A tecnologia cada vez mais presente nos CSCs

Modelo de serviços compartilhados visa facilitar a adaptação às mudanças constante do mercado e da tecnologia

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12:23 pm - 03 de abril de 2019

Diante da necessidade de tornar seus processos de gestão e de back office mais eficientes e fazer frente, muitas empresas passaram a adotar e a investir no Centro de Serviços Compartilhados (CSC). E desde que esse conceito de trabalho, que baseia-se em uma estrutura gerencial que busca eficiência, geração de valor, redução de custo e melhoria nos serviços para clientes internos da empresa, veio à tona, o mercado vem sofrendo rápidas mudanças e evoluções nos últimos tempos.

Qualidade e produtividade no CSC são fundamentais, mas adaptar e se reinventar são as palavras de ordem nesse cenário de transformações. A Pesquisa Global de Serviços Compartilhados 2017, realizada pela consultoria Deloitte com mais de 300 organizações de todo o mundo para compreender os principais desafios dos CSCs a partir de 2018, revela alguns dados bem interessantes.

Para um cenário de futuro dos CSCs, 63% das empresas participantes da pesquisa pretendem utilizar robótica nos próximos três a cinco anos, 45% acreditam que o uso de Robótica e Automação de Processos (RPA) entregará até 20% de economia, em média, a seus respectivos negócios e, por fim, as empresas estão procurando novas formas de criar e capturar valor por meio de iniciativas como melhoria contínua, robótica e analytics.

De acordo com outra pesquisa do Grandview Research, o mercado de CSCs registra um CAGR (taxa de crescimento anual composta) médio de 30% nos últimos três anos e deverá se consolidar entre as empresas de grande e médio porte até 2022. Assim, definitivamente, é preciso ter um novo olhar para toda essa transformação que já estamos vivendo e que deverá ser intensificado em curto espaço de tempo.

Os motivos para apostar nesse modelo vão muito além da redução de custos, existe ainda o benefício do conhecimento compartilhado. Veja o caso do setor de Compras, por exemplo. As áreas das empresas demandam a aquisição de diferentes produtos e serviços e, nem sempre, a compra é feita de forma unificada e estruturada. Ao manter essa atribuição ao CSC, todas são realizadas pelo mesmo departamento e time. Logo, é possível planejar o quê e quando comprar – o que facilita a conquista de descontos e outros benefícios da aquisição em larga escala.

Quantos não são os bancos com os quais uma única companhia tem contato? Como ter a visão do todo com agilidade se o time financeiro precisa acessar os extratos de todas as contas corrente? E se não há agilidade, como conseguir tomar decisões estrategicamente acertadas?

Pense no caso dos pagamentos a diversos fornecedores ou na conciliação de todos os recebíveis da companhia. A quantidade de informação que deve ser trabalhada nessas operações é absurda. Fora o tempo dedicado da equipe do financeiro a essas atividades operacionais. Por essas e outras mais é interessante pensar em manter essas tarefas do dia a dia em um CSC.

Nesse cenário, um novo conceito que já está em uso no mercado e que vem com a ideia de revolucionar a forma de aumentar o nível de produtividade das empresas é o conceito de Indústria 4.0, que engloba as principais inovações tecnológicas nas áreas de automação, controle e tecnologia da informação. Com esse modelo, Internet das Coisas e Internet dos Serviços, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficazes, autônomos e customizáveis.

O RPA, por sua vez, tem contribuído para o aumento das atividades de forma efetiva a fim de gerar resultados positivos no CSC, ganhando notoriedade como uma alternativa ágil e flexível na automatização de processos. Com ele, as pessoas ficam livres para atuar em serviços que exigem o uso da razão, especialmente ações estratégicas, e de fatores humanos que contribuem para a inovação de qualquer empresa. Ou seja, é uma ferramenta que age na área de automação cognitiva de processos, que utiliza a inteligência artificial (como os chatbots utilizados nos atendimentos) para trazer novas soluções para o mundo empresarial.

Por isso, avalie bem o quanto sua empresa pode ganhar com um CSC. Se seus times dedicam, nem que sejam 20% do tempo a trabalhos operacionais, ele é uma boa aposta. Muitas companhias estão em processo de adaptação, já que trabalhavam com um modelo antigo de produção dos serviços. Mas não se pode parar no tempo, pois a transformação digital é inexorável para que se possa ampliar o desempenho, aumentar o alcance e garantir resultados melhores. Portanto, prepare-se!

*Pedro Arruda é diretor de Vendas Corporativas da Accesstage.

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