O capital intelectual e a tentativa de mensuração

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9:51 am - 14 de agosto de 2013

Dando continuidade ao artigo anterior, quando falamos de retenção do conhecimento, desta vez vamos entrar em outro assunto de interesse organizacional. Primeiramente, precisamos responder se é mito ou verdade: o capital intelectual é apenas o conhecimento organizacional? É MITO! Para alinhar os conceitos, quando se fala em conhecimento, falamos da informação interpretada e esta, por sua vez, é o dado (forma bruta) inserido em um contexto. Por exemplo: 38ºC. É um dado … está na forma bruta. Pode ser a temperatura ambiente, do corpo humano, da água, etc. Se dissermos 38º é a temperatura do menino … está inserida em um contexto. Já contextualizamos que estamos tomando a temperatura do corpo dele. Mas, se dissermos: 38º é a temperatura do menino, a mais alta desde que ele nasceu há seis meses. Fizemos uma interpretação, ou seja, foi a primeira vez que a sua temperatura se eleva. Já temos consciência que precisamos cuidar do conhecimento, pois o mesmo tem pernas e caminha para casa todos os dias (vide artigo neste blog sobre este tema).  Sabemos também que os principais ativos das empresas não são as construções, materiais ou equipamentos caros. É justamente o conhecimento! Mas, voltemos ao capital intelectual. Nos primórdios, ele fazia parte da própria sobrevivência humana. Hoje, está nas pessoas, estruturas e clientes. Explicando melhor:  Stewart (1998) elucida, com propriedade, que o capital intelectual é a soma do capital humano + capital estrutural + capital do cliente. Capital humano -> Conhecimento, experiência e criatividade dos funcionários; Capacidade de aquisição de novas competências; Volátil; Pode ser apenas alugado e não possuído; Exemplos: Comunidades de Prática e Redes Sociais. Onde há a verdadeira transferência de conhecimento e fonte de inovação nas empresas. Porém, o conhecimento não pode ser captado pelos instrumentos convencionais de contabilidade. O valor dele é potencial, indireto e dependente do contexto. Comparando com um iceberg, o que está visível aos nossos olhos (5%) são os ativos financeiros da organização. E o que não vimos (95%) são os ativos do conhecimento. Capital estrutural -> Capacidade organizacional para transmitir e armazenar o conhecimento; Sistemas informatizados, manuais e procedimentos; Estável; Pode ser possuído ou negociado; Papel da Liderança Gerencial: transformar o capital humano em capital estrutural. O mais importante da empresa, sob o ponto de vista da gerência. Estratégia: acúmulos de bancos de conhecimento (retenção do conhecimento). Capital do cliente -> Relação com clientes, parceiros e fornecedores; Carteira de clientes sólidos e leais; Marketing de Relacionamento; Não se pode possuir clientes – Ajude o seu cliente a conhecer seu negócio. Estágios de evolução: transações, soluções de produto, soluções de negócio e parceria. Entretanto, esta não é a única forma de mensuração do capital intelectual. Autores renomados escreveram e defenderam, a saber: Brooking (1996): Ativos de Mercado; Ativos Humanos; Ativos de Propriedade Intelectual e Ativos de Infraestrutura. Edvinsson (1997): Divide o capital Intelectual em: Capital organizacional; Capital de Inovação; Capital de processos. Sveiby (1998): É necessária a avaliação dos ativos intangíveis – determinação da finalidade (uso externo/interno); classificação dos funcionários dentro de categorias (competência, estrutura interna/externa); formulação de uma estratégia para Gestão do Conhecimento: comparação dos indicadores em relação aos anos anteriores; apresentação dos indicadores em um quadro: Monitor de Ativos intangíveis. Este tema continua inovador e polêmico. Voltaremos a falar, quem sabe, especificando matematicamente esta mensuração. Referências BROOKING, A. Intellectual Capital. Core asset for the third Millennum Enterprise. London: International Thomson Business Press, 1996. EDWINSSON, L. O capital intelectual como instrumento de gestão. Administração e finanças. Case Studies ? Skandia. Insight. Jul/Ago., 1997. FASB. Financial Accounting Standard Board. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2010. STEWART, T. A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998. SVEIBY, K. E. A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliando patrimônio de conhecimento. 5ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.  

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