Os desafios remanescentes da transformação digital
No meio de tantas mudanças, os métodos e modelos de trabalho ao qual estávamos acostumados passaram por alterações extremamente significativas
Quem acompanha as notícias do universo corporativo sabe que ele foi palco de diversas transformações nos últimos anos, influenciadas principalmente pela pandemia de covid-19 que trouxe várias novidades para as rotinas das empresas. Dentre elas, destaca-se a transição quase que obrigatória para o home office, o trabalho híbrido, lideranças mais humanizadas e o uso de softwares, ferramentas e outras tecnologias que chegaram para facilitar processos, permitir a sobrevivência dos negócios nos novos tempos e entregar com mais assertividade aquilo que os consumidores desejam.
No meio de tantas mudanças, os métodos e modelos de trabalho ao qual estávamos acostumados passaram por alterações extremamente significativas e que devem permanecer por bastante tempo, sendo que a principal delas foi a busca cada vez maior das organizações por inovação e profissionais capazes de trazê-la para dentro de casa e aplicá-la o mais rápido e efetivamente possível.
De acordo com pesquisa da International Data Corporation (IDC), companhia líder em inteligência de mercado, as previsões indicam que a área de tecnologia da informação e telecom deve crescer 10,6% e 4%, respectivamente, nos próximos anos, resultando em um avanço muito significativo para o setor.
Porém, é importante ressaltar que, mesmo que muitos dos desafios que surgiram a partir da necessidade de fazer a transformação digital já estejam sendo solucionados pelas empresas, há ainda uma série de problemas e dificuldades que elas estão enfrentando na tentativa de se reinventar e alavancar os negócios.
A começar pela mão de obra qualificada. Segundo estudo do Gartner, empresa de consultoria, a falta dela é um dos principais impasses para que as corporações adotem a transformação digital de maneira efetiva. E não há indícios de que esse empecilho será solucionado num futuro próximo De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) até 2025 o Brasil abrirá aproximadamente 797 mil novos postos na área, o que mostra que a demanda por profissionais aptos só tende a se intensificar.
Outro obstáculo encarado pelas instituições é a falta de um processo de inovação estruturado, que geralmente resulta de uma dificuldade que os próprios líderes, gestores e C-levels têm de entender o que é o seu negócio e quais os seus objetivos. Isso porque sem ter tudo isso bem definido, fica difícil elaborar e seguir um planejamento que realmente faça sentido e dialogue com as metas e possibilidades da companhia.
Por último, mas não menos importante, percebo que há ainda um déficit de conhecimento das novas tecnologias e tudo que podem agregar internamente por parte das organizações, que acontece principalmente pela complexidade de acompanhar o rápido lançamento de softwares e ferramentas no mercado, como Analytics, IA, cloud, machine learning e cyber security.
É importante lembrar que ainda estamos passando por esse processo de digitalização das empresas, portanto é normal que elas se deparem com contratempos ao tentar adotá-la. Mas não podemos deixar que isso acabe desanimando e desincentivando as organizações de seguir por essa jornada de inovação, que certamente trará muitos resultados positivos.
*Gustavo Caetano é fundador da Sambatech e Samba Digital