Guardando nossos preciosos dados do jeito certo – WD RED!!

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2:28 pm - 03 de março de 2016
Em tempos de sistemas de armazenamento em memória flash (SSDs), ao contrário do
que algumas pessoas falam,  os “velhos” e
bons discos rígidos (HDs) de tecnologia mecânica-magnética estão e estarão sempre
em alta. E o motivo é simples. Por mais que memória flash caia de preço,
armazenamento magnético cai também e por isso o custo por Gigabyte é muito, mas
muito mais barato nos HDs convencionais. Assim armazenamento de maiores volumes
de informação sempre terão nos HDs seu melhor destino.

Tanto isso é verdade que em meus dois notebooks eu tenho SSDs de 500 GB para
conter o sistema operacional, programas e arquivos de trabalho imediato, aqueles
que estou mexendo toda hora e preciso grande agilidade. Mas hoje em dia, com a
imensa digitalização, transformação que aconteceu no mundo, 500 GB de espaço é
algo irrisório, é um espaço exíguo frente a quantidade de fotos, vídeos,
músicas e documentos complexos com muitas imagens e gráficos. Não dá mesmo!!
Por isso as pessoas e empresa hoje em dia usam soluções de armazenamento em
rede (NAS). Eu mesmo uso vários!! Vejam a foto abaixo:

WD red 01
figura 01 – conjunto de dispositivos
de armazenamento (clique para ampliar)


Em meu escritório de casa tenho a “prateleira do armazenamento”.
Na foto acima podem ser vistos, além do modem da NET (há também o modem da VIVO
que está na prateleira inferior), roteador de Internet dual WAN, 2 APs WiFi,
existem os meus dispositivos de armazenamento. Um Western Digital MY BOOK LIVE,
um Western Digital MY CLOUD, um NAS QNAP e um NAS Iomega StoreCenter IX2. A
capacidade bruta de armazenamento total é de 18 Terabytes, mas como há alguns
discos redundantes e espelhados, na prática tenho 11 TB de espaço total. Todos
conectados a uma rede de Gigabit. Usado dessa forma o tempo necessário para
acessar os arquivos é mais que suficiente para ter a impressão de use de um “HD
local”.

Mas não pense você que tudo são flores. Meu NAS mais antigo, o QNAP teve pane
de discos algumas vezes. O Iomega IX2 (atualmente Lenovo IX2) também. Como em
ambos eu uso HDs espelhados, a pane de um HD não faz perder todos os dados. Mas
em uma ocasião eu tive IMENSO prejuízo. O IX2 teve um HD que “morreu” e ele
permaneceu com apenas um HD por um tempo. Não é que algumas semanas depois,
antes de eu comprar um HD novo para repor, pifou o segundo HD!!!!!! Perdi
TUDO!!! Algumas pastas eu tinha gravadas no WD MY CLOUD, graças a Deus o mais
importante. Mas vejam, qual lição se aprende aqui? Mesmo eu, que sou uma pessoa
razoavelmente informada em tecnologia tive perda de dados!! HD que apresenta
defeito deve ser substituído imediatamente!! Fiar-se apenas na “cópia espelho”
que ainda funciona é arriscado demais!!

Ao longo dos anos devo ter substituído nestes dispositivos (no QNAP e no IX2)
uns 4 ou 5 HDs, talvez mais. E eu sempre me perguntei, será que não tem um
jeito desses HDs durarem mais?? Permitindo-me ser um pouquinho técnico por
alguns segundos, estes HDs têm um parâmetro chamado MTBF (tempo médio entre
falhas) que costumava ser da ordem de 150 mil horas (ou mais), que em tese
garantiria o funcionamento sem falhas por mais de 20 anos!! Mas porque então em
6 ou 7 anos eu precisei trocar 4 ou 5 HDs??

WD red 02
figura 02 – é assim que me sinto
quando perco os dados do HD

A foto acima é apenas ilustrativa. Claro que a pane não acontece dessa forma!!
Quando os fabricantes divulgam o MTBF eles o fazem pressupondo um modelo de uso
“normal”, ou seja, quando o HD é usado em um computador que fica ligado de 4 a
8 horas por dia e não ligado 100% do tempo!! Um NAS como os meus Iomega e QNAP
ficam ligados 24 horas por dia, 365 dias por ano, sujeitos a variações de
demanda, calor ambiente, etc.

Por isso mesmo os fabricantes de HDs desenvolveram HDs que são adequados a este
tipo de demanda. Eu cito os NAS que eu tenho, mas há computadores domésticos
que por comodidade de seu dono também ficam 100% do tempo ligados. Nestas
situações o HD certo deve ser utilizado!! Também em pequenos escritórios ou
empresas, os servidores de arquivos.

A Western Digital me forneceu para testes duas unidades de seu modelo WD RED de 5
Terabytes, denominado NAS READY. Por tudo que contei ficou evidente que eu
tinha um ambiente mais do que apropriado para testá-los. Já tinha sofrido com perda
de HDs e até mesmo por imprudência de minha parte, perda de dados!

WD red 03
figura 03 – Western Digital RED 5 TB
Convém explicar que a Western Digital (bem como alguns
outros fabricantes), visando endereçar os diferentes modelos de uso, criou
famílias distintas. A saber são as famílias GREEN, BLUE e BLACK (mais detalhes aqui). Computadores
domésticos, com menor demanda, a linha BLUE é mais
adequada e preço mais em conta. A linha GREEN funciona
de forma mais silenciosa e gasta menos energia. No site da WD é informado que a
linha BLUE e GREEN irão se fundir, mas
ainda existem as duas no mercado. A linha BLACK é para máximo
desempenho, para entusiastas, gamers e quem usa aplicações que demandem alta
taxa de transferência de dados em todas as situações. Ainda existe a linha PURPLE que é
para aplicações de vídeo vigilância (registro de vídeos de câmeras de segurança
24×7) que precisam ter grande agilidade para gravar informação de forma
constante (menos do que leitura). Importante citar que existe também uma versão
RED PRO que
é para usos ainda mais profissionais.

Muito resumidamente tentei explicar que HDs não são todos iguais. Isso foi
assim tempos atrás, mas hoje em dia fica claro que cada aplicação demanda
características diferentes.

Mas voltemos ao WD RED , o NAS Ready que recebi para testes. O destino do par
recebido era certo, o NAS IX2 que continha 2 HDs de 3 TB do tipo comum (não vou
citar o fabricante, mas não eram da WD). Mas antes eu quis conferir o WD RED em
um ambiente mais controlado, ou seja, plugado diretamente em computador
desktop. Isso me permitiria saber sua velocidade em diferentes situações. Seguem
abaixo, para os mais detalhistas algumas telas com estes testes e suas
considerações.

WD red 04
figura 04 – teste feito com o software
HD Tune Pro com o WD RED

WD red 05
figura 05 – teste feito com o software
CrystalDiskMark com o WD RED
O software HD Tune mede a velocidade em cada parte do HD.
Por ser baseado em um prato magnético e uma cabeça de leitura que se move, a
parte interna e externa do disco têm capacidades de transferência de dados
distintas. Isso é absolutamente normal e esperado, é uma característica física
decorrente da geometria do HD. Fiquei impressionado!! Taxas de transferência entre
200 MB/s e 100 MB/s, média de 160 MB/s!!! Já o teste CrystalDiskMark, mede
outras situações. Além de taxa de transferência de arquivos grandes (1 GB),
mede a situação de leitura de muitos arquivos pequeno (arquivos de 4 Kb – que é
o pior caso para um HD). E também chegou perto dos 200 MB/s como taxas máximas
de leitura e gravação.

Porque isso me impressionou? Tenho um SSD da Intel de primeira ou segunda geração
de alguns anos atrás, cuja taxa de transferência era (constante) perto de 220
MB/s. Isso na época era incrivelmente rápido, pois nessa ocasião um bom HD convencional
obtinha 60 ou 70 MB/s, quase um quarto da velocidade!

WD red 004
figura 06 – teste feito com o software
HD Tune Pro no SSD Intel de geração anterior
Claro que os SSDs de hoje em dia, podem obter taxas de
transferência de dados impressionantes, de 500 MB/s ou mais. Mas qual é o meu
ponto? Muito se falou que a tecnologia magnética-mecânica dos HDs tradicionais
tinha chegado a um limite e que não iriam evoluir muito mais e por isso que o futuro
seria o flash (SSD). Isso se revelou impreciso e até errado. Os HDs
tradicionais evoluíram muito SIM, tanto na velocidade como na capacidade. O WD
RED, por exemplo, tem modelos de 2, 3, 4, 5 e 6 TB (cujos detalhes técnicos
podem ser vistos aqui)
e com esta taxa de transferência tão evoluída, mais do que suficiente, ou seja,
muito rápida!!

Eu falei que o WD RED é adequado para uso em NAS, mas não fui muito claro
quanto aos motivos. Engenharia! Apenas e “tão somente isso”. Partindo da
premissa que será um HD que permanecerá ligado 24 horas pode dia, de forma
ininterrupta, precisa ter refrigeração, sistema de troca de calor, materiais,
circuito, otimizações do movimento da cabeça de leitura e gravação adequados a
este modelo de uso. Há sistema de estabilização de trilhas, balanceamento 3D
ativo e sistema de compensação de vibração. A especificação de MTBF (tempo
médio entre falhas) do WD RED é de 1 milhão de horas. Isso significa 114
anos!!! Se os HDs comuns que ofereciam 25 anos de tempo entre falhas, davam
defeito em 3 ou 4 anos (quando usados 24 horas por dia), o WD RED, mesmo que
não chegue a 114 anos, se falhasse em 14 anos, este HD já terá sido trocado por
um novo de 500 Terabyte ou 1 Exabyte nesta ocasião!

Abaixo mostro algumas fotos do processo de montagem dos dois WD RED no meu NAS
Iomega IX2.

WD red 07
figura 07 – montagem dos WD RED no NAS

E qual foi o resultado obtido? A primeira foto deste artigo, aquela que contém
todos os equipamentos na prateleira (tirada hoje mesmo, minutos atrás), já
contempla o NAS com os HDs novos. De imediato percebi duas coisas. O NAS que
antes fervia, hoje em dia ainda é quente, mas menos que antes. Também percebi
que ele trabalha de forma mais silenciosa.

Também efetuei as medidas de velocidade e taxa de transferência. Por trabalhar
via rede, obtive perto de 70 MB/s. Porque a diferença de 200 MB/s quando
conectado direto em um computador desktop e apenas 70 MB/s quando acessado via
NAS? É uma limitação do Iomega IX2, pois trata-se de um NAS que já tem 4 (ou mais)
anos e mesmo usando rede Gigabit não extrai toda a velocidade (comprovada) do
WD RED. Além disso, por se conectar via rede Gigabit, ainda haveria um limite
físico de 100 a 110 MB/s, que é a velocidade máxima de transmissão no meio
físico Ethernet (nesta rede).

Isso significa que o WD RED está pronto para ser usado em sistemas de Storage,
NAS ou mais sofisticados, pois tem sobra de performance para isso. O próprio
NAS WD MY CLOUD, que é mais moderno, mas com apenas um HD, entrega perto de 100
MB/s, velocidade nominal da rede.

A propósito eu adoraria poder testar e usar uma versão do WD MY CLOUD com 2 HDs
para extrair o máximo do HD WD RED. Alguns tipos de NAS dispõem de 2 conexões
de rede, de tal forma que convenientemente configuradas poderiam dobrar a
velocidade e assim aproveitar o potencial de 200 MB/s do WD RED. Isso sem
contar sistemas de Storage mais sofisticados, com dezenas de HDs e que se
comunicam via fibre-channel ou mesmo rede de 10 Gbps ou 50 Gbps e assim, com a
simultaneidade de acesso aproveitar toda a velocidade do WD RED. Alguns destes sistemas
mais sofisticados misturam SSDs e HDs convencionais para terem melhor custo
benefício.

WD red 08
figura 08 – montagem dos WD RED no NAS

No meu caso o NAS IX2 que contém os 2 HDs WD RED hoje em dia
contém toda a minha biblioteca de vídeos (que capturei dos DVDs e Bluray que
comprei), todas as minhas músicas, fotos, documentos da minha empresa, imagens
de CD de softwares que eu vim adquirindo nos últimos anos, meu acervo de textos
publicados ao longo dos últimos 20 anos (!!!)… enfim tudo que é importante
para mim. Algumas pastas têm característica de backup (de dados que também
moram no meu notebook) e outras pastas de uso principal (como os filmes e os
textos que eu publico).

A despeito da “velocidade limitada” (pelo NAS), para este tipo de uso (mesmo
filmes em 1080p) o uso é fluente. E eu sei que no dia que eu investir e comprar
um Storage mais moderno, que por exemplo, tenha dupla conexão de rede, seja
este ano, ano que vem ou em muitos anos os WD RED estarão firmes, fortes e
aptos para seguirem funcionando.

A série RED custa mais que HDs convencionais, a versão de 2 TB acabo de achar
por R$ 680, a de 3 TB R$ 850 e 4 TB por R$ 1220 em um site de comércio eletrônico.
Mas vale bem a seguinte comparação. Se você pegar o seu Ford Fiesta, retirar os
bancos traseiros, vai ser capaz de carregar 600 Kg de blocos de concreto neste
espaço. Uma vez, duas vezes, três vezes… Mas depois de um tempo a suspensão
vai estar destruída, o motor com os pistões deformados, os amortecedores sem
fluido algum, pneus ovalados… Teria sido diferente se tivesse usado uma Ford
Ranger (capacidade de 1450 Kg). O que quero dizer é, conseguir fazer algo com um
recurso que não foi feito para aquela função pode até ser possível, mas apenas por
algum tempo antes que não dê mais conta. HD convencional é para uso
convencional enquanto regime constante, 24×7, para ser instalado em NAS ou
servidores de arquivos, tem que ser do tipo certo. Estou agora sossegado com o
meu NAS, espero que pelos próximos 114 anos sem falhas!!!!

WD red 09
figura 09 – WD CLOUD de dois HDs com
WD RED


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