O processo orçamentário
O orçamento é uma das ferramentas mais importantes para uma gestão financeira proativa e eficaz.
Segundo Figueiredo e Caggiano (2004), o orçamento é um ” norteador direcional que deve ser seguido pelos gestores em busca do atingimento dos objetivos organizacionais a curto prazo “. Já Padoveze (2000) define orçamento como “colocar tudo a frente do que está acontecendo hoje. Ou seja, colocar para o exercício posterior os dados que estão no sistema de informação atual”. Para Horngren, Sundem e Stratton (2004), o orçamento é “um método pelo qual os gestores utilizam como apoio para suas funções de planejamento e controle”.
O orçamento ajuda os gestores a traçar os objetivos e é esse o enfoque que darei neste artigo.
Não ignorando as demais definições apresentadas aqui e as várias outras que podemos achar quando buscamos o conceito de orçamento, este é um método de gestão financeira que traz aos olhos do gestor todos os riscos, sendo definidos, aqui, como os fatores positivos e negativos, e os cenários que podem impactar no negócio.
Mas como construir um orçamento eficaz? Não tem jeito, o orçamento eficaz deriva de um Business Plan bem elaborado. Para tanto, precisamos levantar todos os custos com marketing, gestão e com toda a estrutura de custos variáveis e fixos do negócio como por exemplo: salários, encargos trabalhistas, provisões e etc. Desse levantamento, criamos as rubricas que comporão o orçamento para um horizonte de, pelo menos, 5 (cinco) anos.
Para sermos claros:
- Monte a estrutura organizacional do seu negócio, levante o quantitativo de cargos por área e totalize o custo por área ou por cargo;
- Levante o custo com os encargos e provisões;
- Após elaborar a estrutura de custos com pessoal, passe para os custos fixos como água, luz, internet e etc… Essa estrutura de custos deve ser a parte das despesas da sua peça orçamentária;
- Por fim, busque os custos diretos para prestação do (s) serviço (s) ou fabricação e/ou comercialização do produto.
Mas orçamento não é somente feito de custo! A receita também o compõe, que vem da projeção do resultado de vendas que deve ser formada a partir da precificação do(s) produto(s) ou serviço(s) com o percentual de lucro que o empreendedor almeja para um horizonte de 5 (cinco) anos, assim como é feito nas despesas.
Explicando melhor:
- Levante quantidade de produtos ou unidades de serviço que pensa em vender por mês e por ano;
- Busque esses números em sua série histórica de vendas. Se não os tiver, consulte em pesquisas ou em anuais de entidades de classe que compõe seu segmento;
- Feito o levantamento de despesas e receitas, confronte a receita decorrente da projeção de vendas com os custos fixos e diretos. Esse passo talvez seja o mais importante pois, por meio dele, será feito o ajuste das Receitas e Despesas.
É fato que, nesse momento, ficará mais claro se a receita e as despesas projetadas estão atendendo a meta de resultado financeiro do negócio.
O Business Plan pode e deve ser utilizado para negócios estruturados e, também, para aqueles que queriam lançar novos produtos ou serviços.
Quer ter uma ferramenta que pode auxiliá-lo na alavancagem do seu empreendimento? Lance mão do Business Plan e do orçamento.
*Por Paulo Alexandre, Consultor sênior da DOXA – Gestão Estratégica, Mentor de Negócios associado à ABMEN, é especialista em Análise de viabilidade de projetos de novos produtos e serviços e fontes de financiamento e fomento.