Os novos donos do mundo: ISVs

Colocar os aplicativos em nuvens públicas não é suficiente. O ISV tem que dar um aspecto amigável ao seu software, sem perder suas funcionalidades

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11:56 am - 10 de maio de 2021

ISV são as iniciais de Fabricante de Software Independente, em inglês. Ou seja, tanto a Microsoft quanto uma pequena empresa desenvolvedora de uma cidade no interior do País  são consideradas ISVs. O mercado, entretanto, classifica nessa nomenclatura os desenvolvedores de aplicativos.

Não importa o tamanho, o país de origem ou o segmento ao qual ele pertence. O número de empresas nessa categoria é difícil de medir. Tivemos acesso a um Instituto de Pesquisa que fala em 1.500 ISVs nos Estados Unidos e 500 em LATAM, sendo 300 no Brasil. Números muito tímidos!

Somente na cidade de São Paulo há seguramente mais de 300 empresas desenvolvedoras de software que comercializam seus sistemas. A maioria é invisível, pois faz software sob medida para um determinado cliente e não possui capacidade financeira e conhecimento para “produtizá-los” e vendê-los para mais clientes. Este artigo pretende explorar essa oportunidade de negócios para os ISVs, distribuidores, revendas e, acima de tudo, clientes finais.

A grande maioria dos aplicativos (apps) hoje é desenvolvida para dispositivos móveis. Smartphones principalmente. Isso nos interessa muito! O Brasil é o país com o terceiro maior consumo de horas por celular do mundo, ficando atrás somente de Indonésia e China. Quanto ao uso de apps não-games por celular, somos o segundo. Perdemos para a Índia somente.

O iOS App Store foi lançado em 2008 com 500 apps. Hoje, esse número se aproxima de dois milhões. O Google Play Store oferece mais de 2.5 milhões de apps para seus clientes. Estima-se que 500 milhões de novos apps, para dispositivos móveis e fixos, serão desenvolvidos nos próximos quatro anos em todo mundo. 10 milhões só no Brasil.

O perfil dos desenvolvedores no Brasil é muito semelhante ao do resto do mundo. Jovens engenheiros ou matemáticos, saídos das universidades com os mais avançados conceitos de desenvolvimento de software pululando em suas cabeças, mas descapitalizados, associam-se a profissionais mais experientes, experts em alguma vertical de negócio, que bancam os custos iniciais. Quase sempre há, por trás disso, um cliente que quer um software sob medida e financia, quase sempre de forma inconsciente, a gênesis de uma nova aplicação.

O primeiro passo está dado, mas a maioria dos desenvolvedores para aí. A transformação desse software dedicado a um cliente num aplicativo para venda em todo o mercado custa caro e requer conhecimentos que essa dupla nem sempre tem.

Nesse momento dois elementos importantes no ecossistema da TI podem fazer a diferença: fabricantes e distribuidores. A Microsoft apoia de forma vigorosa os desenvolvedores de softwares faz muitos anos. Existe um evento anual gigantesco chamado MSFT Build, antes chamado MSFT Developers, somente para esses profissionais. Várias iniciativas para apoiar a comunidade de desenvolvedores são executadas em todo o mundo, incluindo o Brasil. Esse apoio foi estendido de forma especial aos ISVs nos últimos anos. O motivo foi incentivar essas empresas a rodar as suas aplicações na nuvem pública MSFT Azure. O mesmo foco nos ISVs observa-se na AWS, Google e IBM, sempre tentando atraí-los para suas nuvens públicas.

Colocar os aplicativos em nuvens públicas é importante, mas não é suficiente. O ISV tem que dar um aspecto amigável ao seu software, sem perder suas funcionalidades. Precisa também de Market Place para divulgar seu produto, complementando-o com a infraestrutura e a segurança indispensável para dar tranquilidade aos clientes. Precisa oferecer suporte, de preferência, 7 por 24. E, para realmente ter escala na comercialização do software, precisa criar uma rede de parceiros que cubra o país. Tudo isso pode e deve ser ofertado pelos distribuidores que possuem recursos humanos e financeiros para proporcionar todos esses serviços ao ISV.

A parceria fabricante/ISV/distribuidor/revenda traz valor para todos os elementos, mas principalmente para os clientes finais, que terão acesso a milhares de aplicações para tornar seus negócios mais rentáveis e diferenciados.

Sergio Basilio é Diretor de Estratégia e Desenv. de Canais  da Synnex  Brasil

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