Aprenda os 3 passos para ser um líder inclusivo

Liderança mais inclusiva é capaz de fazer os colaboradores se sentirem inspirados, acolhidos e, sobretudo, apoiados

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10:23 am - 18 de outubro de 2021
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Cada vez mais ser um líder inclusivo se torna muito importante para si próprio, para os colaboradores e corporações. Primeiro, pelo respeito ao ser humano que merece ser valorizado como realmente é. Segundo para que seja desenvolvido o sentimento de pertencer nos profissionais, considerado essencial para o sucesso da equipe.

As empresas têm valorizado, e muito, um líder inclusivo para os seus colaboradores se sentirem inspirados, acolhidos e, sobretudo, apoiados. Outro ponto importante diz respeito à reputação das empresas, pois as organizações que adotam essa prática têm sido muito bem avaliadas no mercado.

Pesquisas mostram que as equipes com líderes inclusivos têm melhor desempenho, são mais colaborativas e tomam decisões mais assertivas. Diversos estudos têm mostrado os benefícios obtidos pelas empresas com as lideranças inclusivas, o que inspira na equipe o comprometimento com a Diversidade e Inclusão (D&I). 

O resultado demonstrado na pesquisa feita pelo Boston Consulting Group (BCG), realizada com 1.700 companhias de oito diferentes países, chegou à conclusão de que essa atitude na gestão melhora, inclusive, o desempenho financeiro das organizações.  A mesma análise revelou que uma cultura inclusiva no local de trabalho é o grande segredo para a inovação e o crescimento.

A Mckinsey também realiza regularmente pesquisas nessa mesma linha. Em um de seus estudos, a consultoria descobriu que empresas que valorizam a inclusão e contam com times diversos tendem a obter retornos acima da média no seu setor de atuação. E como colocar tudo isso em prática? O que é necessário desenvolver para ser um líder inclusivo? 

Existem diversos caminhos e maneiras de desenvolver uma liderança inclusiva. Conheça os três pontos fundamentais que ajudarão na reflexão para a ação e contribuirão para o seu desenvolvimento enquanto líder inspirador. 

Praticar a empatia

Empatia corresponde a “se colocar no lugar do outro”, mas não precisa sofrer nem se chatear com o outro para praticá-la. É essencial entender e apoiar o sofrimento ou chateação da outra pessoa para que seja empático. Nesse momento, é preciso deixar de olhar somente para o seu umbigo, suas emoções, sua maneira de pensar, e começar a perceber que existem pessoas que pensam diferente e em outras perspectivas. Logo tem atitudes diferentes. Aí a necessidade de entender que existe um mundo à sua volta.

Ao praticar a empatia, o líder abre o olhar na perspectiva das outras pessoas e passa a compreendê-las, ponto essencial para uma relação de respeito. Nesse sentido, existe a metáfora no número 6, que pode também ser o número 9, se olhado em outra perspectiva. Ser empático é sair da posição que se enxerga o 6 para “sentar no lugar do outro”, passando a enxergar o 9. Ambos estão certos dentro de sua realidade. Só precisamos respeitar o olhar e atitude do outro, que vê o 9. 

Quantas vezes uma atitude ou escolha do outro faz com que a gente passe a julgá-lo porque enxergamos a vida em perspectiva diferente. Ser um líder inclusivo corresponde a abrir a mente para entender o outro, para olhar na perspectiva do outro, para acolher o outro como ele é. Praticar a empatia é a base para o respeito à diversidade. 

Dar foco na equidade 

Existe um equívoco quando se fala em igualdade no contexto da diversidade. Igualdade se refere a tratar todos da mesma forma, independentemente de sua necessidade. Já a equidade corresponde a lidar com as pessoas de maneira diferente, levando em consideração o que elas precisam.  É proporcionar às pessoas o que elas necessitam para ter acesso às mesmas oportunidades. Isso significa dar mais para quem precisa mais, de forma proporcional e adequada à sua condição.

Para um melhor entendimento, há uma metáfora da distribuição de 2 bancos para as pessoas conseguirem enxergar o que está por trás de um muro. Pessoas de alturas diferentes. Igualdade corresponde a dar os bancos de mesma altura para ambos. Equidade corresponde a dar o banco mais alto para a pessoa mais baixa, de maneira que ela consiga visualizar além do muro. E o banco mais baixo para a pessoa mais alta, desde que seja o suficiente para ela também enxergar. 

Um líder inclusivo precisa, em primeiro lugar, conhecer cada um de sua equipe para entender o suporte, os recursos e cuidados que os profissionais necessitam. Assim ele vai saber liderar de ser humano para ser humano, o que vai além de um crachá, caminho fundamental para o respeito às pessoas e às suas diferenças.

Ser agente de transformação

É essencial o líder inclusivo inspirar as pessoas da organização a atuarem também nessa mesma perspectiva. Para isso, ele precisa criar espaços para discutir temas que proporcionem as pessoas se sentirem confortáveis para serem elas mesmas na empresa, de maneira autêntica. Seja baiano, paulistano ou português; seja preto, branco ou amarelo; seja heterossexual, homo ou trans; seja da área de exatas ou de humanas; seja racional, emocional ou intuitivo; seja gordo ou magro, de cabelo liso ou crespo. Somos todos humanos… simples assim! 

É nessa perspectiva da simplicidade que o líder inclusivo deve atuar. Ele ganha muito com sua atitude. Ganha conexões, saúde mental e respeito das pessoas. Assim, ele passa a se lembrar de como é e a se respeitar como ser humano. 

Nesse sentido, ser um líder inclusivo representa também assumir a sua vulnerabilidade, entendendo que não existe perfeição, o que passa a ser libertador. Ele passa a inspirar outras pessoas para a atitude de se aceitarem e se amarem como são. Corresponde a “desaprender o aprendido” – ego, julgamento – e “reaprender o desaprendido” – trazer a sua criança interior, que não julga, apenas é ser humano de maneira genuína. 

Ao atuar dessa maneira o líder proporciona um ambiente feliz e diverso, adubo essencial para a criatividade e inovação. Ele contribui também na construção de um ambiente de confiança e colaboração, desenvolvendo assim um time de alta performance, pois o sucesso é potencializado no contexto de felicidade. 

 

Susanne Andrade é autora dos best-sellers “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”, “O Segredo do Sucesso é Ser Humano”, e do livro digital “A Magia da Simplicidade”. É coach, palestrante e professora de cursos de MBA pela FIAP em disciplinas sobre carreira, coaching, liderança e gestão da mudança para a transformação digital. É sócia-diretora da A&B Consultoria e Desenvolvimento Humano, empresa que criou o “Modelo Ágil Comportamental”. Colunista no “Portal IT Forum 365, na coluna Desenvolvimento Humano na Era 4.0”. Voluntária no Grathi.

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