HP Pavilion x360 – pequeno, notável, versátil

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5:27 pm - 21 de abril de 2015
Costumo ser muito minucioso com testes de dispositivos. Procuro realmente
estressá-los de muitas formas. Testo componentes específicos como disco,
memória, bateria, vídeo, etc. Mas dessa vez o teste com o HP
Pavilion x360
transcorreu de uma forma um pouco diferente. A começar pelo
fato do x360 ter sido o primeiro equipamento do tipo “convertible” que pude
usar por um período grande (manipular em uma demonstração ou coletiva de
imprensa não conta). Também pelo fato de se tratar de algo diferente. Não é um
notebook, não é um Tablet. Trata-se de dessa nova categoria que tem como
desafio trazer os dois mundos para um equipamento único.

Alguns “convertibles” atingem este objetivo por meio da remoção da tela,
deixando o corpo do equipamento para trás. Esta abordagem é interessante pelo
aspecto peso. Somente a tela é bem leve e remete a um tablet convencional. Mas
esta forma peca pela baixa capacidade de processamento, uma vez que ainda não é
possível ter toda a velocidade e capacidade de bateria apenas na “tela”. Mas
ainda assim considero os “convertibles” com tela destacável também ótimas
alternativas para muitos casos. A solução da HP para este produto é prover a
versatilidade de um produto que pode ser usado de três formas diferentes em
formato único. Porque três formatos?

Fácil de entender. A foto abaixo ilustra isso de forma exemplar. Pode ser usado
como notebook convencional (tela e teclado), fechado com a tela rotacionada na
forma de tablet e com sua base angulada servindo como apoio conferindo mais uma
forma de uso.
   

HPx360 01
figura 01 –
HP Pavilion x360 – diversas formas de uso (clique para ampliar)

A HP tem um interessante vídeo em seu site que ajuda a
entender esta versatilidade de formato e modo de uso:

O processador Inte Core-M de última geração (Broadwell)

Minha grande curiosidade e motivador para realizar este teste é o fato do x360
utilizar o novíssimo processador Core-M da Intel, apresentado no apagar das
luzes de 2014 que chegou ao mercado no começo de 2015, cuja geração tem o codinome
Broadwell.
Como o nome sugere “Core-M” é um processador específico para aplicações de
mobilidade. Não é um Atom, não é Pentium, não é Celeron, nem um Core i (3, 5 ou
7) e sim o Core-M, um novo conceito de processador, evolução das arquiteturas
existentes. Não quero ser técnico demais, mas preciso falar um pouco do cerne
do x360, o seu processador. O Core
M-5Y10c
usa o processo de fabricação (litografia) de 14 nm (nanômetros), o
mais alto grau de miniaturização atual, tem 2 núcleos (2 processadores em um),
conta com o recurso Hyper-Threading (tem 4 filas de execução de tarefas como se
fosse um processador de 4 núcleos), consome apenas entre 3.5 e 6 W de energia.
   

HPx360 02
figura 02 – Processador
Core-M – visão conceitual
   
O mais interessante deste processador é o conceito sobre o
qual ele foi construído que visa torná-lo o “rei da mobilidade”. Sua área útil
é ocupada mais de 50% por seu engenho gráfico embutido (Intel HD Graphics 5300),
que confere para o sistema o necessário desempenho de vídeo requerido pelas
aplicações atuais. Para o processamento tradicional também tem o modo “Turbo
Boost” (versão 2.0) existente em outros chips da Intel, mas de forma bastante
peculiar. Sua frequência de operação (que se traduz em velocidade) vai de 800
Mhz (0.8 Ghz) até 2 Ghz.

Outros processadores com Core i3 ou Core i5, por exemplo, têm modo turbo com 30%
a 50% de incremento. Já o Core-M tem modo Turbo Boost de 250% (800 x 2000 Mhz).
Mas qual o motivo? Embora 800 Mhz pareça frequência de operação de computador
do final dos anos 90, 800 Mhz de hoje, com vídeo e controlador de memória
integrados, desempenham suas funções naturais de forma totalmente satisfatória
para o tipo de uso para o qual o x360 foi concebido. Em casos de necessidades
pontuais ele pode aumentar sua velocidade até os 2 Ghz pelo tempo que for
necessário. De forma análoga seu sistema gráfico também tem esta ampla
versatilidade. Tem frequência base de 300 Mhz podendo ampliar sua velocidade
até 800 Mhz (até 266% de variação).

Para deleite dos engenheiros ou geeks
de plantão, a incrível beleza deste projeto é que a cada fração de segundo o
Core-M está analisando a demanda que ele está sendo submetido e ajustando a
frequência de operação simultaneamente de seu sistema de processamento e de seu
sistema gráfico de forma a entregar o máximo desempenho com a maior economia de
energia. Por vezes o vídeo é muito demandando e o processamento é bem baixo e
vice-versa.


O ritmo do desenvolvimento dos processadores é absurdamente
alto. Há pouco mais de 2 anos eu
testei e falei a respeito
do “top” dos processadores da Intel do momento,
que era o Core
i7 3770k (Ivy Bridge)
. Neste teste o robusto Core i7 gastou em um dos
testes 9.6 segundos para calcular PI com 1
milhão de casas decimais. O “modesto” Core
M-5Y10c
hoje gastou um pouco menos do dobro do tempo para fazer isso, 19 segundos.

Mas chamo a atenção para o fato de que na
época (final de 2012) os processadores de entrada e mobilidade da Intel
gastavam perto de 2 minutos para fazer a mesma operação! O seja, o Core M atual
tem a mesma ordem de grandeza de poder de processamento que a solução de topo
de 2 anos e meio atrás. Mas com uma diferença, atualmente gasta 3.5 W no máximo
enquanto aquele Core i7 gastava 77W (e era na época considerado econômico).
Core M mais de 20 vezes mais econômico para fazer a mesma tarefa gastando só um
pouco mais de tempo. FANTÁSTICO!!

HPx360 03
figura 03 – Core-M
calculando o Pi com 1 M de casas em tempo próximo ao do Core i7 de dois anos e
meio atrás
  
Mas será que este rol de características, especificações e
esforço de engenharia deste processador tornam o HP Pavillion x360 um
dispositivo bom de fato??

Usando o Pavillion x360 –
características gerais             

Demorei um pouco para me acostumar com a versatilidade do notebook que vira
tablet e vice versa. No meu caso foi um certo comportamento vicioso de sempre
contar com o teclado. Mas usado como todo tablet, adorei a possibilidade de
poder, por exemplo, acompanhar eventos esportivos na TV enquanto acompanhava
mais informações em sites especializados. Ver TV com tablet na mão é quase viciante.

Algo a se destacar é que o sistema de som do x360 é “beatsaudio”. Para quem não
conhece é a mesma marca do fone de ouvido mais comentado e usado pelos DJs e
pelos jovens atualmente. A consequência disso é que apesar de ser pequeno e
estreito a qualidade do som é superior ao de equipamentos de tamanho similar,
realmente bom!!

HPx360 04
figura 04 – HP
Pavilion x360 – sistema de som beatsaudio
    
O x360 possui 4 GB de RAM e um HD de 500 GB. Sua tela
sensível ao toque (com 10 pontos de sensibilidade) é de 11,6 polegadas e tem
resolução HD, ou seja, 1200 x 720 pixels, podendo ser girada em 360 graus
(transformando-o em tablet). O sistema operacional é o Windows 8.1 de 64 bits. Conta
ainda com 3 conectores USB, saída de vídeo HDMI, rede Ethernet e leitor de cartões
de memória.
HPx360 05
figura 05 – HP
Pavilion x360 – sistema operacional
    
Algo também a se destacar no Pavilion x360 é seu sistema de
rede sem fio. Usa o padrão mais moderno, o 802.11ac que se destaca pela
possibilidade de operar a mais de 1 Gbps. Mas na versão presente no x360 tem
limite teórico de 600 Mbps, bem mais que o padrão “g” (54 Mbps) e o padrão “n”
(entre 150 e 300 Mbps). Tenho em meu escritório um Roteador WiFi padrão “ac” e
pude desfrutar desta avançada possibilidade, tanto que em momento algum
precisei usar cabo de rede, apenas o WiFi. Velocidade plena.

A tela sensível ao toque com múltiplos pontos de sensibilidade não tem
diferença na usabilidade em relação aos mais afamados tablets do mercado. Vez
por outra testo dispositivos que têm baixa sensibilidade, imprecisão ou
“delay”, mas não é o caso do x360. Seu “touch” é perfeito.

 HPx360 06
figura 06 – HP
Pavilion x360 – tela sensível ao toque com ótima sensibilidade
Por seu tamanho de tela pequeno (11 polegadas), que
obviamente favorece sua mobilidade, não é o dispositivo ideal para, por
exemplo, editar longos textos, editar imagens, criar publicações sofisticadas.
Digo isso mais por meu referencial, prefiro telas maiores para isso. Não lhe
falta poder de processamento para estas tarefas. É uma questão de preferência
pessoal. Também não o recomendo para tarefas sofisticadas como edição de vídeo
já que há plataforma atuais muito mais adequadas para isso em termos de
desempenho e agilidade.

Também destaco sua espessura. Mesmo na posição “tablet”, dobrado com a tela
rebatida ele permanece bastante fino e de fácil manipulação.

HPx360 07
figura 07 – HP
Pavilion x360 – na posição “tablet” – também bastante fino

Uma evidência que me mostrou minha adaptação ao HP Pavilion x360 é que em minha
casa habitualmente levo para lá e para cá um Ultrabook Vaio, com processador
Core i5, leve, fino, tela sensível ao toque e bem rápido. Mas durante o tempo
que estive com o x360 naturalmente eu o preferi 100% do tempo. E isso não foi
planejado nem forçado, apenas aconteceu assim. Eu me vi usando bem
frequentemente o x360 no modo tablet (rotacionado) e às vezes em seu modo
notebook.

Levei comigo o x360 em vários eventos, coletivas, reuniões e a praticidade,
leveza e capacidade de realizar estas tarefas “de campo”, criação de textos,
tomar nota de apresentações, etc. e ele me atendeu com facilidade! Eu nunca me
adaptei a digitar longos textos (ou nem tão longos assim) diretamente em telas
sensíveis ao toque. Por isso este “tablet com teclado” e mais rápido que um
tablet convencional me agradou.

HPx360 08
figura 08 – HP
Pavilion x360 –  visão traseira

Especial atenção para a duração da
bateria. Como se comportou?

Claramente este tipo de dispositivo precisa entregar grande autonomia de
bateria para seu usuário. Tecnologia para isso em princípio não falta para o
x360. Será que ele correspondeu às expectativas?

Testar duração de bateria de qualquer dispositivo, seja um smartphone, tablet,
notebook ou um “convertible” como este é algo bem traiçoeiro uma vez que a autonomia
depende 100% do perfil de uso de quem está utilizando o dispositivo. Por isso
eu sempre faço teste em 3 situações distintas.

  • “Idle” – ou seja, máquina parada, sem executar programa algum, mas com vídeo sempre ligado e WiFi desligado. Dessa forma obtenho um possível valor para duração máxima da bateria. Mas porque com vídeo ligado se eu deixasse o sistema de economia atuar desligando o vídeo estenderia ainda mais a autonomia? Julgo irreal e sem serventia medir o consumo de uma máquina que nem posso vê-la em operação.
  • “Força Bruta” – usando o software BATTERY EATER (literalmente o comedor de bateria) forço a situação de máximo uso de manipulação de vídeo e de processamento numérico, com vídeo e WiFi sempre ligados. Dessa forma exijo o máximo possível do equipamento e analiso a situação de “pior caso”, o máximo consumo possível. Mais ainda do que, por exemplo, exibindo vídeos do Youtube o tempo todo.
  • “Meu uso” – faço um regime de uso normal do dispositivo. Acesso alguns sites. Vez por outra ouço uma música ou assisto um vídeo. Deixo o equipamento sem uso por mais alguns minutos, escrevo um pequeno texto, interajo em redes sociais, deixo-o mais um tempo sem uso. Neste modo deixo atuar o sistema de desligamento de vídeo caso fique inativo por mais de 5 minutos. É realmente um teste SUBJETIVO e que ao contrário dos dois primeiros pode resultar em diferentes resultados se submetido por pessoas diferentes, ou mesmo pela mesma pessoa em outra circunstância. Mas serve como base de comparação em “uso real”.

Mostrados os critérios, que fiz
questão de explicitar para maior transparência e clareza, vamos aos resultados:
  
HPx360 09
figura 09 – Duração
da bateria em 3 cenários distintos
      
HPx360 10
figura 10 – teste
BATTERY EATER – 2h40m34seg de duração em carga máxima
      
Máximo de 8h10m e mínimo de 2h40m.
Estes são os extremos obtidos no teste e com total certeza, em função do tipo
de uso no dia a dia algum valor no meio deste caminho será obtido em regime de
uso “normal”. O desafio é ter um dispositivo cuja bateria dure o dia todo.
Olhando com a lente de que se trata de um dispositivo móvel, não usado 100% do
tempo (vez por outra tem a sua tampa fechada colocando o x360 em hibernação)
vejo como possível carregar a bateria apenas uma vez por dia.

Com base nestes números, cada um que está lendo pode tirar uma conclusão, se é
bom para si ou não. Minha visão é, para o nível de desempenho que superou as
expectativas, a autonomia da bateria é bastante satisfatória e compatível com o
que se esperaria de um “convertible” projetado pela HP. Parece rigoroso demais?
Nem tanto. Falado de outra forma, eu seria com toda a certeza um usuário
regular do x360!!! Ele me atenderia sem dúvida no aspecto duração da bateria.

Conclusão
 

Já faz algum tempo que os
processadores evoluíram de tal forma que poder de processamento para tarefas do
dia a dia são suficientes (criar documentos, apresentações, usar Internet,
redes sociais, etc.). O que se observa são os fabricantes caprichando em seus
projetos, novos formatos e aprimorando as características que ainda têm espaço
para evolução. Isso fez surgir nos últimos tempos dispositivos inovadores. E
penso que ainda estamos apenas começando. Muito ainda há de vir.

O HP Pavilion x360 conta com o mais moderno e eficiente processador disponível
para este tipo de cenário e aplicação. Sobra agilidade, sobra capacidade de
processamento para as tarefas normalmente atribuídas para esta categoria de
dispositivo. WiFi de primeiro mundo, tela super sensível e responsiva, som de
alta qualidade (relativo ao tamanho do dispositivo), alta mobilidade (pequeno e
leve) e duração de bateria que varia entre 2h40m e 8h10m (pior e melhor caso), tornam
o x360 bastante adequado para o modelo de uso proposto.

Sei que custo é sempre uma variável muito complicada na equação de projetar um
dispositivo desses, mas tenho duas sugestões para a HP melhorar o que já é bom
e torná-lo ainda melhor. Seu disco rígido marca Hitachi
de 500 GB
tem boa velocidade, embora pudesse usar HD de 7200 rpm e não 5400
rpm como o presente no produto. Mas se o x360 usasse um SSD ou ao menos um HD
híbrido, isso o tornaria ainda mais ágil. Minha opinião pode ser um pouco viciada
uma vez que meu notebook e meu ultrabook atual usam SSD.

Meu segundo comentário diz respeito ao “touchpad”. Aquela superfície totalmente
plana, sem botões definidos (diferente dos touchpads de notebooks mais antigos)
sempre me atrapalham muito! Porque acabaram com os botões??! Não gosto! Acabo
usando mouse USB ou Blutooth a maior parte do tempo e touchpad só
emergencialmente. Mas verdade seja dita, não é exatamente um “problema” do
x360. Eu detesto touchpads!

O produto está por chegar nas lojas nesta renovada configuração. Ainda existe
no mercado o Pavilion x360 motorizado pelo bom processador Intel Pentium
Quadcore ou Celeron
N2830
lançado no começo de 2014, também uma boa aquisição. Mas cá entre
nós, Core-M é Core-M, revelou-se uma maravilhosa alternativa para este segmento
de dispositivos! É o x360 que eu recomendo baseado em meu minucioso e agradável
teste de usabilidade.

HPx360 11
figura 11 – Pavilion
x360 em seu modo tablete apoiado sobre sua base 

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