PRTG 2018 Análise comparativa com Zabbix, uma das alternativas de mercado – parte 3

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10:43 pm - 25 de setembro de 2018

Parte 1/3 – PRTG 2018 A vital importância da monitoração do ambiente de TI
Parte 2/3 – PRTG 2018 Monitorando o ambiente de TI, teste completo
Parte 3/3 – PRTG 2018 Análise comparativa com Zabbix, uma das alternativas de mercado

Quando essa avaliação do PRTG foi concebida surgiu a ideia de compará-lo com um produto de mercado que também se propõe a cumprir o que o PRTG faz. Surgiu a ideia do Zabbix porque é uma solução que tem algum eco no mercado, então seria natural realizar esta comparação. O Zabbix tem alguns fervorosos defensores, principalmente porque ele é open source e tem “custo zero”. Este fator é um atrativo bastante grande, posso entender. Mas será que apenas isso justifica sua adoção no lugar do PRTG?

Instalação do PRTG: o PRTG consiste de um programa que roda em plataforma Windows (versão 7 para cima) e o download de um pacote de instalação é feito do site da Paessler para ser instalado no computador que realizará a função de monitoração. Se a quantidade de sensores a monitorar for muito grande recomenda-se dedicar uma máquina apenas para o PRTG. Em todos os testes que eu fiz, usando até 1000 sensores eu usei um Windows Server que era inclusive AD (a despeito de não ser a forma mais correta). A Paessler condena com veemência essa prática, instalar o PRTG no AD, até porque este servidor pode ser reiniciado em caso de atualização do PRTG. Eu cometi esse erro no meu teste e estou destacando aqui para que não seja feito!!

Instalação do Zabbix: no site existem referências para downloads de módulos para serem instalados em uma máquina Linux. Requer Apache, PHP e banco de dados MySQL instalados (ou devem ser instalados). Há instruções para configurações do Apache, como criar o banco de dados no MySQL e como configurar o PHP. Não são extremamente complexas, mas exigem cuidado e atenção em cada etapa para não deixar nada para trás. Alternativamente poder ser baixada uma imagem de máquina virtual que foi o que eu usei, exatamente por já conter um Linux, PHP, Apache e MySQL pré configurados, mas exige um ambiente de virtualização que pode ser VMware, KVM, Hyper-V, Virtual Box, Azure, etc. Porém este appliance em máquina virtual não é recomendada para uso em produção e sim apenas para propósito de avaliação. Portando, para ser usado em produção, todo o ritual de instalação de Linux, PHP, MySQL e Apache deve ser executado em uma máquina da empresa.

Avaliação: a implantação inicial do PRTG é muito mais simples pois apenas consiste na instalação de um programa em um PC com Windows, tarefa realizada em poucos minutos. E essa instalação já pode ser usada definitivamente em ambiente de produção, ao contrário do Zabbix que requer instalação complexa ou se usar appliance virtual, apenas deve ser usado para avaliação.

Interface do PRTG: é limpa e clara, vem sendo melhorada e modernizada nos últimos anos. Tem versão WEB, cliente Windows e aplicativo para celular. As funções são claras e as opções são localizadas em locais intuitivos. Adicionar elementos para monitoração e novos sensores também é rápido e intuitivo. A apresentação das informações sobre a rede, alarmes, alertas, avisos, etc. é bastante completa e fácil de interpretar em seu dashboard padrão (que pode ser customizado). Ainda conta com módulo de relatórios com as funções mais usadas e permite que novos relatórios sejam criados de acordo com a necessidade das empresas.

Interface do Zabbix: achei confusa. A terminologia é complicada. Devem ser inseridos HOSTS e não DEVICES como é no PRTG. Não tem programa para PC, mas dispõe também de aplicativo para celular. A tela inicial se propõe a ser um dashboard como o do PRTG, mas não tem um conjunto de informações úteis e organizadas de forma didática. Essencialmente há recursos que permitem montar um dashboard tão completo como o do PRTG, mas tem que ser construído manualmente.

Realizando Auto Discovery no PRTG: no ato da instalação do produto já é oferecida a opção para vasculhar a rede e descobrir os dispositivos existentes e já mapeá-los no sistema, incluindo a opção de análise detalhada (na qual um grande número de sensores será alocado) ou adicionando apenas os sensores mais comuns. Em ambos os casos sensores podem ser removidos ou inseridos posteriormente para simplificar ou enriquecer a monitoração.

Realizando Auto Discovery no Zabbix: no ato da instalação do produto não existe opção para vasculhar a rede e descobrir os dispositivos existentes e já mapeá-los no sistema. Depois do sistema estar ativo pode ser disparado um processo de Discovery, porém de forma muito complicada e muito técnica, cheia de opções baseadas em protocolos (principalmente SNMP).

Em ambos os casos sensores podem ser removidos ou inseridos posteriormente para simplificar ou enriquecer a monitoração. Há também alguns modelos para facilitar, mas em número muito menor.

Adicionando novos sensores no PRTG: por meio da interface de gerenciamento, cada elemento tem sua rede de sensores a mostra e uma fácil opção para adicionar sensores. Pode ser feito de forma manual, um sensor de natureza específica desejada ou pode ser executado novo processo de Discovery no dispositivo, inclusive baseado em modelos, para auxiliar o sistema a identificar mais rapidamente ou para restringir os tipos de sensores que serão alocados. Por exemplo, posso definir que a busca deve ser feita baseada na informação que aquele dispositivo é um servidor de virtualização e restringir apenas às buscas dos sensores relacionados ao uso de memória daquele VMware, Hyper-V, etc. Além disso a operação conta com assistente muito simples que auxilia o processo (figura abaixo)

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exemplo de processo para adicionar sensor no PRTG (clique para ampliar)


Adicionando novos sensores no Zabbix
: não é simples, mas é bastante versátil. Não é simples porque implica na definição de muitos parâmetros de SNMP, versão 1, versão 2 , versão 3, protocolos, autenticação explícita (o PRTG permite herdar as credenciais do dispositivo pai), interface NMP, JMX, IPMI, etc. definições que se por um lado podem abrir (em teoria) amplas possibilidades, não são nada fáceis de usar.  Alternativamente pode usar agente instalado em cada dispositivo (explicado adiante).

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exemplo de processo para adicionar sensor no Zabbix


PRTG e Zabbix têm conceitos diferentes para ativação do monitoramento

Há uma diferença fundamental entre o Zabbix e o PRTG que é o conceito de monitoramento baseado em agente e sem agente. O PRTG usa protocolos de rede padrão como SNMP, Fluxo, Ping, FTP, sniffing de pacotes etc. Por sua vez o Zabbix obriga a instalação de um agente em cada dispositivo monitorado.

Nem sempre isso é possível de ser feito e para isso o Zabbix também oferece suporte para alguns protocolos básicos, como SNMP ou TCP. Com as Sondas Remotas (diferenças explicadas melhor abaixo), ao contrário dos agentes, o PRTG oferece mecanismos de pesquisa adicionais que podem ser usados para balanceamento de carga. O PRTG também é mais adequado para monitorar redes distribuídas localmente (sub redes,VLANs, etc.) ou segmentos de rede separados por firewalls (geralmente remotas).

Monitoramento remoto no PRTG: existe o conceito de “sondas remotas” que realizam a função de monitorar uma rede que não seja a mesma na qual está instalado o PRTG. Sua instalação é bem simples, em um PC com Windows, requer liberação no firewall da porta TCP certa e do IP no qual está instalada a sonda remota. A partir disso aquele dispositivo e os outros na sua rede são enxergados pelo PRTG como se fosse da própria rede. Usei bastante isso no teste, pois havia 6 ambientes remotos para monitorar. Uma Sonda Remota agrupa todos os dados de monitoramento de todos os dispositivos e aplicativos monitorados em uma rede e de forma periódica (bem frequente), utiliza protocolos padrão e envia os dados de monitoramento para o servidor núcleo usando criptografia SSL. É uma solução bastante robusta!

Monitoramento remoto no Zabbix: existe o conceito de “Agentes”, que essencialmente faz o mesmo papel da sonda do PRTG. Há uma diferença, as sondas existem para Windows, algumas distribuições Linux como Ubuntu, FreeBSD, OpenBSD, AIX, etc. A instalação do agente é relativamente simples, mas aplicam-se as dificuldades de alocação de sensores nos dispositivos remotos da mesma forma que é complicado nos dispositivos locais.  Exige conectividade de rede estabelecida para haver o monitoramento remoto. Sem acesso à rede, as localidades remotas não serão alcançadas para monitoração.

Suporte do PRTG: existem grupos de discussão, suporte por e-mail, fóruns de suporte, FAQs, Base de Conhecimento e para quem comprou o produto, no prazo de 12, 24 ou 36 meses também tem formulário para envio de questões no site (abertura de ticket) que resulta em suporte prioritário por e-mail.  O plano de manutenção deve ser renovado  para ter direito a atualizações e suporte. Mesmo sem renovar o contrato de manutenção é possível continuar a utilizar o software, mas sem direito à suporte prioritário ou atualizações do produto.

Suporte do Zabbix: existem grupos de discussão, fóruns de suporte e a possibilidade de contratar suporte que é dividido em níveis: Bronze, Silver, Gold, Platinum e Enterprise. Não existe preço divulgado no site, orçamento é feito caso a caso. E pela complexidade do produto, estes níveis de suporte serão mesmo necessários. Então o produto é gratuito, mas o suporte é pago.

Zabbix e PRTG se propõem a chegar no mesmo lugar, ou ao menos em um lugar parecido que é a monitoração da infraestrutura de rede, dispositivos, servidores, roteadores, impressoras, access points wifi, etc. mas a forma como isso é feita é muito diferente. O Zabbix tem recursos em nível até parecido, mas é mais complicado para usar do que o PRTG. Neste teste, depois de implantar e usar o PRTG por várias semanas, implantei o Zabbix sem a intenção de replicar o monitoramento que eu já tinha feito e sim apenas uma diminuta parte para que eu pudesse sentir o produto. Para fazer esta implantação em bem poucos elementos monitorados demorei semanas. O PRTG eu já conheço, mas não foi só essa a diferença, ele é de fato muito, mas muito mais trabalhoso para configurar e manter. Ele é de graça, isso pode fazer diferença para algumas pessoas. Porém, monitoração da infraestrutura é algo tão importante, tão séria para a continuidade dos negócios, que o preço da licença perpétua do PRTG é por demais barata. Após um ano deve ser paga uma taxa (menor) para renovar e ter direito às atualizações e suporte. E o Zabbix tem a possibilidade de suporte pago em 5 níveis para a empresa ou contratar um parceiro ou empresa que preste consultoria para o suporte ao Zabbix (existe parceiro/consultor no Brasil).

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Conclusão

A evolução constante é fator muito importante, ainda mais em uma categoria que é crítica para o negócio das empresas. Ao testar o PRTG em 2012, 2014, 2016 e agora em 2018 a evolução do sistema é perceptível.

A interface da versão Web recebeu uma nova organização, novas informações, um dashboard de dados da rede, dispositivos, sensores, avisos e alarmes. Adicionar sensores aos dispositivos ficou mais fácil, seja pelos atalhos criados, seja pelo assistente que direciona às inclusões de forma muito simples. As sondas remotas já não mais têm indisponibilidade apenas por um breve período (nesta versão senti ser mais rápido que em versões anteriores essa atualização) quando há alteração de versão do núcleo do PRTG.

O desempenho e navegação do aplicativo para smartphone está muito bom. E por fim, como acontece em cada nova versão, o conjunto de sensores tem sido ampliado permitindo que mais e mais situações, cenários e ambientes sejam analisados, monitorados e administrados.

Comercialmente a Paessler tem uma postura muito clara e transparente em relação à comercialização do PRTG, bem flexível. Existe uma versão de demonstração, que é ilimitada por 30 dias, com capacidade ilimitada. A Paessler é bastante transparente com sua política comercial, publicada no site, provendo versões com 500 sensores, 1000 sensores, 2500 sensores e  5000 sensores. Há ainda versões corporativas ilimitadas inclusive no nível de abrangência mundial. Veja na figura abaixo.

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política de comercialização baseada em quantidade de sensores

Uma implantação pode começar com a versão de demonstração de 30 dias (sem limites) e após este prazo, em função da necessidade efetiva de monitoração, contratar a modalidade do produto com o volume de sensores conveniente. No futuro, se a necessidade crescer, a ferramenta pode, por exemplo, crescer de 500 para 1000 sensores (ou mais).

O grande valor do PRTG transcende à motivação técnica. Poder atuar sobre um evento técnico logo que ele ocorra, ou mesmo fruto da análise proporcionada pelo produto, permitindo prevenir a ocorrência de um problema sério, que poderia interromper atividades críticas da empresa, é algo essencial para as empresas atualmente, tão dependentes de seus recursos de tecnologia. O efeito prático do teste no ambiente desta empresa foi bem perceptível. O nível de problemas, indisponibilidade de recursos e tempo para reação a incidentes ficou sensivelmente menor.

Assim, vejo o PRTG em 2018 como um produto evoluído, maduro, robusto, cujo valor para as empresas é fundamental, afinal ter informação sobre seus processos de negócios, dependentes de tecnologia é importantíssimo. Simples de instalar e de manter, flexível, ampla gama de sensores, muita informação como alarmes, relatórios, gráficos, é no mínimo uma ferramenta que deve ser experimentada caso a empresa ainda não desfruta deste tipo de tecnologia ou se utiliza um produto complexo e complicado. Pode valer a pena a troca.

O PRTG pode ser obtido no site da Paessler em sua versão totalmente gratuita, ilimitada (sem restrições de sensores) que será operacional por 30 dias. Existe também uma versão gratuita, porém limitada a apenas 100 sensores, que é adequada para redes pequenas e também para experimentação por prazo maior.

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download do PRTG versões Free e Trial

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