Entendendo o que é sustentabilidade (parte 2)

Entenda o que é o Triple Bottom Line (TBL), uma das formas de representar a sustentabilidade nas organizações

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11:10 am - 10 de abril de 2019

O que é o ‘Triple Bottom Line’?

Na última publicação iniciamos a discussão sobre o que é a sustentabilidade. Naquela oportunidade, apresentamos o conceito de Desenvolvimento Sustentável (DS) ou “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”. Essa é a definição da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1987, e reconhecida em todo o mundo.

A conclusão de uma pesquisa realizada pela Accenture, em 2010, foi que as empresas entendem o que é sustentabilidade de duas formas. A primeira seria exatamente essa, com a sustentabilidade sendo compreendida a partir do que é o DS. A segunda seria por meio do chamado ‘Triple Bottom Line’ (TBL), em português chamado de tripé de sustentabilidade.

Disseminado pelo inglês John Elkington em seu famoso livro “Canibais com garfo e faca”, o TBL é formado por três dimensões: econômica, social e ambiental. Em outras palavras, na busca da sustentabilidade, as organizações devem focar as três dimensões, preocupando-se com os resultados em termos econômicos (p.ex.: lucratividade, investimentos etc.), social (direitos humanos, direitos trabalhistas etc.), e ambiental (p.ex.: emissões, resíduos, descarte etc.).

Percebe-se que essa visão se contrapõe àquela mais tradicional, de que o objetivo da empresa se resumiria a obter resultados econômicos (ou “a maximização da riqueza do acionista”), ampliando o próprio papel da empresa.

O TBL é a base de boa parte das diretrizes e práticas relacionadas à sustentabilidade, como por exemplo consta nas diretrizes de relatórios de sustentabilidade GRI (Global Reporting Initiative) ou no questionário pra empresas que participem do ISE-B3 (índice de sustentabilidade empresarial no mercado brasileiro de ações).

Da mesma forma que a abordagem do DS, o TBL também demanda uma mudança na gestão, na estratégia e nos modelos de negócios das organizações. A boa notícia é que se percebe que, cada vez mais, o TBL tem sido reconhecido e utilizado pelas empresas. A má notícia é que, como alertou recentemente o próprio Elkington, o TBL deveria ser mais uma filosofia, uma real mudança nas organizações e na sociedade, do que apenas uma forma de contabilizar os resultados das organizações, como muitas vezes é considerado.

Na próxima publicação, trataremos de uma terceira possível abordagem, os chamados Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que pode ser um nova forma de se considerar a sustentabilidade nas empresas.

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