Gestão Empresarial: um processo de aprendizado contínuo

A gestão de negócios é vista como uma atividade chata, porém na prática ela é muito mais do que apenas ler e interpretar números.

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12:55 pm - 07 de fevereiro de 2020

Vemos com certa apreensão que algumas instituições de ensino, quando abordam o tema da administração são muito rasas em relação às atividades relevantes para o gerenciamento de uma empresa. Em nosso entender, desde o ensino fundamental, as escolas ao seu modo deveriam começar a instruir as crianças sobre assuntos como empreendedorismo, gestão, liderança, administração do próprio tempo, comunicação e sobre as condições do autodidatismo, como complemento a sua formação profissional.

O tema ‘gestão de negócios’, para diversas pessoas, é visto como algo não interessante, porque entendem que se trata de uma atividade chata, entediante, monótona ou cansativa. Muito disso está atrelado ao pensamento de que gestão diz respeito apenas ao setor financeiro da empresa, aos valores do dinheiro, gastos, lucros e outros indicadores numéricos. Na verdade, a gestão de negócios na prática é muito maior do que apenas ler e interpretar números.

Para o bom gerenciamento de um negócio existem alguns pilares essenciais, que são as finanças, vendas e a gestão de pessoas, e uma sem a outra, acaba como uma engrenagem que não funciona. Saber gerir o dinheiro de forma correta é imprescindível! Não se pode misturar dinheiro pessoal com os recursos da empresa e infelizmente isso ocorre frequentemente no mercado. É necessária disciplina quanto à forma de divisão do dinheiro entre o empresário e empresa.

A área comercial, claramente, está entre atividades que necessitam de grande atenção, porque é ela que traz os lucros para a empresa e garante sua sobrevivência.  Investir tempo apenas nos controles financeiros e operacionais, não garantem sua permanência no mercado! É preciso vender!

A gestão de pessoas, é outro pilar que se tornou uma das atividades mais importantes na administração moderna, porque toda empresa é constituída de indivíduos, colaborador é que torna nossos negócios possíveis. Todo negócio é feito de pessoas e para pessoas! Sem elas só há força de vontade!

Existem muitas teorias sobre gestão que são explicadas em milhares de salas de aula pelo mundo inteiro, no entanto, é possível aprender bastante além dos estudos, bastando, observar, se informar, praticar e aplicar, conquistando a experiência necessária para adquirir autoridade no assunto. Logo, é insuficiente que se estude apenas teorias nas escolas e não as aplique no cotidiano empresarial. É preciso “skin in the game”, colocar a própria pele em jogo!

Por isso, as experiências do quotidiano, que nem sempre dão certo, são extremamente importantes para o aprendizado da liderança que rege qualquer negócio. Como prega um milenar provérbio japonês, “pouco se aprende com as vitórias, mas muito com as derrotas”. Mas o que vemos nas livrarias são inúmeros livros, ditando e receitando regras para se ter um negócio perfeito e infalível. Isso, na prática, nem sempre funciona. Erros fazem parte de qualquer negócio de sucesso, a diferença está em como se lida e se gerem eles.

Outro ponto sobre a gestão a se mencionar é que, no geral, são usados cases de grandes empresas, como a Amazon, Google, Apple, Samsung, Coca-Cola, para ensinar sobre gestão às pequenas e médias empresas, no entanto as estruturas e demandas são muito diferentes.  O Sebrae aponta que as micro e pequenas empresas geram 27% do PIB do Brasil, e em dez anos, os valores da produção gerada pelos pequenos negócios saltaram de R$ 144 bilhões para R$ 599 bilhões. Juntos, esses pequenos negócios abrangem 9 milhões de empreendimentos. Além do mais, empregam 52% da mão de obra formal no Brasil e sustentam 40% da massa salarial brasileira.

Os pequenos e médios empresários e empreendedores são aqueles homens e mulheres de negócios que têm força de vontade, porém, muitas vezes carecem de informações e suporte técnico para o alcance do sucesso de seus negócios. Digo sempre aos meus clientes que o fato de ser um bom advogado ou engenheiro, não garante que serão bons gestores de escritório de advocacia ou construtoras. Sendo assim, é imprescindível que esses profissionais busquem conhecimentos de gestão, contratem especialistas na área, participem de grupos empresariais (a troca engrandece e encurta caminhos) e principalmente, sejam autodidatas!

Uma atitude importante na administração moderna é direcionar os recursos financeiros de forma correta e pensada. Testem, errem e concertem rápido! Cuidem bem de seus clientes! Sem clientes não há empresa e não há gestão. O cliente pode simplesmente demitir todas as pessoas da sua empresa, inclusive o empresário e levar seu dinheiro para gastar em outro lugar. Simples assim!

Tem uma nova economia surgindo, tudo mudando muito mais rápido e ter uma nova geração de empreendedores, preparados para tocarem suas empresas se faz mais do que necessário. Os executivos precisam mudar suas mentalidades e entenderem que eles devem começar sozinhos, mas sabendo que no futuro devem ser dispensáveis para as organizações. Significa que eles não são super-heróis que fazem tudo sozinhos mas empresários que devem saber contratar as pessoas certas para compor um ecossistema onde todos performer o máximo possível e eles possam dedicar tempo para as estratégias para o negócios crescer. Quando se trata de gestão de negócios, feito é melhor que perfeito.

*Loredana Lacava Andraus é formada em administração e marketing pela ESPM, pós-graduada em negócios internacionais pela FGV, estrategista empresarial, business partner na Ludo Thinking Diretora da Flow, Membro Diretivo da Abmapro – Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização e Membro do Comitê Executivo do Mulheres do Varejo

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