Ela se vai, mas deixa legado

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10:46 am - 14 de julho de 2014

Existe coerência em
uma série de críticas feitas quanto à realização da Copa do
Mundo no Brasil. Mas há também uma contribuição que, do ponto de
vista de negócios e da geração de valor para a economia local,
representa um divisor de águas: nunca tínhamos visto, na nossa
casa, a promoção de um evento de tal magnitude e envergadura. E as
competências que agora temos a chance de assimilar e replicar
localmente elevam o mercado brasileiro de eventos a um novo patamar.

Tive a felicidade de
levar alguns clientes da IT Mídia ao jogo de quartas de final entre
Brasil e México, em Fortaleza, e não encontro melhor maneira de
classificar o que vi do que um grande espetáculo. A começar pela
experiência de exclusividade que vivenciamos nas tendas de
hospitalidade, algo muito semelhante à compra de um camarote, mas
com a considerável diferença de que estes espaços chegam a abrigar
milhares de pessoas.

O fato é que o placar
zerado não impôs qualquer prejuízo à festa. Todos saíram do
estádio inundados de contentamento, provavelmente sem perceber a
máquina de negócios que gira por trás da paixão pelo futebol: a
fusão entre entretenimento e relações B2B. A quantidade de
dinheiro que a Fifa consegue movimentar a partir desta fértil
combinação é, no mínimo, impressionante. Porque, mais do que uma
incubadora de gente feliz, a Copa do Mundo é um produto no qual
grandes e poderosos patrocinadores investem, tendo uma expectativa
enorme de retorno.

Tinha tudo para dar
errado. E, quase como mágica, deu certo. Digo quase pois, entre os
riscos inerentes ao deslocamento gigantesco de pessoas em um
território com tantos problemas estruturais, a Fifa importou uma
fórmula de sucesso. Junto ao governo e com o apoio crucial da
iniciativa privada, a entidade impôs processos muito maduros,
empurrando-os goela abaixo dos organizadores do evento.

Ao mesmo tempo, o
padrão Fifa é gravado nos profissionais brasileiros encarregados da
execução desses processos. Como consequência, as empresas locais
apoderam-se de conhecimento e segurança para propor ofertas ainda
mais vantajosas aos clientes. Mais do que oferecer visibilidade de
marca, o setor de eventos e comunicação tem a oportunidade de
aprimorar a capacidade que já possui de conectar pessoas e criar uma
experiência única.

A Copa do Mundo deixa
como legado a evolução na forma de planejar, organizar e entregar
eventos. E não tenho dúvidas de que ainda existe muito por fazer.

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