Qual o papel dos edifícios na era dos espaços de trabalho compartilhados?

Há trinta anos, a tecnologia obrigava os trabalhadores a permanecerem em suas mesas para serem produtivos, hoje as coisas não são mais assim.

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2:27 pm - 11 de dezembro de 2019

A força de trabalho e o local de trabalho estão em constante evolução. Há trinta anos, a tecnologia obrigava os trabalhadores a permanecerem em suas mesas para serem produtivos, resultando em um trabalho relativamente “fácil” para os gerentes entenderem como o espaço era usado. Se você sabe onde seus funcionários vão trabalhar, naturalmente você tem mais controle de como precisa ser o espaço para ajudar a maximizar a eficiência.

Avançando 30 anos, os progressos na conectividade resultaram em uma força de trabalho ágil, móvel e flexível. De fato, as pessoas não estão mais trabalhando em suas mesas, mas trabalhando em horários flexíveis e entrando no escritório em diferentes momentos do dia – ou ocasionalmente trabalhando em casa todos juntos.

Além disso, o hot-desk com diferentes membros da equipe e o trabalho em espaços de trabalho dentro do edifício se tornaram comuns. No Brasil, uma pesquisa do Coworking Brasil diz que, em 2018, cerca de 214 mil pessoas eram usuários regulares mensais em espaços de coworking em todo o país. Uma pesquisa da Knight Frank mostra que os espaços de trabalho conjunto (onde várias pessoas de diferentes empresas e disciplinas trabalham na mesma área) cresceram 62% de 2016 a 2017, e espera-se que isso continue.

Essa confluência de fatores no local de trabalho criou um desafio e uma oportunidade diferentes para os gerentes de edifícios. Não basta simplesmente ver o espaço do escritório como algo para preencher, definir ou esquecer. Agora eles devem prestar mais atenção para garantir que os ocupantes tenham poderes e tenham a mesma grande experiência no local de trabalho.

O aumento da força de trabalho de millenials, que atingirá 75% da força de trabalho total de acordo com a Deloitte, deu lugar a novas expectativas sobre o que as organizações devem fornecer à sua equipe. Essa evolução resultou em novas políticas de trabalho, como em que dispositivos o trabalho pode ser feito (PCs, laptops, telefones celulares), políticas de trabalho flexíveis e espaços de trabalho colaborativos.

Um fator importante para capacitar os ocupantes continua sendo o uso inteligente da tecnologia no edifício e na força de trabalho. É fácil posicionar mesas, montar cubículos, garantir controle climático e fornecer iluminação adequada se você souber onde os trabalhadores estarão.

Um ótimo exemplo de capacitação de ocupantes é através da tecnologia baseada em aplicativo. A integração e distribuição de grandes quantidades de dados de construção em um aplicativo fácil de entender permite que os ocupantes se conectem diretamente ao ambiente ao redor. Isso permite um acesso mais simples aos espaços, bem como orientações para facilitar a colaboração com os colegas. Pesquisas da Gensler mostram que 90% dos trabalhadores são afetados pela qualidade do ambiente no local de trabalho, citando inclusive que a qualidade do ambiente de trabalho é importante para a satisfação no trabalho. Mais especificamente, eles trabalhariam por mais horas se o prédio fosse melhor projetado.

Por exemplo, se os gerentes perceberem que muitas pessoas estão clicando em “quente” quando falam da temperatura em um local de trabalho, os gerentes de construção poderão facilmente ajustar essa demanda para atender às necessidades dos ocupantes. Os gerentes de construção

também podem usar os dados do wayfinding para descobrir padrões de tráfego dentro do prédio, o que pode ajudar a direcionar melhor os recursos para um uso ideal.

O espaço vazio em um escritório pode resultar em organizações que pagam demais pelo espaço que não está sendo usado e em forças de trabalho que não funcionam de maneira tão produtiva.

A tecnologia de software que procura entender a utilização de um edifício oferece outra oportunidade para capacitar os ocupantes e os gerentes do edifício. Ao implantar essa tecnologia focada no espaço, os gerentes de construção podem receber insights acionáveis sobre os espaços que possuem e usam e podem converter espaços vazios em usos mais produtivos, beneficiando não apenas os ocupantes, com espaços produtivos, como também a economia de custos.

A constante evolução da tecnologia transformou a maneira como os prédios e seus ocupantes operam e interagem entre si. Ao aproveitar tecnologias como aplicativos e software, os gerentes de construção podem capacitar os ocupantes e dar-lhes maior autonomia e maior acesso dentro do prédio, fornecendo aos gerentes insights que ajudam a melhorar os resultados da organização.

Hoje vivemos em uma época em que o trabalho é mais ágil devido aos espaços colaborativos. Compreender o uso dos diferentes espaços dos edifícios tornou-se uma necessidade urgente para o bem-estar dos trabalhadores e também para o uso ideal dos recursos dos edifícios, com um efeito positivo para o meio ambiente, utilizando a energia de forma mais eficiente.

O segredo está nos dados e a tecnologia nos ajuda a obter as informações, entendê-las e tirar proveito delas para aprimorar as operações de uma construção.

*Por Juan Pablo Forno, Vice President and General Manager, Honeywell Building Technologies Latin America

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