O futuro dos processos seletivos

Redes sociais tornam empresas mais inovadoras no processo seletivo e na composição dos seus times, mas não substituem o olhar humano.

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9:00 pm - 05 de março de 2020

No último mês bombou nas redes o recrutamento de um Gerente de Marketing da Nestlé via TikTok, uma rede social de vídeos que teve seu app como o segundo mais baixado do mundo em 2019.

Como consultora de recrutamento, fui bastante questionada sobre o tema e procurada para falar sobre as novas formas de recrutar pessoas.

Primeiramente, acho curioso como algumas ações disruptivas geram a sensação de que “agora tudo mudou”, “processos seletivos serão feitos via redes sociais” entre outras afirmações que, embora sejam novas tendências, não são uma verdade absoluta.

Pessoas: o principal ativo de uma empresa

Vamos começar pelo começo: finalmente, as companhias estão percebendo que investir em gente traz um retorno financeiro muito mais sustentável para elas. Dessa forma, o investimento em capital humano começa no processo de seleção dessas pessoas que vão integrar o time. Contratar é como montar um time de futebol: você investe na base e contrata os craques para reforçar! Essa junção, quando bem fortalecida e engajada, forma um time vencedor!

Competências como adaptabilidade, criatividade, coragem e originalidade são habilidades não somente do futuro, mas, sim, de hoje! É isso que faz com que uma empresa gere inovação. Sabendo disso, processos seletivos 100% tradicionais continuam ocorrendo. Não acredito que eles serão totalmente substituídos. Por outro lado, outras ferramentas de avaliação dessas características tão importantes para esse novo momento de mercado estão sendo aplicadas aos processos a fim de termos maior capacidade de avaliação e embasamento na tomada de decisão.

Hoje em dia, estudar em excelentes escolas, ter um intercâmbio e alta capacidade técnica é importante, mas não garante sua vaga de trabalho. É preciso ter habilidades comportamentais fortes e bem desenvolvidas para ter sucesso na carreira.

Testes comportamentais tradicionais são válidos para agregar mais informações sobre o candidato, porém ninguém é uma coisa só ou é 100% do que os testes relatam. Por isso, usar da tecnologia e da indústria 4.0 para explorar mais sobre características de comunicação, raciocínio, capacidade de síntese, segurança e criatividade são pontos bem interessantes na avaliação. Sendo assim, utilizar de um aplicativo para gravar um vídeo e conhecer sobre a pessoa é sensacional e pode gerar um valor altíssimo para o processo.

Olhar humano

Eu apenas tomo cuidado ao dizer que essa é a nova forma de contratar. Não vejo ainda muitas empresas utilizando apenas essas redes; elas estão expandindo a forma de agregar valor ao processo e serem mais assertivas e inovadoras na composição dos seus times, sem substituir completamente o olhar humano. O que, na minha opinião, é algo maravilhoso!

É importante ressaltar para o candidato que é preciso ter cautela e entender que mesmo com a utilização de redes sociais populares, o processo de seleção é algo sério e precisa saber se portar e se comunicar em frente a câmera. Manter a compostura, autenticidade e focar na sua apresentação de forma linear e agregadora ainda é algo primordial!

*Maria Eduarda Silveira é gerente de recrutamento para a área de Legal da Robert Half

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