Com avanço do Open Banking, conceito do sistema financeiro aberto ganha popularidade

Dúvidas relacionadas ao funcionamento da novidade têm diminuído

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por ABCD
5:12 pm - 26 de agosto de 2021

Recém-iniciada, a segunda fase do Open Banking, marcada pelo compartilhamento de dados dos consumidores (sempre a partir de consentimento prévio), deve efetivamente começar a impactar a vida dos brasileiros no fim do ano. Isso porque, feita de maneira escalonada, somente a partir do dia 30 de setembro as informações transacionais serão partilhadas – no momento isso ocorre apenas com os dados cadastrais. 

A tendência é que parte das instituições financeiras certificadas, sejam elas obrigatórias ou voluntárias, tenham a capacidade de utilizar as informações em suas análises de crédito, oferecendo melhores condições e produtos mais alinhados com o perfil dos clientes, já a partir de novembro. 

Nesse cenário, ainda é cedo para projetar os primeiros impactos do Open Banking na vida dos brasileiros, no entanto, com o avanço das fases de implementação, assistimos ao aumento da familiaridade com o conceito do sistema financeiro aberto por parte da população. 

Se há algum tempo pesquisas apontavam a persistência de dúvidas relacionadas ao funcionamento da novidade e até mesmo à definição do termo que o designa, hoje o panorama é diferente. 

De acordo com estudo recente da Tecban e da Ipsos, os serviços de Open Banking são considerados relevantes para 66% dos ouvidos, enquanto 54% afirmam que estariam motivados a se inscrever nesses serviços. 

Além disso, o levantamento revela também que o número de brasileiros preocupados com o compartilhamento de seus dados caiu para 46% ante 60% registrado em 2018. Sinais positivos diante do volume de inovações financeiras absorvidas pelos brasileiros nos últimos tempos.  

O Open Banking passará por um processo de maturação até estar em pleno funcionamento, já que, diferentemente do PIX, por exemplo, trata-se de uma infraestrutura, não de um produto, com implementação gradual e feita pelo mercado. 

Desta forma, mais do que familiaridade, esperamos ver em breve o Open Banking impulsionando o sistema financeiro no país por meio da democratização do acesso ao crédito. E, segundo Imran Gulamhuseinwala, chefe da Entidade de Implementação do Open Banking do Reino Unido e um dos maiores especialistas no assunto no mundo, o Brasil parece estar no caminho certo. Em live sobre o tema, o executivo chegou a elogiar a estrutura de governança local. Um ótimo sinal para todos nós!

*Claudia Amira é diretora-executiva da ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital)

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