Golpes do empréstimo em alta: pesquisa pode evitar dor de cabeça

Proliferação de casos está intimamente ligada à explosão de transações virtuais pós covid-19

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por ABCD
3:55 pm - 22 de fevereiro de 2022

Tornou-se missão quase impossível passar um dia sem tomar conhecimento de uma vítima de fraude financeira. Fenômeno global e que em alguns casos envolvem aspectos cinematográficos – vide o recém-lançado documentário “O Golpista do Tinder”, que ganhou repercussão mundial ao revelar como um homem que fingia ser herdeiro de um magnata roubou algo em torno de US$ 10 milhões de mulheres com quem se envolvia -, os golpes, dos mais simples aos mais elaborados, seguem em constante evolução e potencialmente perigosos.

No Brasil, a proliferação de casos está intimamente ligada à explosão de transações virtuais pós covid-19, o que ampliou o ambiente de ataque para os criminosos. De acordo com dados da Febraban, as fraudes financeiras aumentaram em 60% durante o isolamento imposto pela pandemia. E, entre as ocorrências mais populares, aparecem os falsos empréstimos. Não por acaso, é claro. Desde o começo da crise de saúde, houve um crescimento no número de pessoas físicas e jurídicas em busca de recursos para reequilibrar as contas em um cenário de incertezas econômicas. 

Nesse contexto, recentemente, a imprensa revelou o caso de uma moradora de Porto Alegre que foi vítima de três fraudes similares na mesma semana: em todas elas, o ataque começou via rede social, com o pedido de pagamento de um determinado valor para liberar o empréstimo solicitado. E essa tem sido uma característica recorrente na abordagem dos golpistas. 

São várias as narrativas utilizadas pelas quadrilhas. Algumas dizem que é necessário pagar uma tarifa referente à transferência, outras que há um imposto relacionado à transação, e há aquelas que cobram por um suposto seguro para negativados. 

É justamente nesse momento que é possível identificar o golpe. Isso porque, no caso de empréstimo pessoal, pedir depósitos antecipados é uma prática considerada irregular pelo Banco Central. Ou seja, uma empresa idônea jamais fará isso. 

Igualmente importante é ficar atento para o envio de dados pessoais e documentos que permitam que possíveis criminosos usem as informações para fazer empréstimos no nome de terceiros. Vale ainda observar como o contato é feito e de que forma os valores são oferecidos. Instituições financeiras confiáveis não costumam abordar clientes por meio de redes sociais e mensagens, tampouco suas ofertas parecem boas demais para ser verdade. 

Para evitar que isso ocorra, uma pesquisa rápida na internet é uma arma acessível e poderosa. No site do Banco Central, por exemplo, com poucos cliques é possível checar se a instituição é de fato regulada/supervisionada pelo BC. A Associação Brasileira de Crédito Digital também reúne em sua página a lista das fintechs de crédito associadas à entidade, todas empresas sérias e reconhecidas pelo mercado. Fóruns na internet com reclamações de consumidores e reportagens publicadas pela mídia também podem ser úteis no cruzamento de informações.  

Por mais que o empréstimo seja urgente, vale a pena respirar fundo, analisar bem a proposta oferecida e reservar algum tempo para conferir todas as credenciais da empresa escolhida para a operação. Uma ação simples, mas que tem potencial para evitar uma enorme dor de cabeça no futuro.   

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