5 formas de não cair em golpes de pirâmides financeiras

Especialista brasileiro em gestão de ativos, Rudá Pellini, dá dicas de como enfrentar os perigos e não cair em armadilhas.

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2:54 pm - 21 de agosto de 2019

Cada vez é mais comum encontrar ofertas aparentemente irresistíveis de investimentos, oferecendo retornos muito acima da média, ainda por cima, com a suposta rentabilidade garantida. Agora, uma nova onda de investimentos suspeitos de prática de pirâmide financeira cresce pelo Brasil.

Os supostos esquemas, agora, envolvem as moedas virtuais, ou criptomoedas, como o bitcoin. As empresas prometem ganhos de até 50% ao mês sobre o capital aportado pelos investidores. O desconhecimento por parte do público a respeito desses temas permite que um número cada vez maior de golpes ocorram e milhares de pessoa sejam vítimas.

Essas empresas estão sob a mira do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Procuradoria da Fazenda Nacional. Nos últimos meses, as autoridades fecharam o cerco sobre esses grupos que, segundo a polícia, apresentam-se disfarçados de empresas de investimentos.

Em busca de “dinheiro fácil”, há relatos de diversas vítimas que investiram todas as suas economias e algumas até tendo tomado empréstimo no banco ou vendendo suas casas para acabar aportando os recursos nesses projetos que acabam por se mostrando serem golpes.

De acordo com as autoridades, o alto crescimento desses negócios está no fato de que eles realmente pagam aquilo que prometem no início aos participantes. O dinheiro para os saques seria proveniente dos novos aportes, realizados pelo crescimento da base de clientes, e não resultado dos investimentos que eles dizem realizar.

Para se ter uma ideia, enquanto uma aplicação de renda fixa como um CDB emitido por um banco de grande porte rende entre 5% e 6% ao ano, as empresas que operam nesse modelo divulgam lucros de 20%, 30% e até 50% ao mês sobre o capital investido.

O especialista Rudá Pellini dá 5 dicas de como evitar cair em golpes e entrar em pirâmides financeiras.

  • Prometeu rendimentos altos ou garantiu o resultado, provavelmente é golpe. Como fachada, diversas atividades podem ser alegadas (Trading, Forex, Arbritagem etc)
  • Use a internet a seu favor! Pesquise sobre o nome da empresa, do vendedor e dos executivos que estão à frente do negócio. Provavelmente, na primeira busca, você já encontrará informações para desmascarar o golpe. A Comissão de Valores Mobiliarios (CVM) e o Reclame Aqui também são boas fontes de consulta.
  • Faça o cálculo de juros compostos. R$1000 com 15% de rendimento ao mês durante 5 anos, transformam-se em R$ 4,3 milhões. Em 10 anos você estará na lista de bilionários da Forbes. O que realmente é algo fora de cogitação para qualquer produto disponível no mercado.
  • Pergunte sobre os riscos do investimento. Geralmente os golpistas tentarão persuadí-lo com falsas garantias (imóveis, patrimônio etc) que, na maioria das vezes, sequer existe. Empresas legítimas serão muito transparentes sobre os riscos envolvidos ou prometerão garantias reais e palpáveis.
  • O ego é seu inimigo! O chamariz desses golpes é mostrar pessoas que tiveram resultados, com carros e joias caras, viagens internacionais e voos em jatos particulares e helicópteros. Talvez essa pessoa seja até alguém próximo de você que vai falar para tentar te convencer a não perder a melhor oportunidade da sua vida. Não caia nessa, é só mais um golpe do bilhete premiado.

*Por Rudá Pellini, empresário que deu início cedo em sua carreira no empreendedorismo, começando nos negócios aos 14 anos com uma agência de design. Aficionado por tecnologia e inovação, em 2015 passou a estudar sobre blockchain e criptomoedas e o impacto que essa tecnologia teria no futuro do dinheiro e dos investimentos.
Após ter passado por algumas startups, em outubro de 2017, fundou nos Estados Unidos a Wise&Trust, uma startup que desenvolve Inteligência Artificial aplicada na gestão de ativos, onde atua como responsável pela área de novos negócios.

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