Inovar ou enferrujar?

Como as corporações estão buscando melhorar o que fazem hoje

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3:29 pm - 11 de abril de 2019

Produtos, serviços e até mesmo indústrias inteiras vem sofrendo grandes disrupções. Quais as consequências disso? Produtos com ciclo de vida mais curtos, serviços com a necessidade de reinventar-se constantemente e, em alguns casos, empresas que simplesmente desaparecem.

Como mentor, tenho observado que o executivo e o empresário brasileiro estão mais atentos a necessidade de inovar. Em um cenário cada vez mais dinâmico, incerto e complexo, fica evidente que investir em pesquisa e tecnologia é uma questão de sobrevivência.

No meio disso tudo, as startups chegam com o propósito de desafiar os modelos pré-estabelecidos e o status quo, ou seja, já nascem com o DNA da inovação. Resta as corporações tradicionais buscar novas formas de agregar valor aos seus clientes. Surge, portanto, a inovação corporativa.

Incorporar novidades no ambiente corporativo ou modificar antigas práticas normalmente não é algo simples. Porém, diversas atividades relacionadas à inovação corporativa (muitas inspiradas em práticas do Vale do Silício) vêm ganhando notoriedade no mercado e gerando bons resultados em algumas corporações de peso.

Vamos explicar alguns destes modelos aqui.

– Open Innovation

Possui um conceito bastante amplo, mas focando no mundo corporativo podemos dizer que são programas que conectam corporações tradicionais, startups, universidades e centros de pesquisa em torno de problemas ou desafios em comum, afim de gerar produtos, serviços e até mesmo modelos de negócio inovadores. É uma forma descentralizada e colaborativa de promover inovação e não deve ser tratada como uma espécie de terceirização dos problemas. Os bons resultados para as corporações dependem do quão a cultura interna da organização foi trabalhada para suportar o movimento e estar receptiva às ideias inovadoras.

-Aceleração de Startups

Formato de programa de inovação mais popular e usual, em que uma corporação impacta na performance das startups. Estas ganham mentoria, acesso a novas ferramentas, ‘networking’, recursos financeiros e a possibilidade de se tornar uma fornecedora de soluções para esta corporação.

É uma forma de encurtar o tempo de evolução da startup e, simultaneamente, encontrar uma solução inovadora para a corporação.

-Corporate Venture

É um veículo de investimento para startups por meio de uma grande empresa. São realizados aportes de capital em startups para que desenvolvam seus negócios, em uma relação de parceria que pode até incluir o compartilhamento obrigatório da propriedade intelectual produzida.

Qualquer investimento relacionado à inovação será considerado como de risco, uma vez que o fator incerteza está fortemente relacionado às startups e, ao fato de inovação trazer aspectos ainda não testados no mercado. Exatamente por isso, que existem mecanismos como programas de aceleração para minimizar esse risco.

-Venture Builder

É um modelo de cocriação de empresas em que a partir de um negócio novo, cria-se internamente outra empresa (spin-off). A ideia é que seja independente, mas tenha a empresa original como sócia

-Programas de Futurismo

É uma ferramenta para ajudar grandes empresas a criar cenários futuros para seus negócios e prever os desafios que as novas mídias, tecnologias e plataformas impactarão nos seus mercados.

-Estruturas Físicas

Ocorre quando as empresas disponibilizam uma estrutura física (‘coworkings corporativos) para empreendedores e startups. Além do espaço físico, as corporações atraem estes inovadores ofertando conhecimento, acesso a ‘networking’ e em alguns casos até investimentos.

Eventos

É a organização de eventos em que as corporações abrem algum problema enfrentado na sua operação e os participantes, normalmente divididos em grupos, tem algumas horas para propor uma solução inovadora.

São os famosos ‘hackathons ou ‘weekends’. Ao final, o time vencedor é premiado por sua ideia, normalmente materializada num MVP (minimum viable product) desenvolvido no evento.

Existem ainda os programas híbridos, que combinam características dos modelos acima. O mais importante é que as corporações entendam que não há uma receita pronta! Serão necessárias customizações nos programas para cobrir as necessidades da empresa em sua jornada de inovação.

Claro que isso é só um resumo, mas pretendo explorar cada modelo em artigos posteriores.

Por Luiz Henrique Athanazio Coelho, Product manager e mentor de negócios ABMEN.

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