudá-la a monitorar e detectar ameaças em ativos físicos e virtuais. Berce diz que o espaço de segurança cibernética, em particular, está pronto para investimentos, graças ao aumento de soluções que incorporam IA e aprendizado de máquina. Mas a Johnson Controls também está “interessada” em automação de processos robóticos e tecnologia blockchain.

De acordo com pesquisa de inovação tecnológica realizada pela KPMG, 31% dos CIOs afirmam que são os principais impulsionadores da inovação para suas empresas, seguidos pelo diretor de inovação (26%) e diretor de digital (21%). Os líderes de TI estimam que gastam entre 20% e 40% do seu tempo em iniciativas de inovação. No entanto, algumas empresas criam seu próprio canal de inovação impulsionado pelas startups.

Um pipeline para startups

A Mastercard, há cinco anos, criou o Start Path, um programa de engajamento global por meio do qual compartilha APIs e outras tecnologias, conhecimentos e parceiros no mercado com startups. Segundo Deborah Barta, vice-presidente sênior de inovação e engajamento de startups, o programa é dividido em períodos de seis meses, durante os quais a Mastercard apoia empresas que constroem diversas soluções, desde software de detecção de fraudes até segurança biométrica para serviços bancários.

Nos casos em que a inovação parece adequada, a Mastercard pode optar por investir em algumas dessas startups, mas isso nem sempre acontece. Desde o início do programa, a Mastercard decidiu investir em cerca de 40 das 2 mil startups avaliadas a cada ano. O Start Path dá uma vantagem às empresas promissoras, mas também ajuda a Mastercard “a ser mais ágil e a correr mais riscos” do que a maioria das empresas tradicionais, explica Barta.

Poucas empresas têm recursos financeiros para desenvolver seus próprios programas de aceleração de tecnologia, e menos ainda para criar uma abordagem refinada para a inovação. Mas isso não os impede de trabalhar com startups em projetos inovadores. “As organizações terceirizam formal ou informalmente a inovação no ecossistema de startups para uma infinidade de iniciativas”, observa o analista do Gartner, Erik Van Ommeren.

Um plano de cinco pontos para trabalhar com startups

Em vez de “colocar dinheiro nas empresas e esperar pelo melhor”, os CIOs devem fazer a lição de casa para se prepararem para o que implica cortejar e trabalhar com uma startup. Nesse ponto, Van Ommeren oferece 5 dicas publicadas em um relatório.

1. Descobrir onde as startups são necessárias

Van Ommeren diz que as empresas devem primeiro descobrir quais lacunas estão procurando preencher. Quais desafios de negócios você está tentando resolver e não consegue enfrentar internamente? Depois de saber quais recursos organizacionais precisam ser fortalecidos, você pode escolher diferentes tipos de abordagens, como visão estratégica para identificar áreas de crescimento e novos mercados, criar novas ideias para melhorar a experiência do cliente ou criar novos produtos e serviços e acelerar o seu desenvolvimento.

2. Explique o risco para as partes interessadas

As startups crescem e pedem força. Certifique-se de cobrir esses riscos com seus patrocinadores e verifique se os motivos para prosseguir com o trabalho com as startups são sólidos. Além disso, as startups demoram anos para se desenvolver, portanto, seja claro em relação aos prazos e às necessidades das partes interessadas durante esse período.

3. Escolha um mediador

Escolha alguém para navegar no cenário não apenas de startups, mas também de aceleradoras, incubadoras, investidoras, capitalistas de risco e consultoras. Essa pessoa criará canais para coletar informações sobre o mundo das startups e disseminará essa inteligência para as principais partes interessadas. “A pesquisa mostra que ter uma boa ligação de inicialização é um fator importante de sucesso para qualquer iniciativa”, declara Van Ommeren.

4. Crie uma “afinação inversa”

Em vez de ouvir as startups explicarem o que elas têm a oferecer, diga a elas quais problemas de negócios você está tentando resolver. Mas lembre-se: as startups de hoje são exigentes sobre as razões que fariam eles desejarem coinovar com você. Mostre sua visão de futuro e os melhores resultados, seguidos pelo que você tem para oferecer às startups (por exemplo, acesso a APIs, infraestrutura, força de vendas etc.). Certifique-se de que a proposta seja atraente, pois você deve assumir que também está “competindo com seus concorrentes pela atenção da startup. Os líderes de TI devem impressionar as startups”, acrescenta Van Ommeren.

5. Proteja-se contra os riscos

Envolva-se com fontes legais e de fornecimento para criar contratos-modelo para os tipos de parcerias escolhidas e os tipos de startups com as quais você gostaria de trabalhar. Os modelos devem abordar tópicos como quem possui os direitos de propriedade intelectual dos ativos desenvolvidos durante a colaboração, o que acontece quando uma startup falha, bem como as possíveis opções de encerramento de contrato.

Conclusão: deixe a parte menor liderar os esforços de inovação. As startups tendem a ser mais ágeis e focadas no cliente. “Caso contrário, você perde todo o motivo para trabalhar com elas”, finaliza o especialista.

 

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