Do cobre à fibra – como colaboraram para a evolução da conectividade

Serviços mais avançados como jogos online, serviços de streaming, tecnologias de VR e AR, "puxam" a conectividade para uma natural evolução.

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5:04 pm - 16 de julho de 2019

A demanda por mais velocidade e melhor estabilidade nas conexões com a internet exigem a evolução constante das tecnologias adotadas pelos provedores do serviço de banda larga. As arquiteturas baseadas em redes de fibra óptica têm sido construídas com o objetivo de suprir as crescentes demandas por serviço de banda larga fixa.

Esse é o resultado do crescimento exponencial de jogos online, streaming de vídeo, aplicações com base em realidade virtual (VR) e aumentada (AR). A adoção mais ampla de redes 4.5G e a eventual transição para 5G deverão abrir caminho para um novo ciclo de desenvolvimento tecnológico. No momento em que as inovações das telecomunicações estão transformando o mundo em que vivemos, é quase difícil lembrar que as coisas eram muito diferentes há apenas alguns anos.

Pessoas com mais de 30 anos lembrarão que o primeiro serviço disponível, e que permitia transmissão de dados, era baseado nas linhas telefônicas fixas e conhecido como rede dial-up. Para entrega deste serviço, se utilizava os cabos de par trançado dos operadores de telefonia fixa (rede de cobre).

Com o aumento gradual da demanda por serviços que permitiam uma maior transmissão de dados, ocasionado pelo aparecimento de novas aplicações, foi necessário a adoção de novas tecnologias que incluíam o xDSL (Digital Subscriber Line), com opções de transmissão de forma simétrica ou assimétrica e que variavam de 128 Kbps até 52 Mbps, dependendo da distância do assinante.

Com a massificação da utilização da internet, mídias sociais e aplicações tecnológicas que demandavam cada vez mais capacidade de transmissão, as redes metálicas – em função das limitações de propagação do sinal – começaram a ser limitadas por sua capacidade de transportar dados com maiores taxas de transmissão, dentro de um alcance de rede satisfatório, tipicamente de alguns quilômetros. O grande desafio passou a ser como aumentar não apenas a banda, mas também garantir um alcance maior das redes, pois dentro da evolução xDSL, o que víamos era que quanto maior a capacidade do circuito DSL, menor era o alcance dessa rede.

Em 2008, tivemos no país as primeiras avaliações da tecnologia que se tornaria uma das principais alternativas à rede fixa metálica. Desde então, a rede baseada em infraestrutura óptica vem ocupando um espaço importante e já está chegando em uma fase de maturidade.

Os maiores operadores da América Latina, presentes na Argentina, Brasil, Colômbia, México, Peru e outros, já utilizavam fibra óptica na rede de transporte, parte “core” do sistema, onde havia a rede de longa distância, com altas taxas de transmissão requeridas.

Com o passar dos anos e com a evolução das tecnologias, os provedores começaram a utilizar a fibra óptica para construção da rede de acesso: a chamada “última milha”, entregando serviços de vídeo, voz e dados com a fibra chegando dentro dos domicílios.

Desta forma, partindo da central telefônica (ou Headend, no caso das operadoras de TV a cabo) todo o caminho realizado pelo sinal até chegar ao assinante, possibilitando a prestação do serviço de banda larga, passa por cabos e componentes passivos ópticos. Essa arquitetura de rede ficou globalmente conhecida como Fiber To The Home (FTTH). No passado, era a rede metálica que desempenhava esse papel.

A arquitetura FTTH é uma realidade mundial e está sendo amplamente adotada em nossa região. Uma das grandes vantagens da rede passiva óptica (PON) é que, por ser 100% passiva em sua distribuição entre a central e o assinante, não existem componentes na planta externa que precisam de energia, como é o caso dos amplificadores ópticos das redes de TV a cabo (redes HFC), na configuração Node + X, onde X é maior que zero.

A rede metálica, no entanto, ainda tem um papel importante em nossa região como resultado da alta penetração dos serviços de telefonia, mas vem diminuindo ano a ano. Operadoras com cobertura nacional utilizam suas redes metálicas para atender municípios onde a rede de fibra ainda não é uma realidade, razão pela qual ainda vemos investimentos significativos em pequenas expansões e manutenção destas redes.

Nos próximos anos, veremos uma migração cada vez mais rápida das redes metálicas para as redes ópticas. Alguns gargalos – como a questão da banda necessária para prover diversos serviços que são esperados pela era gigabit – estão sendo solucionados pela evolução natural da tecnologia PON que, além do GPON (Gigabyte Passive Optical Network), está evoluindo para os chamados XG-PON com capacidades de 10G assimétrico, XGS-PON com seus 10G simétricos e NG-PON2 que permitirá a combinação de até 8 comprimentos de onda com 10G cada, totalizando até 80G de largura de banda por porta.

*Marcelo de Faria, Market Development Coordinator – CALA para a Corning Optical Communications.

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