Data Science e cultura de dados

A implementação de uma cultura voltada a dados é imprescindível para o sucesso organizacional

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8:16 pm - 18 de março de 2020

*Por:

Douglas Augusto de Paula, Raquel Sales Costa e Luiz Paulo Fávero

Apesar da forte propagação dos conceitos de Big Data, Machine Learning e Data Science na última década, as ferramentas de manuseio e análise de dados já eram utilizadas no contexto empresarial há muito tempo. Diversos fatores contribuíram para a ampliação dessa área de conhecimento e a tornaram essencial para as empresas nos dias atuais, entre eles: aumento do volume de armazenamento, a evolução dos softwares, a disponibilidade de dados e a cultura de dados.

O aumento do volume de armazenamento é reflexo direto da redução dos custos para fazê-lo. Hoje em dia, é possível a acumulação de grandes quantidades de dados com baixíssimo custo. Por exemplo, é só lembrar daquele seu pendrive que, há 10 anos, para armazenar 16Gb, custava cerca de R$200,00 e hoje pode custar menos de R$20,00. Obviamente, a discussão da capacidade de armazenamento de dados é bem superior aos exemplos corriqueiros mas, com certeza, apresenta relação.

Somado a isso, a evolução de softwares que permitem a aplicação de ferramentas de análise a partir de simples comandos tornou a vida do Data Scientist muito mais simples. Análises estatísticas rápidas e desenvolvimento de modelos preditivos tornaram-se mais acessíveis. Nessa linha, se destacam softwares como o R, Python, Stata, SAS, SPSS, entre outros, desenvolvidos com foco em demandas por vezes multidisciplinares.

Ademais, a disponibilidade gigantesca de dados, proveniente de diversas fontes (dados governamentais, cadastros que fazemos em empresas, redes sociais, entre outras) geram informações úteis para a tomada de decisão cada vez mais instantânea por parte das organizações. Para se ter uma ideia, em cada minuto de 2019 foram feitas aproximadamente 4,5 milhões de buscas no Google, 10 mil viagens por meio do Uber, 1,5 mil reservas pelo Airbnb, 400 mil downloads de aplicativos, 230 mil chamadas por Skype, e 690 mil transmissões de vídeo pela Netflix. Por meio de informações extraídas a partir desses dados, é possível otimizar a alocação de recursos e direcionar produtos com base em hábitos de consumo e interesses dos consumidores. Dados são, de fato, o novo petróleo.

O fator que acreditamos ser o mais importante é a cultura de dados. A implantação de tomada de decisão cada vez menos baseada em “achismos” e mais fundamentada em dados tem o poder de proporcionar mais eficiência aos processos de criação de valor das empresas. Como William Edwards Deming, considerado o estrangeiro que gerou o maior impacto sobre a indústria e a economia japonesa no século XX, costumava afirmar: “Em Deus nós confiamos! Todos os outros, por favor, tragam me dados”.

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