Open Innovation e Corporate Venture

Por Cassio A. Spina, líder do Comitê de Startups da ABES*

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por ABES
8:32 pm - 02 de agosto de 2022

A inovação aberta ou open innovation (em inglês) é o caminho para que seja conduzidos projetos entre empresas, startups, pessoas e, até mesmo, órgãos públicos na criação de novos produtos e serviços. O professor Henry Chesbrough, de Berkeley, é considerado um dos primeiros a abordar a relevância da Inovação Aberta, em 2003, e a dizer que este modelo é a antítese do modelo tradicional baseado no departamento interno de P&D.  A inovação aberta é um novo paradigma para troca de conhecimento a fim de acelerar a inovação a partir da combinação de ideias internas e externas. P&D se torna um sistema aberto, pois se reconhece que o conhecimento, as tecnologias e os modelos que criam valor para o negócio estão presentes nos mais variados locais, especialmente nas startups. Entre as vantagens da inovação aberta estão a redução do tempo de desenvolvimento, redução de custos, promoção de networking, democratização do acesso ao conhecimento, entre outras.

O Corporate Venture é o conjunto de iniciativas de desenvolvimento de novos negócios por empresas já estabelecidas, sendo dividida em Corporate Venture Capital, em que a corporação faz investimentos minoritários em empresas inovadoras, conhecidas como “startups”, Corporate Venture Building, em que são criados novos negócios, algumas vezes frutos de spin-offs de produtos ou tecnologias desenvolvidos dentro da empresa.

Segundo relatório elaborado pela ACE Cortex (2022)[1] o Corporate Venture Capital (CVC) é uma ferramenta de Inovação Aberta que está à disposição das grandes empresas que precisam identificar novas soluções e atualizar seu modelo de negócio ou os processos operacionais. O CVC é realizado com o apoio e envolvimento de outros agentes do ecossistema de inovação, como as startups e as aceleradoras. Importante observar que o CVC se diferencia dos processos de investimentos e aquisições de negócios tradicionais, por ter foco em empresas inovadoras.

Um estudo da EY, Endeavor Brasil e Insper (2018) destaca que o CVC envolve a busca deliberada por novas ideias, conhecimentos e práticas além das fronteiras da empresa. Por um lado, as grandes companhias são beneficiadas pelas parcerias, pois têm acesso às últimas tecnologias e novos modelos de negócios que não poderiam ser desenvolvidos internamente em tempo hábil. A equipe de P&D pode ser pequena ou estar com outras demandas de inovações de curto prazo. É preciso arejar as ideias. Já os “empreendedores, por sua vez, adquirem acesso facilitado ao mercado e a recursos, além de oportunidades de vendas e de acesso à cadeia de valor da grande empresa. Se o engajamento entre empreendedor e empresa for bem-sucedido, ambos reduzem suas vulnerabilidades e aumentam suas vantagens competitivas[2].

Com a transformação digital em ritmo exponencial, as corporações precisam adotar novos métodos para inovar e a inovação aberta e Corporate Venture tem se fortalecido como estratégia, especialmente para as empresas que estão abertas às mudanças e que reconhecem que precisam melhorar seu desempenho na área de inovação para se manterem rentáveis e competitivas.

O sucesso de iniciativas de inovação aberta e Corporate Venture depende de um conjunto de fatores que vão desde uma visão estratégica de inovação bem estruturada, até a preparação e capacitação dos colaboradores da companhia, muitas vezes exigindo uma mudança de paradigmas culturais que permitam a aceitação de falhas durante o processo, associada ao aprendizado contínuo Recomendo fortemente a todas organizações que pretendam se envolverem nestas atividades, que antes aprofundem seu entendimento sobre estes temas conhecendo a experiência de outras empresas, para tanto convido a participarem da ABES CONFERENCE 2022 em 19/09/2022, aonde terei o prazer de mediar o painel “Open Innovation e Corporate Venture” com a participação de líderes de inovação de referência no mercado compartilhando sua vivência.

*Cassio A. Spina é líder do Comitê de Startups da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES). Formado em Engenharia Eletrônica pela Escola Politécnica da USP, atua há mais de 10 anos como investidor-anjo e advisor/conselhereiro de empresas em Inovação, Corporate Venture, invesitmento e M&A. É o fundador da Anjos do Brasil (www.anjosdobrasil.net) e Diretor Senior da ACE Cortex; autor dos livros “Investidor-Anjo – Guia Prático para Empreendedores e Investidores” (www.investidoranjo.net) e “Dicas e Segredos para Empreendedores”. Mais informações em https://linktr.ee/CassioSpina

REFERÊNCIAS:

[1] ACE Cortex, Report sobre Corporate Venture Capital (CVC) Disponível em https://bit.ly/ReportCVC

[2] EY, ENDEAVOR & INSPER. Corporate Venturing: Desafios e oportunidades no Brasil (2018). Disponível em https://www.ey.com/pt_br/strategy/corporate–venture—desafios-e-oportunidades-no-brasil. Acesso em 06 de maio de 2022.

 

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