5 ações sabotadoras de quem está na busca de recolocação profissional

A especialista em desenvolvimento humano Susanne Anjos Andrade explica sobre as dificuldades enfrentadas na busca de um novo emprego.

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4:20 pm - 27 de dezembro de 2019

O Brasil tem mais de 12,5 milhões de desempregados, conforme pesquisa mais recente divulgada pelo IBGE. E ficar sem emprego é algo desafiador. A insegurança sobre o futuro, a instabilidade financeira e até emocional, são alguns dos obstáculos que precisam ser vencidos por quem está na busca da recolocação profissional.

Além disso, nem sempre é fácil encontrar um novo trabalho. “Na ânsia de conseguir uma nova oportunidade, algumas pessoas adotam medidas que, em vez de ajudar, podem ser sabotadoras da recolocação profissional”, afirma Susanne Andrade, especialista em comportamento humano e autora do best-seller “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”.

Segundo ela, é preciso manter a calma e reavaliar-se sempre, a fim de que as estratégias mais adequadas sejam adotadas nesse processo na busca pela autossuficiência financeira. Veja cinco ações sabotadoras de quem está tentando voltar ao mercado de trabalho, identificadas por Susanne:

Falta de autoconfiança

Ficar desempregado é difícil, e além de gerar restrições financeiras, muitas vezes também reduz a autoestima do profissional. É bastante comum questionar-se sobre o motivo da demissão, ou o porquê de ter sido o escolhido entre outros trabalhadores para não permanecer naquela posição.

No entanto, sem autoconfiança a recolocação fica cada vez mais difícil. Isso porque esse comportamento pode refletir na hora de participar de uma entrevista para uma nova vaga, por exemplo. Ou até mesmo na escolha de um perfil para candidatar-se. “O processo de recolocação pode ser demorado e, sem ter segurança, a sensação de frustração pode aumentar e gerar abalos emocionais nas negativas que surgirão pelo caminho”, diz Susanne Andrade.

Fazer uma lista com as principais habilidades e conquistas ao longo da carreira, que permite a visualizar essa trajetória, pode fortalecer a autoconfiança.

Não ter um foco

Outro ponto fundamental que pode prejudicar a volta ao mercado de trabalho é a falta de foco e clareza do que se pretende. “É comum as pessoas aceitarem qualquer trabalho quando estão desempregadas, no entanto, não ter um alvo e preparar-se para atingi-lo pode produzir esforços em vão”, afirma a especialista.

Para ela, a medida que se atira em todas as direções, torna-se mais difícil ter resultados positivos. Esse tipo de ação também pode prejudicar o profissional em seu ramo de atuação, que pode ficar cada vez mais distante.

O foco também é um importante aliado da perseverança. É preciso ter um objetivo em mente e buscar todos os recursos para conquistá-lo, assim como é preciso ter paciência para saber que nem sempre esses resultados serão rápidos ou ocorrerão numa primeira experiência.

Deixar de fazer contatos diários

Muitas vezes as pessoas perdem oportunidades pela falta de networking, que é o estabelecimento de novas relações com outras empresas e profissionais. Mas quando se está buscando emprego, não basta limitar a lista de contatos a trabalhadores de um determinado segmento. As possibilidades de novos contatos devem ser regulares e programadas, de modo a disseminar a informação sobre seus objetivos para um número maior de pessoas.

“Além de falar com profissionais para estreitar relacionamento e deixar claro o propósito de recolocação profissional, pode ser útil conversar com familiares e amigos. Quanto mais pessoas souberem que você precisa de um novo trabalho, mais chances haverá de ser lembrado por um recrutador ou te saber de processos seletivos abertos”, explica a autora.

Fixar-se em ações do passado

O desemprego não escolhe idade e nem posição hierárquica. A maioria das pessoas estão sujeitas a passar por isso em algum momento da vida. No entanto, é preciso desprender-se das experiências passadas na hora de buscar um novo trabalho, que deve ser sempre visto como oportunidade para recomeçar.

Em muitas situações, mesmo que a nova vaga venha com menos benefícios e salário menor, vale a pena avaliar. Para Susanne, em determinadas situações é indicado dar “passos para trás” no que se refere a algumas condições, para depois avançar. “O foco deve estar no quanto a oportunidade atende ao seu propósito”, diz .

Não ter currículos segmentados

“Não é porque você é um mesmo profissional que não precise segmentar seu currículo antes de enviá-lo”, conta a especialista em comportamento humano. Ela afirma que o documento, que será seu cartão de visitas em diversas empresas, precisa ser bem elaborado e direcionado a cada área que você tenta ingressar, desde que esteja alinhado ao propósito e ao que faz sentido para o indivíduo.

Nesse caso, é importante evitar usar um documento único para todos os envios, tampouco remetê-los em série. “É indispensável organizar as ideias e as habilidades conforme as expectativas da empresa, que fará o candidato ser mais notado pelos avaliadores”, conclui. O mais importante é que as informações sejam verdadeiras e personalizadas de acordo com a vaga.

*Por Susanne Anjos Andrade, autora dos best-sellers “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”, lançado pela Editora Gente, e “O Segredo do Sucesso é Ser Humano”, e do livro digital “A Magia da Simplicidade”. É coach, palestrante e professora de cursos de MBA pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP) em disciplinas sobre carreira, coaching e liderança. Também é sócia-diretora da A&B Consultoria e Desenvolvimento Humano, empresa que criou o “Modelo Ágil Comportamental”, e parceira da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP).

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