O Lado Humano da Transformação Digital

Ser digital não é ter tecnologias, mas é ter as pessoas utilizando essas tecnologias, reduzindo distâncias, somando conhecimentos e agregando valor.

Author Photo
2:12 pm - 20 de maio de 2020
Closeup of business woman hand typing on laptop keyboard

O nosso inimigo em comum – o covid-19 – acelerou a transformação digital por falta de opção e sobrevivência, mas ainda há um longo caminho pela frente: nós !

Nesta semana tive o prazer de atender o convite de Sandra Turchi, Especialista em Marketing Digital e E-commerce, palestrante, professora e sócia-diretora da Digitalents, para falar sobre isso em uma Live.

Falamos sobre como as pessoas estão se sentindo, o quanto a tecnologia está ajudando e também atrapalhando, como gerações e setores da economia estão se adaptando, o papel dos líderes e muito mais. Claro, muito ainda há para se falar, se pesquisar e se aprofundar.

Segundo pesquisa recente da FSB e CNI – Confederação Nacional da Indústria – 2/3 dos entrevistados pretendem mudar de alguma forma sua rotina e entre 24%e 52% pretendem reduzir a ida à comércios físicos. Todavia, apenas 3% passaram a usar comércio eletrônico e 8% pretendem fazê-lo. Se somarmos aos 42% que já faziam antes da pandemia, temos ainda 47% que não faziam, não passaram a fazer e nem desejam fazê-lo.

Ou seja, tem um gap de “digitalização” a ser coberto e não é só dar acesso. Antecipar desejos e necessidades com ajuda da inteligência artificial, mas ter uma execução que não comprometa o encantamento e a experiência do cliente – e aqui digamos que nossa extensão territorial e a falta de infraestrutura logística de qualidade dificulta: nesta semana uma pessoa do meu time teve que se reprogramar toda para comprar/entregar medicamentos de urgência para seus pais, que só chegariam 5 dias depois do necessário se comprado virtualmente.

Segundo pesquisa da QuorumBrasil “a inteligência da informação passa para um outro nível de prioridade, ganha mais relevância porque o mercado será disputado cliente a cliente. Quem tiver informações organizadas sobre mercados, concorrência e clientes, vai sofrer menos nessa retomada.”

Ao meu ver, isso dependerá, necessariamente, de uma mudança genuína nas organizações que precisam se horizontalizar, fazer com que função esteja acima de cargo e a diversidade seja respeitada e incentivada, para que construamos uma inteligência coletiva, que sem dúvida será maior em amplitude e profundidade em relação ao que temos hoje.

Ser digital será, portanto, agir de forma eficiente e eficaz a partir de dados de qualidade, compreensão dos problemas e implementação de soluções efetivas.

Neste cenário precisaremos de Líderes “Falíveis” que estejam continuamente aprendendo, tenham capacidade de adaptação, visão de futuro, capacidade de escuta, compartilhamento de poder, análise de dados, tomada rápida de decisão e aceleração de resultados.

E para apimentar um pouco mais o desafio…

O isolamento social tem mostrado que as gerações não são mais segmentadas pela idade cronológica, mas sim, pelos estilos de vida de cada um, sua inteligência emocional e o grau de adoção ao mundo digital.

Segundo um estudo da Big Data Corp, Millennials são a geração da preocupação: 50% deles dizem que o coronavírus já impactou significativamente suas decisões. Em compensação, apenas 33% dos Baby Boomers e 42% da Geração X afirmaram o mesmo.

Para Marina Roale, da Consumoteca, “a diferença é que a preocupação dos mais jovens está associado ao mundo externo. Se dá no fato de vivenciarem um cenários de caos e apocalipse, tal qual o dos seriados que eles cresceram assistindo.”

Dados da pesquisa da FSB e CNI reforçam o fato de que os Millennials são os mais preocupados, já que 57% dos entrevistados, que estão nessa geração, se sentem mais ou menos seguros ou completamente inseguros para retornar ao trabalho.

Se os cinco dias de trabalho na empresa estão com os dias contados, como viabilizar um Home Office mais intensivo que garanta integração, participação e produtividade com qualidade de vida?

Se a flexibilidade que o Home Office proporciona tem como ganho o respeito ao relógio biológico de cada um, como acessar e conectar o profissional que trabalha à noite e dorme durante o dia?

Se sabemos que não vamos vender/comprar/negociar como antes e mais nada sabemos… como navegar na incerteza?

Sendo humano, e deixando nosso instinto de sobrevivência aflorar: seguir em frente, dar o nosso melhor e usar o melhor da tecnologia.

Vai passar e o melhor virá – ainda que não saibamos como ele será !

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.