T.I. há trinta anos!

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9:51 am - 14 de agosto de 2013

No fim da década de setenta o ambiente de Tecnologia da Informação tinha algumas características. O Brasil estava vivendo a Reserva de Mercado definida pelo Governo Militar. Para aqueles mais novos, a Reserva de Mercado decretava que computadores de pequeno e médio porte utilizados no Brasil teriam que ser fabricados (ou montados) aqui no Brasil por empresas com capital brasileiro. Os computadores de grande porte poderiam ser importados, porém teriam que cumprir um rigoroso cronograma de entrega de documentos que justificassem a necessidade. Essa documentação seria analisada e teria sua autorização (ou não) dada pela (se não me engano) CAPRE. Não me lembro bem o significado da sigla.Esta decisão tinha (?) o objetivo de gerar uma indústria nacional de micro e mini computadores. Como as coisas complexas não acontecem por decreto, tudo não aconteceu como previsto. Porém um segmento evoluiu e com certeza é a base do conhecimento que temos hoje para serviços em que somos referência mundial: eleições e recebimento do imposto de renda.Este segmento que fez do limão uma limonada foi o segmento bancário. É verdade que todos os bancos que na época estavam com projetos de automação com equipamentos dos grandes fornecedores mundiais, tiveram que parar seus projetos. Durante alguns meses ficou uma estagnação. Porém com uma inflação mensal na estratosfera, os bancos precisavam de agilidade e solução para o seu processamento e captação de dados espalhados pelo Brasil. Eu trabalhava em um banco médio (100 agencias), porém espalhado em todas as capitais do Brasil, nas grandes cidades e em pequenas cidades bem distantes. Naquela época para um banco abrir uma agência em uma capital, precisava abrir agências em cidades do interior. Para um carro trazer um malote de cheques de uma cidade para outra, tinha um limite de tempo que não poderia ser diminuído.Mas, os bancos resolveram desenvolver soluções com fabricantes nacionais. Isso fez com que equipamentos e programas aplicativos e de sistema operacional fossem desenvolvidos especificamente para a automação bancária. Tínhamos limitações de pequena capacidade de armazenamento e uma péssima e cara transmissão de dados com velocidades de 2.400 bps à 9.600 bps.Três grandes blocos de soluções surgiram no início: Bradesco (Scopus), Itau (Itautec) e outros bancos com a DIGIREDE. Participei intensamente do projeto que viabilizou a DIGIREDE. O BANORTE, um banco privado em Recife/PE aceitou a parceria com um empreendedor e especialista em soluções real time: Arnon Schreiber, que junto com especialistas e pessoas vindas da USP desenvolveram uma solução aceitável (custo e crescimento gradual) para os demais bancos. Surgia a DIGIREDE. Relembrei tudo isso porque em 1978, a UFPE formou a primeira turma de Bacharéis de Informática. São trinta anos que serão comemorados nesta semana em Recife, no Centro de Informática da UFPE. Fico feliz pois faço parte desta turma.Edison Fontes, CISM, CISA.Consultor, Professor e Autor de Livros de Segurança da Informação.Núcleo Inteligência. Participa ABSEG, ISACA e InfoSecCouncil.[email protected]Ética! Um princípio sem fim

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