Desenvolvimento Pessoal: podemos falar sobre planos e mudanças?

Reflexões baseadas nas estórias e canções do filme “Nasce uma estrela"

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4:45 pm - 07 de março de 2019

Recentemente assisti ao filme “Nasce uma estrela” (título original “A star is born”).

Gostei demais do filme, pois, além da qualidade de sua produção e direção que o levou a ser indicado ao prêmio Oscar deste ano em algumas categorias, trata-se de uma produção artística que procura levar ao público algumas mensagens que deveriam servir para refletirmos sobre nossas vidas.

Já li diversos comentários sobre esse filme e sobre as mensagens que transmite.

A maioria deles aborda a árdua trajetória da personagem Ally (interpretada por Lady Gaga) para ter seu talento reconhecido e alcançar o sucesso. Essa narrativa trouxe-nos a mensagem de que não devemos desistir de nossos sonhos. O discurso da cantora/atriz na premiação do Oscar corroborou claramente essa mensagem.

Considero que esse tenha sido o principal tema do filme, reforçado pelo próprio título do mesmo.

Quero, porém, nesse meu comentário falar um pouco sobre as mensagens que o filme transmite por meio da história do outro personagem principal – Jackson Maine (interpretado por Bradley Cooper).

Particularmente foi aquela que mais chamou a minha atenção.

Um ser humano que, apesar do sucesso profissional, não consegue lidar com os seus vícios e que não encontra força suficiente para enfrentá-los e suplantá-los. Atormentado por fatos que ocorreram em seu passado, seus medos e fraquezas o acompanham durante toda a vida e o impedem de seguir em frente.

Agora, recorro às letras de duas canções que integram a excelente trilha sonora do filme para reforçar a estória da luta travada por esse personagem.

A primeira canção, mais conhecida, é “Shallow” (Superfície) que, inclusive, ganhou o Oscar de melhor canção original.

Há alguns trechos dessa canção que considero fundamentais para uma primeira reflexão sobre mudanças. Dentre esses trechos destaco:

“Em todos os bons momentos eu me vejo almejando uma mudança

                  E nos momentos ruins, eu tenho medo de mim mesmo”

Estamos sempre almejando mudanças, mas pouco ou nada fazemos para alcançá-las.

Aliás, nem sempre conseguimos definir que mudanças são essas, pois não conseguimos definir os motivos que nos remetem a elas.

Queremos mudar, mas não sabemos o que mudar, em que e quando mudar.

O início de qualquer jornada na nossa vida depende exclusivamente de nós, mas para isso precisamos saber onde estamos e em que condições nos encontramos.

Não dedicamos tempo para conhecer a nós mesmos e isso nos impede de traçar caminhos sustentáveis que nos levariam às mudanças que almejamos.

Friedrich Nietzche, filósofo alemão, disse:

“O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo”

E esse inimigo que criamos em nós, o qual não conhecemos, nos leva a derrotas e aí surgem os momentos ruins, com sentimento de impotência, onde acabamos tendo medo de nós mesmos.

A outra canção do filme, não tão conhecida, é “Maybe it’s time” (Talvez seja a hora).

Considero que essa canção exorta mensagens que podem contribuir para que possamos refletir um pouco mais sobre mudanças. Os trechos que destaco são:

“Talvez seja a hora de deixar as velhas formas morrerem

É preciso muito para mudar um homem, é preciso muito para tentar

É preciso muito para mudar seus planos

E um trem para mudar sua mente”

Se realmente quisermos mudar temos que ter a clara consciência de que precisaremos de muita disposição e coragem.

Qualquer mudança exige muito de nós. Escolha de um ou mais motivos de vida, definição de objetivos, das etapas, das alternativas e dos meios para alcançá-los e muita determinação para executá-los.

A metáfora do trem citada nesse trecho da canção associa a ideia (real) de que a nossa mente está carregada de tantas coisas (temos muita bagagem) que será preciso um trem para transportá-las em direção às mudanças que desejamos.

E que antes de pensar em mudar nossos planos é preciso pensar em mudar nossa mente.

Mas para isso temos que ter consciência de que precisaremos de um trem.

Pense sobre isso. Pense sobre tudo o que está em sua mente e que terá que ser transportado por esse trem.

Pense (e repense) nos seus valores, nas suas crenças, nos seus hábitos e nos seus comportamentos.

Reflita sobre tudo e sobre todos que estão à sua volta.

Reflita sobre os seus motivos de vida.

Esses são os primeiros passos para iniciar a jornada que fará com que deixemos (na hora certa) as velhas formas morrerem.

Créditos:

Filme dirigido e escrito por Bradley Cooper, Will Fetters e Eric Roth.

“Shallow” foi composta por Gaga, Ronson, Anthony Rossomando, Miike Snow e Andrew Wyatt.

“ Maybe it’s time” foi composta por Michael Jason Isbell.

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