Desenvolvimento Pessoal: podemos falar sobre planos e mudanças?
Reflexões baseadas nas estórias e canções do filme “Nasce uma estrela"
Recentemente assisti ao filme “Nasce uma estrela” (título original “A star is born”).
Gostei demais do filme, pois, além da qualidade de sua produção e direção que o levou a ser indicado ao prêmio Oscar deste ano em algumas categorias, trata-se de uma produção artística que procura levar ao público algumas mensagens que deveriam servir para refletirmos sobre nossas vidas.
Já li diversos comentários sobre esse filme e sobre as mensagens que transmite.
A maioria deles aborda a árdua trajetória da personagem Ally (interpretada por Lady Gaga) para ter seu talento reconhecido e alcançar o sucesso. Essa narrativa trouxe-nos a mensagem de que não devemos desistir de nossos sonhos. O discurso da cantora/atriz na premiação do Oscar corroborou claramente essa mensagem.
Considero que esse tenha sido o principal tema do filme, reforçado pelo próprio título do mesmo.
Quero, porém, nesse meu comentário falar um pouco sobre as mensagens que o filme transmite por meio da história do outro personagem principal – Jackson Maine (interpretado por Bradley Cooper).
Particularmente foi aquela que mais chamou a minha atenção.
Um ser humano que, apesar do sucesso profissional, não consegue lidar com os seus vícios e que não encontra força suficiente para enfrentá-los e suplantá-los. Atormentado por fatos que ocorreram em seu passado, seus medos e fraquezas o acompanham durante toda a vida e o impedem de seguir em frente.
Agora, recorro às letras de duas canções que integram a excelente trilha sonora do filme para reforçar a estória da luta travada por esse personagem.
A primeira canção, mais conhecida, é “Shallow” (Superfície) que, inclusive, ganhou o Oscar de melhor canção original.
Há alguns trechos dessa canção que considero fundamentais para uma primeira reflexão sobre mudanças. Dentre esses trechos destaco:
“Em todos os bons momentos eu me vejo almejando uma mudança
E nos momentos ruins, eu tenho medo de mim mesmo” |
Estamos sempre almejando mudanças, mas pouco ou nada fazemos para alcançá-las.
Aliás, nem sempre conseguimos definir que mudanças são essas, pois não conseguimos definir os motivos que nos remetem a elas.
Queremos mudar, mas não sabemos o que mudar, em que e quando mudar.
O início de qualquer jornada na nossa vida depende exclusivamente de nós, mas para isso precisamos saber onde estamos e em que condições nos encontramos.
Não dedicamos tempo para conhecer a nós mesmos e isso nos impede de traçar caminhos sustentáveis que nos levariam às mudanças que almejamos.
Friedrich Nietzche, filósofo alemão, disse:
“O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo” |
E esse inimigo que criamos em nós, o qual não conhecemos, nos leva a derrotas e aí surgem os momentos ruins, com sentimento de impotência, onde acabamos tendo medo de nós mesmos.
A outra canção do filme, não tão conhecida, é “Maybe it’s time” (Talvez seja a hora).
Considero que essa canção exorta mensagens que podem contribuir para que possamos refletir um pouco mais sobre mudanças. Os trechos que destaco são:
“Talvez seja a hora de deixar as velhas formas morrerem
É preciso muito para mudar um homem, é preciso muito para tentar É preciso muito para mudar seus planos E um trem para mudar sua mente” |
Se realmente quisermos mudar temos que ter a clara consciência de que precisaremos de muita disposição e coragem.
Qualquer mudança exige muito de nós. Escolha de um ou mais motivos de vida, definição de objetivos, das etapas, das alternativas e dos meios para alcançá-los e muita determinação para executá-los.
A metáfora do trem citada nesse trecho da canção associa a ideia (real) de que a nossa mente está carregada de tantas coisas (temos muita bagagem) que será preciso um trem para transportá-las em direção às mudanças que desejamos.
E que antes de pensar em mudar nossos planos é preciso pensar em mudar nossa mente.
Mas para isso temos que ter consciência de que precisaremos de um trem.
Pense sobre isso. Pense sobre tudo o que está em sua mente e que terá que ser transportado por esse trem.
Pense (e repense) nos seus valores, nas suas crenças, nos seus hábitos e nos seus comportamentos.
Reflita sobre tudo e sobre todos que estão à sua volta.
Reflita sobre os seus motivos de vida.
Esses são os primeiros passos para iniciar a jornada que fará com que deixemos (na hora certa) as velhas formas morrerem.
Créditos:
Filme dirigido e escrito por Bradley Cooper, Will Fetters e Eric Roth.
“Shallow” foi composta por Gaga, Ronson, Anthony Rossomando, Miike Snow e Andrew Wyatt.
“ Maybe it’s time” foi composta por Michael Jason Isbell.