Inflação, inadimplência e juros altos: alertas estão por todos os lados

Se a realidade interna por si só é desafiadora, globalmente o cenário não apresenta expectativas de melhoras imediatas

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por ABCD
3:40 pm - 11 de maio de 2022

Maio começou com um clima de incerteza ainda maior do que aquele que rondava o Brasil desde o início do ano. Algumas das possibilidades aventadas para o cenário econômico se tornaram realidade antes mesmo da chegada do segundo semestre. 

A inadimplência, antes comportada, atingiu em março mais de 65 milhões de pessoas, pico anteriormente registrado no começo da crise deflagrada pela covid 19. Segundo dados da Serasa, essa foi a terceira alta seguida do indicador. 

A quantidade de pessoas endividadas também cresceu. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), 77,7% das famílias brasileiras afirmaram ter dívidas a vencer em abril, maior proporção registrada na série histórica, apurada desde 2010. 

Com a elevação da taxa selic a 12,75% ao ano no começo deste mês e a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 11,3% no acumulado em 12 meses até março, o país, que tem cerca de 11% de sua população desempregada, uniu-se à Turquia no hall das duas únicas grandes economias que apresentam no momento juros, inflação e desemprego de dois dígitos. 

Se a realidade interna por si só é desafiadora, globalmente o cenário não apresenta expectativas de melhoras imediatas. A guerra entre Rússia e Ucrânia segue sem perspectivas de um final próximo. A China, por sua vez, ao colocar em prática sua política de zero covid  impondo novos lockdowns, tende a impactar negativamente a economia de todo o mundo. E o bloqueio da cadeia global de mercadorias também deve desempenhar papel importante no aumento da inflação no Brasil, por exemplo. 

Nesse contexto de muitos desafios, a concessão de crédito de maneira mais inteligente, ou seja, capaz de levar em conta o histórico do tomador e não apenas momentos pontuais de sua trajetória financeira, surge como caminho possível para que o mercado siga irrigando a sociedade com recursos, a despeito do aumento de risco e de custo. 

Fundamental para o bem-estar social em qualquer cenário e impulsionador da economia, o crédito agora assume papel imprescindível para a recomposição de renda de muitos brasileiros. Dessa forma, será determinante para a atividade econômica dos próximos meses, que reservam ainda para a população uma campanha eleitoral com potencial de gerar novas incertezas e obstáculos. 

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