Compartilhamento de dados: caminho para o futuro

Imenso volume de informações de negócios gerado e coletado todos os dias impulsiona uma nova organização social orientada por dados, ou data driven

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8:39 pm - 23 de junho de 2019

Caminhamos rumo a um mundo cada vez mais orientado por dados. Ou como dizem os americanos, uma sociedade ‘data driven, em que não só os negócios se tornam estrategicamente dependentes da infinidade de informações que coletam. A mudança impacta também o papel de organizações de todos os tipos, inclusive associações setoriais como a de tecnologia, que devem passar a atuar como plataformas de compartilhamento.

Alguns anos atrás, quando o acesso aos dados era infinitamente menor, as organizações eram bastante orientadas pela percepção de seus líderes, alimentadas em grande parte por fontes subjetivas, ou seja, não necessariamente embasadas em estatísticas ou fatos. Hoje uma empresa, ou mesmo um setor, que não faz a gestão de suas relações com base em dados, está sujeita a simplesmente morrer.

Serão 463 exabytes de dados gerados todos os dias em 2025, segundo a consultoria Racounter. É um volume sem dúvida assustador, e boa parte dele, claro, jamais será processado para obtenção de insights que orientem os decisores. A complexidade de se coletar, tratar e analisar essas informações é gigantesca, mas já há alguns anos começa a ser um diferencial competitivo para quem ousa fazê-lo.

No setor da distribuição de tecnologia da informação, entidades como a Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação, a Abradisti, não fogem a esta regra. Além da função básica de uma associação – servir de base para a reunião das empresas do setor em torno de agendas comuns –, no futuro elas deverão ser capazes de funcionar como plataforma em que seja efetivamente possível compartilhar dados e informações.

Claro que há limites para esta forma de atuação, inclusive legais e concorrenciais. Mas há plataformas neutras que coletam dados de empresas e depois os disponibilizam em forma de análises e insights impessoais. Modelo que permite aos que aderem a comparação de  números individuais aos do setor e, assim, a avaliação de estratégias.

Por isso, a Abradisti aposta em parcerias como a feita há cerca de seis anos com a CONTEXT, empresa britânica de inteligência de mercado especializada no segmento de distribuição de tecnologia. A empresa coleta e armazena dados de distribuidores espalhados por todo o mundo, gerando inteligência sobre o segmento e dando embasamento para os gestores onde quer que estejam.

Os associados são estimulados a aderirem. Há uma camada de ‘Business Intelligence’ (BI) que dá visibilidade sobre os movimentos do mercado, o que permite aos participantes resolver problemas e corrigir estratégias de longo ou médio prazo, entre outras vantagens. Dos 41 associados da Abradisti, cerca de 12 associados já estão na plataforma. Quantos mais aderirem, melhor a qualidade dos dados e das análises disponíveis.

É importante dizer que a empresa não coleta os dados, atua simplesmente como facilitador de encontros entre a CONTEXT e os associados. Atua, isto sim, como estimuladora e evangelizadora do compartilhamento como forma de gerar benefícios para todo o setor, preparando-o para a vindoura sociedade dirigida por dados.

Afinal, é importante que o setor de distribuição de tecnologia esteja conectado ao futuro e aposte no caminho da luz, ou seja, na visibilidade sobre si próprio. É importante deixar de lado a percepção, ainda comum em muitas empresas brasileiras do setor, de que não compartilhar dados e operar a escuridão seja uma vantagem competitiva. A bem da verdade, não passa de uma aposta.

 

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