Asus Zenfone 3 – Avaliação completa, total
Venho testando a linha Zenfone desde seu primeiro lançamento no Brasil, o Zenfone 5 um dispositivo modesto para os dias de hoje, mas ainda bastante competitivo em seu segmento, atualmente em nova versão, denominado Zenfone GO. A linha Zenfone 2, incluindo as variações Selfie, e Laser eram dispositivos evoluídos, um bom hardware de fato, a despeito de relatos isolados que ouvi de aparelhos perdendo funcionalidade após um ano de uso. Isso não aconteceu comigo, com o Zenfone 2 nem com o Selfie. Usei ambos por muitos meses.
O que fazia falta na linha Zenfone 2 era um acabamento mais refinado e mais bonito. Nisso o Zenfone 3 que testei esbanja em elegância e beleza! Seu acabamento envidraçado, tanto na parte dianteira e traseira, sua linha fina, bem fina, 6.16 milímetros apenas (7.7 se levar em conta o pequeno ressalto da câmera), bastante leve (155 gramas), frisos cromados discretos emoldurando cada lateral do aparelho… Gosto é subjetivo, eu sei, mas para mim os designers da Asus acertaram em cheio. Em termos de design o Z3 não fica devendo nada para o concorrente coreano ou californianos cujos smartphones custam mais que o dobro, ou seja, a percepção de valor estético é um grande destaque.
Mas não só de beleza vive um smartphone certo? Cumprindo o protocolo necessário e desejado pelos leitores segue abaixo a ficha técnica do Zenfone 3 que testei (ZE552KL).
Usabilidade no dia a dia O que se espera é que o aparelho seja ágil, não demore ao carregar os aplicativos. Deseja-se que lide com desenvoltura com a situação de muitos aplicativos carregados ao mesmo tempo, pois é assim que precisamos no dia a dia. O SoC Snapdragon 625, com seus 8 núcleos em conjunto com os 4 GB de memória RAM, conferem ao aparelho a agilidade necessária e supera as expectativas com fluência e desenvoltura. Durante as várias semanas do teste formal e do tempo que sigo usando o Zenfone 3, a experiência foi “só alegria”. Segundo a Asus Zenfone 3 tem 50% mais desempenho e 35% menos consumo de energia que a geração anterior. Não posso confirmar estes números com este nível de precisão, mas pela percepção subjetiva no uso do Zenfone 3, parece que estes números estão modestamente baixos.
ZenUI : Colabora para a percepção de produtividade a interface própria, a ZenUI. Se você não conhece, não usou outro Zenfone antes, vai se surpreender de início com a elegância da interface, possibilidades de customização e pela presença de atalhos inteligentes, aplicativos para gerenciamento de espaço, memória, notificações, etc. Há quem defenda a interface “Android puro” que é usada por alguns fabricantes, geralmente com o argumento de que é mais leve, limpa e sem “pesar” no manuseio do aparelho. Isso é até verdade, Mas concordo com a argumentação da Asus. A interface “Android puro” é desnecessariamente pobre e a ZenUI além de não “pesar” na manipulação do aparelho, traz funcionalidades interessantes. A contrapartida é que tanto o Zenfone como aparelhos de concorrentes, que também têm suas interessantes customizações, demoram um pouco mais para receber atualizações do Android.
figura 04 – Asus Mobile Manager – um canivete suíço de utilitários
USB-C: Importante lembrar que o Zenfone 3 usa para recarga e conexão a computadores um cabo do tipo USB-C, que permite carga mais rápida e transferência de arquivos mais veloz. De quebra não exige posição certa para o encaixe, algo muito prático. Por isso o usuário deve se lembrar de ter este tipo de cabo no carro ou no escritório para uso eventual. Os cabos antigos não servem. Mas um simples adaptador pode ajudar o usuário a “multiplicar” seus cabos atuais transformando-os em USB-C. Falei sobre isso no texto “Resolvendoo pesadelo dos cabos USB com a mudança para USB-C”.
O sensor de impressão digital: Trata-se de recurso presente apenas em smartphones mais sofisticados. O Zenfone 3 conta com este prático auxílio para identificação e segurança. O processo de registro das impressões digitais é bastante simples e permite que até 5 digitais liberem o acesso ao aparelho. Gostei muito da velocidade do reconhecimento da impressão digital, segundo as especificações 0.2 segundos. Mas além disso a impressão é reconhecida de todo jeito. O dedo pode estar perfeitamente alinhado com o sensor, pode estar inclinado, pode estar até de ponta cabeça!! Funciona rápido da mesma forma.
Só não estou totalmente convencido se o posicionamento do sensor na parte traseira é a melhor opção. Por um lado, estando com o aparelho na mão, basta esticar o dedo na parte de trás do aparelho que ocorre o desbloqueio, é muito prático. Mas se ele estiver em um suporte de carro, o sensor fica “escondido” e não pode ser usado. Digitar senha ou mover o dedo usando um padrão definido também destrava o aparelho. Em aparelhos com o sensor na parte de baixo da área frontal (logo abaixo da tela), não tem este problema, mas por outro lado o aparelho requer as duas mãos para ser destravado (segurá-lo e posicionar o dedo da outra mão sobre o sensor). Pode ser apenas uma questão de costume.
Como venho testando alguns smartphones diferentes, quando me acostumo com um, tenho que me habituar com o outro. Mas vale o destaque, no Zenfone 3 o sensor é mesmo muito rápido e o dedo pode estar em QUALQUER posição. Mas definitivamente, atender o telefone pelo sensor de impressão é bastante ergonômico já que ao pegar o telefone, o dedo na parte traseira já está na posição correta!! Bem prático. O sensor também pode ser usado para tirar fotos, além destravar o aparelho e atender o telefone.
Todos os membros da família do Zenfone 3 (incluindo o Max e Deluxe)
O modelo que testei é o “mid-high” da família. Com 64 GB custa R$ 1899 em 12 vezes ou R$ R$ 1747 à vista. Tem versão de 16 GB por R$ 1499 em 12 vezes ou R$ 1379 à vista. Na versão de 32 GB custa R$ 1699 em 12 vezes ou R$ 1499 à vista.
ATUALIZAÇÃO: Fui contatado pela Asus e me ofereceram testar este smartphone, ou seja, já está chegando no Brasil.
Importante destacar, mesmo na versão de R$ 999 conta com conectividade 4G e sensor de impressão digital, algo praticamente inexistente nessa categoria de smartphone.
Mas ainda existe o verdadeiro “monstro” dessa geração! Trata-se do Zenfone 3 Deluxe. Tela super Amoled de 5.7 polegadas, Gorilla Glass 4, processador “top” do momento, o SnapDragon 820, câmera principal de 23 MP, memória de 6 GB e armazenamento de 256 GB!!! Seu preço é de R$ 4.899 (em 12 vezes) ou R$ 4.399 à vista. Segundo a Asus rivaliza com o iPhone 6s Plus. Há modelos com um pouco menos armazenamento a partir de R$ 3.899 em 12 vezes ou R$ 3.599 à vista.
Analisando em detalhes a autonomia de bateria do Zenfone 3
O modelo de uso dos smartphones vem se alterando, tornando-se mais intenso. Isso se reflete na expectativa que as pessoas têm em relação à duração da bateria. Apenas 8 horas, já não é mais aceitável. Ninguém quer ficar dependente de cargas ao longo do dia ou no carro, embora isso possa acontecer em uma situação de emergência. Um dos principais motivos de eu demorar para testar um aparelho se deve ao estudo da autonomia da bateria. No mínimo 3 semanas de uso contínuo em regime de uso normal, com todos meus aplicativos do dia a dia instalados.
O Zenfone 3 foi até agora, entre os smartphones que testei o que apresentou a melhor autonomia de bateria nestas condições de uso!! Em média 18 horas e 12 minutos de duração!!!! Grosso modo, das 6 da manhã até a meia noite!!! Quem não será atendido nessas condições? Fantástico!! Durante o teste pude conversar com a Asus e me foi dada uma explicação. Quando usaram o processador Intel Atom para seu primeiro smartphone, uma plataforma adequada para o desempenho, mas longe de ser extremamente eficiente em termos energéticos, muitas otimizações e técnicas para aumentar a autonomia precisaram ser desenvolvidas. Agora, usando o ótimo SoC da Qualcomm, o Smartdragon 625, que é bem eficiente, este conjunto de tecnologias e medidas de economia levaram o Zenfone 3 a este patamar de desempenho na gestão da energia.
Durante todo o período de teste eu jamais precisei de cargas adicionais durante o dia. Não precisei! Mas digamos que o seu perfil de uso seja muito mais intenso que o meu, que você possa exaurir a carga na metade do tempo, o sistema de carga rápida vai ajudá-lo a ter algumas horas a mais com pouco tempo de recarga, mais 3.5 horas de autonomia com apenas 20 minutos de recarga ou a carga completa em 1 hora e 40 minutos.
Você que leu este tópico até aqui, se queria saber sobre a autonomia de bateria, em resumo, viu que eu obtive 18 horas e 12 minutos em média e isso coloca o Zenfone 3 como o melhor smartphone que já testei até agora em questão de autonomia. Se quiser saber o porquê disso, pode acompanhar os parágrafos abaixo onde detalho todos testes que fiz. Se esta conclusão já é suficiente e não quer se aprofundar, pode seguir para a leitura para o próximo tópico no qual falo da câmera fotográfica do Zenfone 3.
Fundamento meu teste de autonomia em algumas situações distintas. Algumas são apenas para referência e comparação com outros smartphones.
Standby: aparelho ligado, mas sem usá-lo de forma alguma, tela apagada, porém recebendo mensagens, e-mails e atualizações de redes sociais, conectado à rede 3/4G ou WiFI. Nesta situação o Zenfone 3 pode permanecer 185 horas até esgotar sua bateria, quase 8 dias!!
Youtube: o segundo cenário é de uso contínuo de Youtube. O mesmo vídeo sendo reproduzido ininterruptamente, tela sempre ligada, nível de brilho perto de 60%. Nesta função o Zenfone 3 permaneceu ativo por quase 12 horas.
Gravação de vídeo: O terceiro cenário é da função de filmagem na resolução 1980×1080 (full HD), tela sempre ligada, imagem sendo continuamente capturada e gravada. Descobri ser esta a situação que mais estressa a bateria do Zenfone 3, na qual ele segura a gravação de vídeo por 5 horas e 15 minutos.
Waze: O quarto cenário é do uso contínuo do aplicativo de navegação por GPS e identificação dos melhores caminhos. Era até então, até eu começar a fazer o teste de gravação de vídeo, este aplicativo o maior triturador de baterias que havia para qualquer smartphone. O Zenfone 3 consegue manter o Waze funcionando em média por 7 horas e 48 minutos!!! Importante frisar “em média” porque há tempos já sei que o ritmo de consumo da bateria nesta situação depende do trajeto, da temperatura, se há incidência de sol no smartphone, etc. Capturei os dados de 18 viagens que mostro no gráfico abaixo. Raros são os smartphones que chegam a 5 ou 6 horas de autonomia nesta rigorosa avaliação! Seu antecessor, o Zenfone 2 entregava 4 horas e 6 minutos neste teste. Há smartphones que mal chegam a 3 horas. Outra forma de ver este mesmo número é, 1% de carga de bateria entrega cerca de 4 minutos e 45 segundos. O Zenfone 3 tem um comportamento excelente quando demandado pelo Waze!
Carga da bateria: também julgo muito importante o tempo de carga da bateria. Caso tenha sido esquecido de carregá-lo de um dia para o outro, o Zenfone 3 ganha aproximadamente 1% a cada minuto. Levou 1h e 40 minutos (100 minutos) para a carga total, com ele ligado (mas sem usar). Vendo de outra forma, uma carga de 40 minutos confere autonomia extra de mais de 7 horas no regime “misto” que eu o submeti (um pouco mais de 18 horas de autonomia total). Ou mais de 3 horas e meia com apenas 20 minutos de carga. O que você acha? Eu achei muito bom.
Uso real: o cenário que julgo mais importante é mesmo o “uso natural” do smartphone, no qual por pelo menos 3 semanas adoto o aparelho como meu único dispositivo do dia a dia, todos meus aplicativos, redes sociais, 4 contas de email, whatsapp, fotos, vídeos, etc. Há uma boa variabilidade na autonomia. Nos 21 dias testados, obtive uma vez mais de 21 horas de uso contínuo e no pior caso 12 horas e meia, média de 18 horas e 12 minutos. Avalio smartphones há um bom tempo e como meu padrão de uso não mudou tanto assim, é para mim referencial para comparações e por isso atesto que até agora, nenhum foi tão bem neste teste.
A forma de coleta de dados que utilizei foi muito simples, um pouco trabalhosa, mas simples. A cada dia registrava a hora que começava o uso, a partir de 100% de carga. No final do dia aferia o percentual usado e pelo tempo decorrido podia inferir o tempo total que teria durado a bateria naquele dia. Abaixo mostro algumas telas que exemplificam isso.
Neste particular dia comecei a usar o Zenfone 3 às 7:00 e encerrei o uso às 20:36 tendo consumido 61% da carga (sobrando 39%). Neste dia a tela consumiu a maior parte da energia, seguida pelo Waze e pelo Facebook e Whatsapp.
figura 15 – registro do consumo de energia de um dia típico
Também apresento os testes “isolados” (Youtube, standby, Waze, gravação de vídeo) para que dessa forma o leitor possa com estas informações todas de uma certa forma inferir como o Zenfone 3 seria adequado ou não para sua utilização. Pode haver smartphone cuja autonomia seja melhor? Difícil, mas pode. Só que ainda não passou pelas minhas mãos. Tenho grande curiosidade para testar o Zenfone 3 Max e o Moto Z Play (teste em progresso) que pela capacidade de suas baterias prometem duração de bateria ainda maior. Será??!!
O sistema de câmera fotográfica do Zenfone 3
O sistema ótico do Zenfone 3 é bastante elaborado e sofisticado. O Zenfone 2, se não tinha a elegância e design da nova versão, já era bastante competente para tirar fotos e registrar filmes. Você pode conferir por si mesmo no texto “Asus Zenfone 2 – desvendando a bateria, câmera e mais!”. Testei o Zenfone 2 em uma viagem para a China e fiz fotos sensacionais!
Uma série de tecnologias estão presentes que precisam ser apresentadas, pois colaboram para o salto de qualidade dessa geração. O sensor ótico de 6 elementos é da marca Sony (IMX 298), de última geração capaz entre outras coisas de filmar em resolução 4K (3840 × 2160) e tirar fotos de 64 MP (mais detalhes adiante). Conta com estabilização de imagem ótica e eletrônica, que torna uma verdadeira proeza registrar uma foto tremida. A câmera traseira tem resolução de 16 MP e a frontal de 8 MP com grande angular de 84 graus. Ambas as câmeras têm abertura f2.0 que significa boa sensibilidade à luz, tornando fotos em ambientes menos iluminados possíveis.
Tem sensor de luminosidade na câmera traseira para um correto “balanço de branco” que resulte em fotos bastante realistas e cores naturais. Tem também o modo “pouca luz”, o já conhecido modo da “coruja” que intensifica a iluminação em até 4 vezes. Para isso a foto tem resolução máxima de3 MP, mas faz verdadeiros milagres na captura da imagem em condições bem adversas de iluminação. E tem o modo “super resolução” que gera uma foto de 64 MP (!!!), quatro vezes mais que os 16 MP da câmera traseira, por meio de composição e interpolação de várias imagens tiradas. E de fato faz um ótimo trabalho nesta resolução “simulada”.
Super resolução: 16 MP é a resolução do sensor ótico, mas é capaz de gerar uma foto de 64 MP!! Não punha muita fé na qualidade dessa interpolação, mas pelo que vi, é mais do que isso. Segundo a Asus múltiplas capturas são feitas e um esperto algoritmo faz a interpolação. Vejam o resultado. A primeira foto é a original e a segunda mostra em detalhe, bastante ampliado (marcado em vermelho na foto original) de um pedacinho, que comprova a competência deste recurso.
figura 19 – foto original na qual foi usada a super resolução (clique para ampliar)
figura 20 – foto da direta com super resolução (clique para ampliar)
Pouca luz: da mesma forma que o Zenfone 2 tinha um bom HDR, também tinha um modo específico para pouca luz, mas o Zenfone 3 dá um passo adiante, proporcionando recurso para ampliar em 4 vezes a luminosidade, usando ao máximo seus sensores. Tem uma contrapartida, a foto resulta no máximo de 3 MP, mas fica ótima nesta situação de pouca luz. A primeira foto é de uma sobremesa que tirei em um jantar, ambiente bastante precário em termos de iluminação. Não só ficou perfeita como ainda se percebe o efeito de profundidade de campo.
figura 23 – foto noturna (clique para ampliar)
foto ao crepúsculo, dificílima, mas o Zenfone 3 registrou a cena muito bem em modo “pouca luz” (clique para ampliar)
Selfie: a câmera frontal registra as fotos com resolução de 8 MP e tem um ângulo de captura de 84 graus. Mas há muitos recursos para aprimorar ou embelezar o auto retrato, bem como selfie panorâmico. Há ajuste de tom de pele, efeito “blush” (rostos mais avermelhados), suavização da pele (rejuvenescedor), realce para os olhos, etc. No meu caso não há muito que possa resolver para embelezar (!!), mas experimentei um bocado com cada um destes ajustes, sempre indo do grau mínimo para o grau máximo e assim poder perceber bem os efeitos gerados. A foto abaixo tem apenas alguma aplicação de suavização de pele, mas tirada em difícil situação (fundo claro) e ao amanhecer. Só depois que descobri que mesmo em modo selfie a câmera frontal também tem modo HDR Pro, pena que não usei! Mas mesmo assim a foto ficou boa.
Foto próxima: gosto muito de registrar objetos em curta distância. Isso exige que a câmera tenha uma boa capacidade de fazer o foco nesta situação. Também dá um efeito muito bonito a correta “profundidade de campo”, ou seja, e elemento próximo em foco e o cenário distante desfocado. A foto abaixo dá um bom exemplo disso.
Instantâneos rápidos: fotografar é capturar emoções. Assim a câmera precisa ter a agilidade para rapidamente permitir registrar aquela cena que te impressionou ou te emocionou. Tecnicamente a foto abaixo não faz uso de nenhum recurso especial. Mas ilustra este lado de passar por um local, ouvir a música que toca o coração e registrar o momento. Aliás, também filmei este momento com o Zenfone 3. Na sequência ilustro este tipo de foto “descompromissada” mostrando outros instantâneos que capturei.
figura 26 – clique para ampliar
figura 27 – clique para ampliar
figura 28 – clique para ampliar
Acidente de percurso com o Gorilla Glass! O Zenfone 3 é construído com o consagrado vidro Gorilla Glass 2.5, resistente e bastante adequado a este tipo de smartphone. Na versão Deluxe o Zenfone 3 usa o Gorilla Glass 4.0, versão mais evoluída deste material especial desenvolvido pela Corning. Ao longo do teste e do uso, o Zenfone 3 sofreu algumas quedas. Caiu de cima da mesa, caiu do meu bolso, caiu de cima de um sofá, de várias formas. Não quis propositalmente colocar o Gorilla Glass 2.5 à prova. Estas quedas apenas aconteceram ao longo do tempo, sem que nenhuma consequência funesta acontecesse. Que bom!! É resistente mesmo.
Mas no dia 23 de dezembro eu estava arrumando a bagagem no porta malas do meu carro para uma viagem de natal e ano novo quando o pior aconteceu. Eu tinha colocado o aparelho em uma démodé pochete que uso de vez em quando, mas esqueci de fechar o zíper. Lá pelas tantas o Zenfone caiu da altura de minha cintura rumo ao chão da garagem, feita de um concreto absolutamente duro. Tivesse caído “de chapa” e não “de canto” o Zenfone 3 teria resistido. Mas a queda no concreto, de canto, no lado superior esquerdo (o que ficou mais castigado) iniciou uma trinca que se estendeu pela metade superior da tela como mostra a foto abaixo. A parte traseira do Zenfone 3 ficou perfeita, sem uma trinca. E apesar das rachaduras, estou usando sem maiores problemas (salvo a redução da visibilidade).
Este tipo de incidente não é incomum com smartphones, sejam quais forem. E não escolhe marca nem modelo. Já me aconteceu com um Quantum, com Samsung, Motorola… acontecem também com iPhones de forma geral. Se a queda é “de mal jeito”, principalmente na quina do aparelho, poucos se salvam. Agora vou executar o procedimento padrão da Asus. Abrirei um chamado para reparo fora de garantia, afinal foi uma queda e nada a ver com processo de fabricação ou defeito de fábrica. Aliás, eu me lembro que com o Zenfone 5, o primeiro que foi vendido no Brasil, eu tive problema parecido. Acionei o suporte, enviei pelo correio e em 8 dias tive o aparelho consertado de volta. E tomarei mais cuidado no futuro!! É minha dica.
Conclusão
Por ter testado o Zenfone 3 por mais de 45 dias (explicitamente) e usado ao todo por quase 3 meses posso apontar seus pontos fortes e fracos. É um dispositivo que prima por um design refinado, bastante diferente de sua versão anterior. Seu acabamento em vidro nos dois lados e bordas levemente arredondadas lhe conferem uma elegância que o nivela a aparelhos que têm quase o dobro de seu preço. Sua tela de LED IPS é ótima em brilho, contraste e realismo das cores. Apenas a versão Deluxe tem tela Super Amoled, mas a resolução Full HD (1920×1080) está presente nos modelos, menos na versão Max, a mais simples, que é 1280×720.
A qualidade do sistema ótico é bastante diferenciada, tanto para fotos em ambientes com ampla iluminação como em locais com pouca luz, situação que lida muito bem. Aprimoramentos das fotos, super resolução (64 MP interpolada de ótima qualidade), filmagem em Full HD e 4K, recurso de “time-lapse”, amplo modo manual, são alguns dos destaques. Apenas smartphones da concorrência que custam o dobro do preço têm alguns atributos mais amplos, como por exemplo, abertura f1.7 enquanto o Zenfone 3 tem abertura f2.0 e modo “pouca luz” (que o faz chegar praticamente ao mesmo resultado).
A durabilidade da bateria é um imenso destaque. Até agora eu jamais testara um aparelho que no meu padrão de uso entregara 18 horas de autonomia em regime “normal”. Não é benchmark e sim meu próprio hábito de consumo. Se você não leu o meu teste detalhado da bateria, recomendo que o faça, pois há vários outros cenários nos quais o Zenfone 3 foi amplamente competente!
Em termos de usabilidade, por sua configuração robusta, 4 GB de memória, armazenamento de 64 GB, resolução Full HD, tela LED IPS, processador de 8 núcleos Snapdragon 625 de 2.0 Ghz, Android 6 complementado pela ZenUI, atende a todas necessidades. Tem uso fluído, sem engasgo algum, rápido e responsivo. O sensor de impressão digital, aliás, presente desde o membro mais simples e barato da família, o Zenfone 3 Max de 5.2 polegadas, situado na parte traseira me deixou dividido. Às vezes amava ter o sensor ali e outras horas me irritava por não poder ter acesso frontal, é questão de costume e preferência. Acabei por me adaptar e gostei.
É uma opção excelente para quem vem usando smartphones de categoria intermediária e quer sem grande investimento adicional, ainda abaixo de R$ 1900 (começa a partir de R$ 1400), desfrutar de um verdadeiro “mid-high” como a Asus denominou. Leve, fino, elegante, rápido, bonito, duração de bateria diferenciada (melhor que já testei até agora), é real opção a ser considerada pelo consumidor.