Um modelo de arquitetura corporativa para o ambiente de business intelligence

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2:36 pm - 05 de novembro de 2014

Como
alcançar o alinhamento da TI com os negócios organizacionais? Esta pergunta foi
feita há alguns anos, contudo sua resposta ainda está sendo, obstinadamente,
perseguida. Não obstante, algumas empresas insistem no “des”alinhamento da TI. Entende-se
que a própria necessidade informacional das empresas, carece de um perfeito
alinhamento entre os negócios e a TI.

 

Entretanto,
instrumentos que materializem e permitam tratar dessa questão objetivamente não
são tão conhecidos. A Arquitetura Corporativa – ou Empresarial (EA – enterprise architecture)
é um
desses instrumentos, pois é parte da estratégia de negócio de uma organização,
assim como um valioso recurso para executivos obterem informação tecnológica
correta em suas companhias.

 

A
construção modelos arquiteturais utilizando a linguagem ArchiMate contempla,
além do alinhamento, a alta produtividade e o crescimento organizacional. Ainda
mais, serão oferecidas aos stakeholders
visões específicas, estratégicas, com integração dos negócios, aplicações e
infraestrutura de TI.

 

De
outro lado, porém não menos importante, sabe-se que os dados nos sistemas
transacionais (OLTP – processamento de transações on-line) podem trazer análises
pífias para as empresas, abrangendo somente respostas básicas e limitadas. Os bancos
de dados transacionais possuem muitos dados que não são transformados em
informações estratégicas, que não agregam valor, sem a possibilidade de
análises e resultados adequados. Decerto, haverá deficiências para uma tomada
de decisão eficaz.

 

Contrapondo
o OLTP, emerge o OLAP (processamento analítico on-line) como forma de responder
às análises para a inteligência dos negócios (BI – business intelligence), permitindo manusear não somente dados em
tabelas pré-definidas, mas pesquisas sofisticadas, com visões
multidimensionais, obtendo ganhos mensuráveis para as organizações. O uso de
cubos, que materializarão o OLAP, poderão caracterizar dados em três ou mais
dimensões, filtrando-os, classificando-os e agrupando-os, enfim,
transformando-os em informações estratégicas, utilizáveis no conhecimento
organizacional.

 

Contudo,
o alcance destes objetivos estratégicos é um árduo caminho a se trilhar. Mas, os
profissionais da área de BI podem contar agora com o aporte dos arquitetos organizacionais,
que se serve de uma linguagem de arquitetura corporativa com vistas na
descrição de componentes e suas relações e que priorize o alinhamento
consistente, estabelecendo o equilíbrio dos negócios, sistemas e TI. Diante do
que foi exposto, questiona-se: por que não utilizar um modelo de EA cujo foco
seja o ambiente da inteligência de negócios?

 

Modelo de arquitetura empresarial para
o BI

 

O
que se propõe aqui é um modelo de arquitetura empresarial, utilizando-se da
linguagem de modelagem ArchiMate, concebido para a representação genérica dos
elementos no contexto de BI, assim como os seus relacionamentos. Tal modelo
está representado na Figura 1, com as três camadas típicas da EA, contudo com
uma pequena variação para fins de clarificação: negócios (subdividida em três camadas); aplicações (subdividida em duas camadas); infraestrutura de TI.

 

Na camada de negócios os atores (usuários) realizam o papel de analisadores de informações. As buscas por informações analíticas são os
serviços desta camada. No que tange à informação, tem-se as tabelas dos bancos de dados transacionais
e os cubos OLAP. Cada um destes
objetos de dados tem uma relação de acesso com as funções de negócio.
Observa-se que, frequentemente, os usuários
fazem tentativas de obtenção de respostas
analíticas nos sistemas transacionais (OLTP)
, a maioria sem sucesso.

 

As
funções de negócio abarcam (são compostas) os processos de negócios. A função
de negócio denominada tentativas de obter
respostas OLTP
é composta dos processos de escolha de tabelas e construção
das consultas SQL,
processos estes que aparecem com frequência nos
ambientes dos sistemas transacionais. De outro lado, mas ainda nesta camada de negócios, encontra-se a função
de tentativa de obter respostas
analíticas
. Aqui se encontram os processos definição das métricas e definição
das dimensões
, que são as escolhas realizadas pelos usuários no ambiente de
BI.

 

Em
seguida, na camada de aplicações,
aparecem os serviços que irão prover as funcionalidades da camada de negócios. São eles as instruções
DML
(linguagem de manipulação dos dados) e as consultas OLAP para os serviços das informações estratégicas.

 

Ainda
na camada de aplicações aparecem os componentes dos sistemas OLTP. A consolidação
dos dados dos subsistemas
é realizada no conceito de EDI (intercâmbio
eletrônico de dados – electronic data
interchange
), muito comum em ambientes com sistemas heterogêneos. Aparecem
também os bancos de dados (BD) dos sistemas OLTP, assim como as inúmeras
consultas SQL (linguagem estruturada para consulta em BD). Já o componente sistemas OLAP – cubos multidimensionais
é a representação dos diversos cubos que são desenvolvidos no ambiente de BI.

 

Finalmente,
na camada de infraestrutura de TI,
representam-se dois servidores contendo, de um lado, os sistemas OLTP – BD e aplicações
OLTP
, e, de outro, o servidor OLAP,
composto pelo data warehouse (banco
de dados específico, construído para o BI), e as aplicações OLAP.


Modelo arquitetura corporativa para business intelligence Fernando Zaidan 

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