Quem manda em quem?
Comecei 2016 como eu gosto: conversando com revendas! Liguei nos primeiros dias do ano para um grande amigo, dono de uma tradicional revenda de networking com quem faço negócios há 20 anos, e saudei-o com os tradicionais votos de Feliz Ano Novo. A resposta foi: “Feliz 2017 para você também”. Para ele 2016 já é um ano perdido mesmo antes de começar. O pessimismo dele é compreensível, mas questionável.
Ninguém pode negar que vivemos uma das piores crises econômicas dos últimos 30 anos. Somam-se a ela uma crise política e, acima de tudo, uma crise de confiança no governo. Essa é a parte meio vazia do copo. A parte do copo meio cheia para os canais de distribuição de TI, a meu ver, é maior, como veremos a seguir.
Todos sabemos que empresas vitoriosas são aquelas ágeis e inovadoras. E é impossível alcançar agilidade e inovação sem a tecnologia! Os tempos bicudos exigem otimização dos recursos, também impossível de se atingir sem tecnologia! A segurança das redes é absolutamente essencial para a continuidade dos negócios. A sua atualização não pode esperar o dólar baixar ou a crise passar. Tem que ser feita agora!
Existem hoje no Brasil aproximadamente 20.000 revendas de TI. Há um processo de consolidação das revendas que se iniciou há mais de 10 anos que, com a crise, se acentua. Mais oportunidades para todo o ecossistema de TI de crescimento! Segmentos como o de turismo interno e exportações em geral apresentam índices reais de crescimento. Há muitos outros argumentos para defender a minha visão não tão pessimista do momento.
A história se repete, sabemos. Nada mais oportuno do que analisarmos o que aconteceu nas crises anteriores e aprendermos com elas. Em setembro de 2008 iniciou-se, com a quebra do Lehman-Brothers, a chamada crise do sub prime, que colocou o mundo inteiro numa forte recessão da qual começamos a sair somente em 2014, seis anos depois. Em junho de 2009, no auge da crise, a Cisco organizou o seu tradicional Partner Summit. No keynote do Keith Goodwin, VP Global de Canais da Cisco na época, destacaram-se 2 citações dele:
“Ninguém gosta de tempestades econômicas, mas, nessas ocasiões, devemos aproveitar o recuo de alguns para avançar”.
“Perante o cliente não há separação entre fabricante, distribuidor ou revendedor. Somos um só!”
Sábias palavras que podemos usar hoje!
Quanto ao fato de muitos acharem que o governo é o culpado por tudo e que, com o quadro político atual, não há esperanças de melhora, como executivo de uma multinacional que sou, não devo me pronunciar sobre esse tema. O que posso dizer é que, como em qualquer país democrático, prefeitos, governadores e presidente são pagos com os nossos impostos para que gerenciem a coisa pública e promovam o bem comum. Eles trabalham para nós, não ao contrário!
Esqueçam, portanto, esses nossos empregados e vamos em frente!
Feliz 2016!
Sergio Basilio é Diretor de Estratégia e Soluções de Cloud para a América Latina e responsável pela estratégia global de IoT da Westcon-Comstor.
