Cinco maiores desafios da liderança feminina no Brasil

Susanne Anjos Andrade, autora do best-seller “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil” fala sobre as dificuldades enfrentadas por mulheres líderes

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4:45 pm - 13 de novembro de 2019
Crédito: Envato Elements:

Travada por uma série de questões, incluindo fatores culturais, a igualdade de gênero no Brasil caminha lentamente, e ainda está longe de se tornar uma realidade.

Exemplos dessa desigualdade estão em toda a parte, assim como no mercado de trabalho, onde além das dificuldades existentes para a ascensão profissional de mulheres, há inúmeros desafios para aquelas que conseguem alcançar um posto de liderança.

Apesar do Brasil estar acima da média global em relação a mulheres que ocupam cargos de chefia, conforme aponta uma pesquisa realizada pela Grant Thornton, parcela bem pequena chega ao topo da liderança em empresas brasileiras. Segundo levantamento feito pelo Insper, em parceria com a Talenses, apenas 13% das presidências das organizações são ocupadas por mulheres no país.

A resistência em relação à ascensão profissional feminina não está limitada aos cargos de CEOs: três em cada dez brasileiros admitem ficar desconfortáveis em ter uma mulher como chefe, conforme a pesquisa publicada pela Ipsos em 2019. Esse número é comparável a países como Malásia e Índia, onde a resistência contra o protagonismo feminino são elevados.

Segundo levantamento de 2017 do Fórum Econômico Mundial, se a América Latina manter o ritmo atual na redução da desigualdade, serão necessários mais 77 anos para tornar a região mais igualitária. No Oriente Médio o mesmo patamar de igualdade só seria atingido após 161 anos.

Diante desse panorama, mulheres líderes enfrentam desafios diários e precisarão continuar com empenho extra para manterem-se em posições de destaque dentro das instituições. 

Falta de autoconfiança

Um dos grandes problemas enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho ainda é a falta de autoconfiança. 

Como acaba sendo mais frequente que as trabalhadoras enfrentem muitos obstáculos para conseguir conquistar lugar de destaque, isso pode gerar certa insegurança. Esse sentimento, diante de si própria e do cargo que ocupam, dificulta o engajamento com os colaboradores e também pode frear os avanços profissionais. O líder precisa inspirar sua equipe, mas antes de tudo confiar em seu potencial e em sua tomada de decisões. 

Escassez de cases

Num mercado competitivo e ainda dominado pela liderança masculina, há um déficit de cases de mulheres que venceram essas barreiras culturais e sociais para ocuparem lugares de destaque na liderança corporativa.

Com essa lacuna às vezes é difícil que outras mulheres tenham esse despertar para sua capacidade de liderança corporativa e que também saibam como lutar para conquistar mais espaço nesse segmento.

Salários mais baixos

Entre os diversos problemas enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho de modo geral, e evidenciados em cargos de liderança, estão os salários. 

Vários indicativos apontam que ainda é muito comum no país que a remuneração das mulheres sejam menores se comparadas a de homens que exercem a mesma função. Mesmo em postos do alto escalão essa realidade se faz presente.

Isso pode interferir na desmotivação das mulheres,  contribuindo também para manter a cultura organizacional enraizada na ideia de que as mulheres estão em desvantagem no mercado de trabalho.

Tempo de evolução

Persistência é outra característica indispensável para o êxito profissional feminino na atualidade, mas com os problemas causados pela desigualdade de gênero, e o maior tempo que as mulheres precisam despender para conquistarem seu espaço dentro das empresas, nem sempre elas persistem o tempo suficiente para chegar ao posto almejado. 

Falta de engajamento 

A falta de comprometimento com as questões de gênero em muitas organizações é algo que ainda contribuiu para a desigualdade no campo profissional enfrentada pelas mulheres. Muitas vezes são replicados preconceitos e comportamentos culturais que precisam ser evitados e banidos do cotidiano. 

O mais importante a ressaltar neste artigo é o “protagonismo”. Mesmo diante de toda essa realidade, quando uma mulher quer fazer acontecer para assumir a liderança, ela supera as barreiras, persistindo diante do seu sonho, o que ajuda a realizar. As mulheres têm buscando aliança dos homens nesse processo, homens modernos, desse mundo ágil e colaborativo, que estão mudando o mindset na perspectiva da diversidade e igualdade, entendendo a importância do papel das líderes nas organizações. Deve ser de todos o compromisso com a mudança cultural dentro da empresa para o respeito à diversidade como salto para a igualdade.

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