CFO, de finanças à prosperidade

O diretor financeiro no passado cuidava das finanças, depois da performance, agora da prosperidade

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10:00 pm - 12 de março de 2020

Bom dia, Pedro!

Não!

Era assim que me atendia um diretor financeiro que trabalhei, naquela época eu era diretor de uma unidade de negócio, e cada vez que qualquer diretor de comercial aparecia na sala dele, ele me recebia com enorme não, e um grande sorriso.

Segundo ele, os responsáveis comerciais e de desenvolvimento de negócios dizíamos sim a tudo, e para equilibrar, ele precisava dizer “não” a quase tudo.

Com esta atitude inocente e aparentemente benéfica para empresa, ele nos colocava em lados opostos da mesa onde todos comíamos.

Segundo ele, marketing gasta, TI gasta muito, vendas, pela pressão dos resultados, aceita tudo o que o cliente pede, então, alguém tem que trancar o cofre e esconder a chave.

Bem, este estilo de diretor financeiro ficou no início dos anos 2000, depois surgiu o CFO como braço direito do CEO, auxiliando no desenho da estratégia.

O CFO tem uma visão sistêmica da organização e pode ajudar a todas as áreas a se desenvolverem.

Hoje, com a tecnologia, grandes consultorias, como Delloite, apostam na figura de um CFO que utiliza tecnologia em seu departamento, automatizando tarefas repetitivas, aumentando o rendimento e a assertividade de seu trabalho.

Atuando como hub agregador dos dados da empresa, transformando-os em informação que são necessárias para a tomada de decisão.

O executivo de finanças poderá atuar próximo à área de vendas para discutir política de desconto, marketing para definir a viabilidade de novos produtos e preços, ampliações, mudanças, investimentos, e todo tipo de decisões precisam de apoio e embasamento.

Outro ponto que o CFO pode, e tem apoiado, é nos indicadores de rendimento e controle. Algumas literaturas estão falando da transformação do CFO em CPO (Chief Performance Officer).

Melhorar o rendimento e otimizar cada parte da empresa é importante, porém, no modelo de uma organização Tecno-Humanizada, a gestão dos processos fica sob o responsável de eficiência, eficácia e viabilização tecnológica (antigo CIO).

E, no modelo Tecno-Humanizado, o CFO passa a ser o responsável pela prosperidade. Isso implica ampliar o raio de ação dos resultados financeiros à olhar também o impacto social e impacto meio ambiental.

 

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Isso implica substituir o modelo de bottom line (lucro) pelo de triple bottom line (lucro, impacto social e impacto meio ambiental). E toda a operação será analisada desta forma.

Porém, esta mudança deve ser genuína, a área de responsabilidade social corporativa (RSC) eliminada ou transformada na área de impacto social. A mudança é significativa!

A responsabilidade social corporativa, na imensa maioria dos casos, se dedica a mitigar o impacto da operação da empresa, ou em ações de give back. Em muitas ocasiões se trata de fazer caridade por marketing. Ações, que mesmo sendo bem-intencionadas, funcionam mais como limpeza de consciência que efetivamente como impacto positivo verdadeiro.

A RSC deve ser deixar de se preocupar em limpar as pegadas negativas e a nova visão de impacto social e meio ambiental, deve atuar no desenho de uma organização mais consciente e humanizada em sua essência. Assim, não é necessário limpar depois.

É como trocar o conceito de jogar lixo fora ou reciclar lixo. É isso que buscamos na organização.

Não existe jogar lixo fora, você joga fora da sua casa, mas está no seu bairro, depois a prefeitura leva o lixo do seu bairro, mas está na sua cidade, depois no seu estado, no seu país ou no seu planeta.

O lixo nunca está fora, ele sempre está dentro do seu ecossistema.

Reciclar é transformar um material, que poderia ser nocivo em algo que o planeta possa assimilar ou reutilizar.

Neste caso é o mesmo conceito, antes o CFO controlava somente o resultado financeiro da empresa, comparando com o objetivo marcado pelo planejamento estratégico.

Em qualquer caso, sempre olhando para o próprio umbigo.

Esta visão não é mais suficiente para uma organização Tecno-Humanizada.

Se desenharmos e gerirmos uma organização sob estas bases do triple bottom line, o CFO se converte no responsável pela prosperidade, não somente da organização, mas ajudando a construir uma sociedade.

Como já comentamos em diferentes artigos, organizações conscientes e humanizadas são mais rentáveis, portanto, este modelo Tecno-Humanizado permite a organização criar riqueza sem gerar miséria.

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