Controle na Internet dos outros, é refresco!
É de conhecimento público que, apesar de não existir uma legislação específica, a justiça (através dos juízes) entende que as organizações podem monitorar o acesso dos usuários à Internet. Isto pode acontecer desde que exista um regulamento que explicite este controle e que seja comunicado periodicamente aos usuários. Evidentemente desde que este acesso seja feito com uso total ou parcial de recursos da organização.Se você acessou o que não devia, provavelmente você será chamado atenção. Os juízes aprovam.No mês passado a Agencia Estado divulgou uma notícia informando que existem juízes federais indignados. Motivo: por ordem da corregedoria, a Secretaria de Informática mapeou os acessos à Internet nas varas federais durante o período de 3 meses, 14 de agosto a 14 de novembro/2008.Foram constatadas ocorrências a endereços classificados na categoria perda de produtividade. São endereços não relacionados ao serviço e que o comprometem. Foram 1.136.506 acessos à Internet na secretaria (cartório) e 147.159 no gabinete do ministro. Se dividirmos por cem dias, dá uma média de 113 mil e 1.400 acessos diários, respectivamente.?Estamos indignados, o desconforto é grande!?, declarou o juiz titular da 10ª. Vara Criminal Federal.E agora, como ficamos? Vamos ter na jurisprudência o famoso “SE”? Se o acesso foi feito por um juiz ou por trabalhadores da justiça, não pode! Considerando os demais mortais, pode!Evidentemente o uso do SE não é uma boa solução. Na situação de estarmos no período de expediente de trabalho e considerando que os recursos são da organização, devemos usar estes recursos exclusivamente para atividades alinhadas com o desempenho das nossas atividades profissionais. Se existe no tribunal um regulamento sobre o assunto e o mesmo é comunicado à todos os usuários, neste caso o controle deve ser utilizado para todas as pessoas. Vou mais adiante, como cidadão desejo saber como meu dinheiro está sendo gasto. Sugiro que todos os acessos de todos que são pagos pelos contribuintes, sejam colocados na Internet para que haja transparência e o próprio grupo se monitore.Não vamos retroceder para o estágio em que a lei é igual para todos, porém para alguns é mais igual do que para outros. Quem quiser acessar qualquer coisa acesse da sua casa com os seus recursos.Edison Fontes, CISM, CISA.Consultor ExecutivoNúcleo Inteligência Consultoria, Participa ABSEG, ISACA e InfoSecCouncil.[email protected]Ética! Um princípio sem fim