5G está chegando para mudar a relação consumidores e empresas

Saiba como esse avanço em matéria de conectividade transformará a interação entre as duas partes

Author Photo
5:45 pm - 05 de abril de 2019

O conceito de 4G mal se firmou no Brasil e as empresas, profissionais e consumidores já precisam se preparar para a chegada da quinta geração da internet. O debate sobre a implementação dessa tecnologia aumenta na mesma proporção em que países mais consolidados começam a realizar os primeiros testes em escala comercial.

A expectativa é de que o 5G possa, finalmente, concretizar conceitos como internet das coisas e inteligência artificial, promovendo uma verdadeira transformação na forma como as pessoas e organizações se relacionam na sociedade.

A expressão 5G remete à tecnologia correspondente à quinta geração de conexão móvel, seguindo a evolução desde o surgimento da Internet comercial nos anos 1990. As primeiras menções começaram ainda no início dos anos 2000, mas foi apenas em 2017 que o 3GPP, órgão internacional responsável pela padronização da internet móvel, definiu o primeiro padrão técnico, determinando que as redes devem operar em bandas de baixa frequência entre 600 e 700 MHz, ou médio alcance em 3,5 GHz e até em alta frequência em 50 GHz.

O surgimento da tecnologia 5G e a expansão de projetos de internet das coisas possibilitam a criação de ambientes digitais capazes de representar, cada vez melhor, o mundo físico por meio de dados e modelos matemáticos. Como as informações sobre preferências e hábitos de consumo estarão consolidados em plataformas digitais, podemos inferir que o uso de algoritmos fará com que a análise desses dados seja feita de forma eficiente.

Assim, é possível imaginar no futuro uma relação bem mais próxima entre consumidores e empresas, permitindo o engajamento não apenas pelas preferências de consumo, mas também por conta de seus interesses pessoais, valores morais, éticos, religiosos e políticos. Essa proximidade cria uma relação de comprometimento similar à relação de fãs com clubes de futebol, que acompanham novidades e participam ativamente na construção e evolução das marcas.

Atualmente, as aplicações de internet das coisas no varejo estão voltadas exclusivamente para o mapeamento das interações dos clientes com o estabelecimento físico – o que pode ser feito com a análise de expressões faciais e movimentações de mercadorias e clientes. A quinta geração da conexão móvel vai expandir esse potencial para as comunicações de dispositivos ubíquos, ou seja, aqueles que podem ser espalhados e utilizados de forma transparente para ações e interações humanas. Já imaginou um espelho que coleta suas medidas e oferece roupas adequadas para seu estilo? Pois é, uma vez inseridos em um estabelecimento, essas soluções poderão coletar e transmitir mais dados e processarão uma quantidade ainda maior de informações graças à conectividade com plataformas em nuvem.

Evidentemente, a adoção dessas tecnologias precisa ser feita de forma transparente e que permita que essa relação entre consumidores e empresas seja benéfica para ambas as partes. Cabe à organização iniciar esse processo de digitalização, ou seja, ter o desejo de se comunicar com uma pessoa de forma uniforme e avisá-la de que todas as interações são mapeadas. Campanhas educativas para informar e tirar dúvidas serão essenciais neste primeiro momento para esclarecer todos os pontos. Além disso, é essencial ter responsabilidade com os dados compartilhados pelos usuários – algo já previsto na LGPD, inclusive.

Apesar de todas as mudanças que o 5G promete trazer, é necessário ter calma neste momento. Ainda que exista uma grande expectativa em relação a esta tecnologia, ela está longe de ser realidade no Brasil. O padrão de implementação ainda não foi estabelecido, o que deve acontecer em 2020. Neste ano, uma versão inicial do padrão deve ser proposta para testes em larga escala, mas os planos comerciais devem chegar apenas 2021. Mesmo assim, quanto antes estarmos preparados para esse cenário, mais rápido iremos nos adaptar às transformações que devem acontecer em nosso dia a dia.

*Gabriel Dias é head de internet das coisas (IoT) da Semantix

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.