Capital social, recurso essencial para uma organização bem-sucedida

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12:30 pm - 02 de novembro de 2018

A pesquisa em gestão de sistemas de informação costuma usar teorias de oriundas de outras áreas do conhecimento. Pesquisas sobre a dinâmica de equipes virtuais, uso de redes sociais, e-learning e gestão do conhecimento têm usado teorias do capital social como polo de referência dos estudos.

A ideia do capital social está ligada às relações que uma pessoa estabelece com um conjunto de outras e que são capazes de criar valor. Esse capital permite a criação e desenvolvimento de novas habilidades e competências do indivíduo que o detém. O capital social é criado quando as relações entre as pessoas mudam de maneira a facilitar a ação instrumental.

Existem três abordagens distintas do capital social: (i) teoria dos laços fracos, (ii) teorias do buraco estrutural, e (iii) teorias dos recursos sociais.

Todas as três abordagens estão ligadas a uma visão de uma rede de conexões sociais (laços) entre as pessoas. Pessoas do mesmo grupo têm laços comuns – todos estão conectados com todos – e compartilham informações, conhecimentos e fontes de recursos. Esse tipo de conexão é chamado de laço forte. Um laço fraco se refere a uma relação com uma pessoa onde existe poucos laços comuns. Dessa forma, esta ligação (laço fraco), permite acesso a informações que outras pessoas do mesmo grupo, com as quais existem laços fortes, não têm acesso. Esse acesso privilegiado que um laço fraco cria para o indivíduo gera uma vantagem social em relação aos demais membros de seu grupo. Sob esta ótica, o capital social de uma pessoa decorre da quantidade de laços fracos que ele possui.

A abordagem dos buracos estruturais não se concentra nas características dos laços (conexões) que as pessoas têm, mas sim no padrão das relações das pessoas de sua rede de conexões. Um buraco estrutural refere-se à ausência de laço direto entre duas conexões de uma pessoa. Isto é, o indivíduo está conectado a pessoas que não estão conectadas entre si. Nessa abordagem, é vantajoso estar conectado a um grande número de pessoas que não se relacionam diretamente. Redes ricas em buracos estruturais proporcionam ao indivíduo três benefícios principais: acesso mais exclusivo e oportuno à informação, maior poder de barganha e, portanto, controle sobre recursos e resultados, e maior visibilidade e melhores oportunidades em todo o sistema social.

A terceira abordagem é a teoria dos recursos sociais, que analisa a natureza dos recursos inseridos em uma rede de conexões. De acordo com essa abordagem, não são os laços fracos que geram vantagem, mas o fato de que tais laços são mais propensos a alcançar alguém com o tipo de recurso necessário para que a pessoa atinja os seus objetivos. Uma conexão que possua características ou recursos úteis para a consecução dos objetivos de alguém pode ser considerada um recurso social. Por exemplo, colegas que dão orientação e apoio ao desenvolvimento de carreira são um importante recurso social quando alguém busca progresso na carreira profissional.

Em suma, existem diferentes visões do conceito de capital social. A teoria dos laços fracos enfoca a natureza dos laços; a teoria dos buracos estruturais concentra-se no padrão das conexões; e a teoria dos recursos sociais salienta as características dos contatos. Essas abordagens não são mutuamente excludentes e podem funcionar juntas pois se concentram em pontos diferentes no processo de acumulação de capital social.

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