Desenvolvimento do Brasil depende de investimento em tech para as cidades

Com a perspectiva de crescimento global, trazer mais qualidade de vida e inovação para as cidades é um ato de compromisso com as próximas gerações.

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10:45 am - 05 de setembro de 2019
Tecnologias para cidades inteligentes podem ser hackeadas

Viver em grandes cidades faz parte da rotina de grande parte da população mundial: estimativas apontam que mais de dois terços da população devem estar nos centros urbanos em 2050. Com a perspectiva de crescimento global, trazer mais qualidade de vida e inovação para esses locais é mais do que um investimento, mas um ato de compromisso e responsabilidade com as gerações futuras.

A conexão entre esse objetivo e políticas públicas capazes de estimular a inovação e o desenvolvimento tecnológico é inegável. Para compreender isso, basta observar o rápido efeito que a transformação digital tem no setor privado: maior produtividade e qualidade em diversos setores – além de maior possibilidade de capacitação para diversos profissionais por meio de plataformas online.

Mais do que aumentar o volume de recursos, a tecnologia representa uma via vital para tornar o Brasil um local cada vez mais desenvolvido e com melhor qualidade de vida para seus cidadãos ao longo do tempo. Dados do Centro de Estudo de Telecomunicações da América Latina mostram que aumentar o índice de digitalização em 1% equivale a um aumento de 0,32% no PIB.

Com mais recursos, crescem as chances de promover mudanças estruturais necessárias na sociedade. É fundamental lembrar que a população (não só aqui, mas em grande parte do globo) está envelhecendo de forma cada vez mais ativa. E é necessário apresentar alternativas para cuidar dessas pessoas ao longo do tempo.

Na Europa, continente que abriga 85% das cidades com maior índice de prosperidade do mundo, algumas das tendências observadas são a melhora do conceito de e-health como forma de facilitar consultas remotas e o uso de sensores que monitoram pacientes à distância (o que pode ser particularmente útil se analisado o mercado de pacientes com doenças neurodegenerativas), antecipando situações de risco.

Dentro ou fora de casa, minimizar danos e conter impactos em redes e serviços são objetivos comuns aos governantes de diversos países. Hoje, o recurso mais difundido no campo de segurança são os sistemas de videovigilância (CCTV). Com inteligência artificial, pode fornecer às cidades novas soluções, como o reconhecimento de objetos, pessoas e até mesmo de comportamentos.

Segurança é um dos pilares essenciais para o futuro, ao lado da gestão eficaz de recursos para manter as cidades em pleno funcionamento. Mais uma vez, a tecnologia pode ser uma aliada importante nesse processo. O uso de Internet of Things (IoT), por exemplo, permite incorporar sensores nos containers de coleta de lixo, por exemplo, deixando clara a maneira ideal de fornecer serviços de coleta com base em indicadores extremamente apurados de uso, condições de tráfego ou capacidade de atendimento.

Nada disso pode ser feito sem profissionais capacitados e aptos a lidar com esse novo cenário. Por isso, gerar ambientes de especialização e inovação capazes de atrair e manter o capital humano são pontos a serem observados. O avanço do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) representa uma excelente oportunidade para as cidades como meio de crescimento econômico e criação de empregos ao longo do tempo.

O desenvolvimento deste setor exige uma rede de instalações, ambientes e incentivos que atraiam e estimulem empresas, empreendedores, centros de inovação, universidades e investidores. E aqui, é possível observar iniciativas recentes do setor privado brasileiro: promover a criação de startups, oferecendo locais e meios para que essas iniciativas possam se desenvolver ao longo do tempo.

Atingir esse objetivo na esfera pública depende de um plano estratégico orientado, estável, definido e de longo prazo que priorize o investimento em ciência e novas tecnologias, oferecendo segurança para que os recursos alocados sejam capazes de gerar conhecimento e crescimento sustentável nos países em que forem aplicados. Além disso, deve-se traçar metas sob a premissa “Start Small, Think Big”, onde sejam priorizadas atuações viáveis e de impacto para ir paulatinamente crescendo e alcançando os objetivos estabelecidos.

Impulsionar o crescimento do país através da inovação, empreendedorismo e digitalização tem de ser um compromisso no Brasil dos próximos anos. Cada vez mais, acreditamos que é possível acompanhar e liderar uma transformação tecnológica que gere valor e traga competitividade para a economia, ao mesmo tempo em que impacta a vida cotidiana das pessoas, empresas e instituições.

*Por Jorge Arduh, CEO da Indra no Brasil

**Sobre a Indra: a Indra é uma das principais empresas globais de tecnologia e consultoria e parceira de tecnologia para as principais operações dos negócios de seus clientes em todo o mundo. É um fornecedor líder global de soluções próprias em segmentos específicos dos mercados de Transporte e Defesa. Também, é a empresa líder em Consultoria de Transformação Digital e Tecnologias da Informação na Espanha e na América Latina, através de sua subsidiária Minsait. Seu modelo de negócios é baseado em uma oferta abrangente de seus próprios produtos, com uma abordagem end-to-end, de alto valor e com um alto componente de inovação. No ano fiscal de 2017, a receita da Indra foi de 3.011 milhões de euros, conta com 40.000 colaboradores, está presente em 46 países e operações comerciais em mais de 140 países.

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