E os seus dados, por onde andam?

Novidades tecnológicas trouxeram inúmeras mudanças, mas também impactos consideráveis na vida e na privacidade das pessoas

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3:26 pm - 27 de novembro de 2019

O objetivo desta coluna é abordarmos os aspectos da tecnologia e da legislação e de como estas duas áreas vêm caminhando juntas. Daqui para frente, será cada vez mais normal o pessoal de TI trabalhar de forma conjunta com advogados, definindo cláusulas de contrato e medidas de segurança da informação. Assuntos relacionados à privacidade – ou a ausência dela –, segurança dos dados, plataformas, daquilo que é bom e positivo e também de aspectos não são tão bons assim.

A tecnologia mudou profundamente a configuração da vida em sociedade a forma de como as pessoas passaram a acessar e utilizar alguns serviços. Muitos deles, até pouco, tempo eram oferecidos apenas por empresas ou prestadores consolidados e reconhecidos no mercado.

A partir de exemplos cotidianos do uso da tecnologia em mercados disruptivos, é possível fazer algumas reflexões e questionamentos:

Há alguns anos você se hospedaria na casa de uma pessoa totalmente desconhecida para aproveitar as férias ou passar uns dias a trabalho?

Provavelmente não. Mas hoje existem aplicativos que oferecem esse tipo de serviço e é provável que você já tenha até utilizado, como é o caso do AirBnb, que conecta pessoas dos locais mais improváveis e que em outras situações jamais teriam contato.

As crianças crescem ouvindo dos pais para nunca, jamais falar ou aceitar carona de estranho. Hoje, crianças e adolescentes andam para lá e para cá com pessoas totalmente desconhecidas, muitos cumprem a agenda diária graças aos motoristas de aplicativos.

Isso tudo é possível através das relações de confiança que se estabelecem através das plataformas, ou aplicativos. Nestas ferramentas modernas, em troca dos serviços prestados, além do pagamento do valor combinado, as pessoas deixam uma grande quantidade de dados pessoais para concretizar esta relação.

Atualmente, estas plataformas conhecem muito mais de seus usuários do que eles são capazes de imaginar. O Airbnb, por exemplo, fez a coleta de vários dados pessoais, além dos dados de cartão de crédito para que a reserva se concretizasse. Uma vez usuário assíduo do sistema, é facilmente gerado um perfil de preferências, possibilitando desde já a indicação de novas possibilidades de viagens.

No caso dos aplicativos de transporte, em roteiros previsíveis – toda quinta-feira, após o trabalho o usuário segue para a igreja, sempre no mesmo horário. Com este perfil de comportamento, a Uber, por exemplo, tem informações suficientes para saber através do endereço de destino qual a sua convicção religiosa que, pela nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), é considerado como um dado pessoal sensível – assunto que será tratado em breve neste espaço.

A realidade hoje é outra, o mundo passa por constantes mudanças e cabe a cada indivíduo filtrar aquilo que lhe é bom e se adaptar às novidades. Sempre!

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