A computação é na nuvem, mas os pés ficam no chão!

Quando na década de 1990 a Sun MicroSystems divulgou o slogan publicitário “A Internet é o computador” confesso que não entendi a profundidade da afirmação. Encarei como um belo chamativo para a Internet em função de que a Sun MicroSystems possuia computadores potentes para fazer a ligação das organizações com a rede mundial. Atualmente o conceito de que podemos utilizar na nossa casa ou organização produtos computacionais que não interessam onde estejam sendo executados começa a revolucionar o nosso mundo de serviço.Principalmente empresas menores (ou segmentos das grandes empresas) podem usufruir de serviços complexos pagando apenas pelo que gasta. Por exemplo, uma pequena empresa pode utilizar um sistema ERP mais moderno que existe sem precisar ter uma super infra estrutura de equipamentos, licença de aplicativo e pessoal técnico especilaizado para dar manutenção no aplicativo e infra estrutura. Essa empresa precisa apenas de uma ligação rápida (tipo Web 2.0) e contratar o serviço.Quando lemos notícias de que grande empresas de prestação de serviço na Internet estão reforçando ainda mais seus vários super centros de processamento computacional, podemos ter certeza que novas possibilidades hão de se concretizar.De uma maneira simples, já começamos a utilizar serviços computacionais que ficam fora do nosso computador. O Web Mail é um exemplo simples. O usuário não precisa instalar um aplicativo de correio eletrônico no seu equipamento e consequentemente ficar preocupado com as novas versões desse aplicativo. Sejamos honesto, isso facilitou em muito o uso de correio eletrônico por muitas pessoas, inclusive por aquelas que não possuem computador. Incrível ter um serviço computacional sem obrigatoriedade de ter que comprar (imobilizar recurso financeiro) um computador.Entendo que a computação fornecida como serviço, chamada de computação na nuvem (da Internet), será utilizada principalmente por organizações pequenas e médias, por usuários em geral e por segmentos específicos de grandes empresas. Com certeza um banco não vai colocar seus sistemas financeiros nesse tipo de serviço. Mas, pode utilizar um sistema de estudo populacional sobre comportamento humano em um provedor específico.Porém algumas questões precisam ser aprofundadas:a) Confidencialidade: os provedores de serviço terão que possuir (e demonstrar) um poderoso sistema de segurança que garanta a confidencialidade dos dados de cada organização cliente.b) Disponibilidade: os serviços precisam cumprir o nível de sisponibilidade definido pelo contrato, porém, neste aspecto existe um complicador: o acesso à Internet. Mesmo considerando a Web 2.0 (ou as futuras 3.0, 4.0, seguintes) a ligação com a núvem computacional pode falhar e nesse caso o negócio da organização pode ser impactado.c) Confiança: uma organizão ao utilizar um serviço computacional estará confiando a infra estrutura de seu negócio a uma outra organização. Com a mudança (que nem sempre sabemos) de controle acionário, corre-se o risco de confiar em um inimigo. Neste caso o título do filme “Dormindo com o inimigo” deixa de ser ficção.d) Agilidade: a organização terá rapidez para montar o ambiente computacional para oferecer um novo produto ou para agilizar processos internos. A concorrência também! Se sua organização pensar como antigamente a concorrência pode pensar no presente com soluções do futuro.A computação na núvem não é nem uma solução para todos os problemas, nem uma solução de caos e pavor. É apenas mais uma opção de uso da tecnologia. Saber usar com inteligência pode ser a diferença de uma organização de mais sucesso daquela que ficou no nível normal.Mais que isso, tenho certeza que uma boa disputa entre os gigantes do mundo da tecnologia vai cada dia ser maior. como usuários precisamos estar atentos.Você pode até utilizar a computação na nuvem, mas não tire os pés do chão!Edison Fontes, CISM, CISA.Consultor ExecutivoNúcleo Inteligência e Consultoria,Participa ABSEG, ISACA e InfoSecCouncil.[email protected]