Entendendo o que é sustentabilidade – parte 1

Sabe o que é sustentabilidade? Confira a definição da comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

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11:28 am - 04 de março de 2019

 

O primeiro requisito para se gerenciar alguma área ou processo é conhecer o tema de que se deve tratar. Qualquer que seja a empresa ou o contexto, é necessário que as pessoas tenham um nível mínimo de competências – ou como são mais reconhecidas, os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias–, na busca da eficiência e da eficácia nas organizações.

Quando tratamos de sustentabilidade, o quadro é o mesmo: há uma necessidade de se compreender com o que estamos lidando – diga-se de passagem, um fenômeno muito complexo – para podermos desenvolver as nossas atividades de acordo.

Infelizmente, nesse caso específico da sustentabilidade, isso dificilmente acontece. Apesar do tema estar sempre presente na sociedade – talvez o mais atual seja a discussão sobre a proibição dos canudos de plástico (o cálculo é que haja mais de 150 milhões de toneladas de plástico nos oceanos –, a complexidade do tema e, portanto, a dificuldade de se chegar a boas soluções, pode comprometer até os mais bem intencionados.

A sugestão aqui é voltar ao mais básico. Afinal o que é sustentabilidade? A primeira coisa é definir de que nível estamos falando: se de um nível macro, como sociedade ou planeta, ou de um nível micro, ou nível da sustentabilidade nas organizações.

Na publicação de hoje, trataremos do primeiro: discutir o que é sustentabilidade de forma mais ampla, mas que, claramente, também tem relação com as atividades empresariais. Nesse caso, o que se tem como mais conhecido e disseminado é o conceito de Desenvolvimento Sustentável (DS). Definido como “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”[1]. O DS seria como uma diretriz ou filosofia para nossas ações. Na definição de DS, podemos destacar algumas ideias fundamentais:

  • O que são necessidades: isso está diretamente relacionado com o que consumimos e como fazemos isso. Por exemplo, um consumo mais consciente reduziria o uso dos recursos naturais (sugestão de leitura: Pesquisa Akatu 2018: Panorama do consumo consciente no Brasil).
  • A ideia de limitação: como os recursos naturais são finitos, um uso mais eficiente desses recursos também seria benéfico para todos (práticas como economia circular, reciclagem etc. contribuiriam para isso). Obviamente, menos recursos e mais eficiência significaria ganhos econômicos para as empresas, levando a uma situação de ganha-ganha.
  • O efeito do tempo: pensar no futuro é fundamental. As ações de hoje terão repercussões à frente. Talvez de forma irreversível. Por exemplo, a discussão sobre as mudanças climáticas relacionadas à emissão de gases efeito estufa e o aumento da temperatura nas próximas décadas.

Dessa forma, pensar nas consequências das atividades organizacionais a partir da abordagem do DS demandaria uma mudança de modelo mental e das práticas de forma radical, seja nas empresas, no governo e na legislação, ou mesmo individualmente. Mas talvez isso não seja uma utopia. Muitas organizações, com ou sem fins lucrativos, têm feito disso uma estratégia ou até a base de seu modelo de negócios, e com sucesso. Trataremos disso nas próximas publicações.

[1] Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991). Nosso Futuro Comum, 2ª. edição.

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