A vida no ano 1 Milhão

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3:09 pm - 22 de maio de 2018

O ser humano sempre ousou prever o futuro. Para provar sabedoria ou por arrogância, e porque sonhar não custa nada. A história da humanidade é rica em personagens muito além do seu tempo, que previram inovações que funcionaram de imediato, ou que seriam possíveis de serem construídas décadas ou séculos depois, ou que nunca deram certo. Leonardo da Vinci no final do século 15 havia construído esboços de helicópteros, paraquedas, tanques de guerra, concentrador de energia solar, calculadora, dentre outras invenções. Newton, Thomas Edison, Einstein e Turing não só previram como criaram o futuro. Nossos contemporâneos Bill Gates e Steve Jobs trouxeram a tecnologia digital para dentro das nossas casas. Elon Musk, CEO da Tesla e da Space X, é uma promessa, mas com muitas possibilidades de juntar-se a este time de visionários.

Vivemos um momento extraordinário com o surgimento de tecnologias disruptivas como Inteligência Artificial, computação cognitiva, Internet das Coisas, nanotecnologia e os computadores quânticos. É um cenário perfeito para os futurólogos de plantão. Alguns o fazem com um bom embasamento científico, outros simplesmente decolam em jornadas alucinantes. Ambos são ouvidos por muita gente, porque o futuro nos fascina.

Pode ser vista no YouTube uma série do History Channel chamada “A vida em 1 milhão de anos”. Feita com um bom rigor científico e muita criatividade, os episódios nos lançam numa incrível jornada a um futuro longínquo demais para ser previsto, mas muito legal!

Os cientistas que deram subsídios para os que escreveram essa série preveem que, no ano 1 Milhão, todo o trabalho repetitivo e em condições insalubres será feito exclusivamente por robôs. A agricultura será 100% automatizada. A nanotecnologia permitirá que minúsculos dispositivos, injetados em nossos corpos, ataquem as células defeituosas, eliminando as doenças da face da terra. O processo biológico de envelhecimento poderá ser retardado ou interrompido, e o homem viverá muitas centenas de anos. A população da terra, consequentemente, crescerá de forma acelerada e teremos que povoar novos planetas. Graças ao domínio dos “buracos de minhoca”, atalhos de espaço-tempo, anos-luz de distância espacial poderão ser percorridos em poucos minutos, viabilizando viagens intergalácticas. Mudanças efetuadas no nosso DNA criarão seres (humanos?) que sobreviverão em condições específicas de outros planetas. Nanoimplantes colocados em nosso cérebro nos darão a possibilidade de telepatia via internet.

Muitas dessas evoluções serão baseadas em tecnologias semelhantes ao que chamamos hoje de Inteligência Artificial (IA). Hoje as plataformas mais inteligentes de IA possuem a capacidade de uma criança de 4 anos. Espera-se que, em algumas décadas, essas plataformas atinjam a chamada singularidade, ou seja, a inteligência e, pasmem, a consciência de um adulto. Não há concordância entre os cientistas sobre essa data, mas todos afirmam que será ainda no século 21.

A IA com singularidade será, na opinião dos mais pessimistas, a última invenção do homem. A partir dela só as máquinas inventarão coisas. Assustador, não?

Mas existem outras visões do futuro. Por que, ao invés de criar Inteligência Artificial, não aumentamos a inteligência do ser humano? Afinal utilizamos somente 10% do nosso cérebro, correto? Errado. Esta afirmação, que todos passamos a vida repetindo, não passa de um mito. Não há nenhuma comprovação científica para tal. Ao final de um dia um ser humano utiliza 100% das áreas do seu cérebro. Isso não significa 100% do seu potencial. Na verdade a ciência não explica completamente o funcionamento do cérebro. Existem estudos que comprovam que podemos aumentar a capacidade intelectual de uma criança ou adolescente em até 20%. No ano 1 Milhão seguramente dominaremos muito mais esta área da ciência. Até aonde iremos, ninguém ousa prever.

A verdade é que cada um tem o direito de prever o futuro. Crie o seu! Quanto a mim, acho que melhor do que prever é construir o futuro todos os dias. Trabalhando muito, amando muito, aprendendo sem parar e fazendo sempre o bem. Não importando a quem.

 

Sergio Basilio é Diretor Comercial da Westcon Brasil

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